O mercado mundial de açúcar deve ter déficit maior na atual safra 2015/2016. Previsão trimestral divulgada nesta terça-feira, 23, pela Organização Internacional do Açúcar (OIA) mostra que a safra terminará com déficit global de 5,018 milhões de toneladas.
A estimativa é mais pessimista que a divulgada em novembro, quando a entidade previa falta de 3,527 milhões de toneladas.
A safra não será suficiente para atender a demanda porque a produção deverá cair mais uma vez e, em contrapartida, o consumo continua em crescimento. Nesse caso, o mercado é atendido com os estoques do produto.
Na estimativa da OIA, o planeta terminará a safra 2015/2016 com produção total de 166,833 milhões de toneladas, queda de 4,347 milhões de toneladas ou 2,54% menos que o volume registrado na safra 2014/15. "Ainda que a safra atual tenha a terceira queda consecutiva, é a primeira vez desde 2008/2009 que a produção deve cair mais de 4 milhões de toneladas", destaca o relatório.
Em compensação, a demanda deve crescer 1,75% na comparação com a safra anterior para 171,180 milhões de toneladas. Apesar de continuar crescendo, o consumo reduz o ritmo, nota a OIA. "A previsão de crescimento é mais baixa que a média dos últimos 10 anos de 2,01%. A desaceleração no crescimento acontece na esteira da preocupação macroeconômica em curso com a desaceleração dos mercados emergentes e o colapso do preço do petróleo", cita o texto.
Com o déficit previsto, a OIA acredita que o nível dos estoques globais cairá 3,79 pontos porcentuais. Assim, o indicador que mede o total de açúcar estocado com o consumo cairá para 46,87%. "Continua, porém, bem acima do nível considerado crédito de 40% visto em 2009/2010, o que coincidiu com o aumento nos mercados globais", cita o documento.
OIA: mesmo com déficit crescente, açúcar segue recuo das commodities
Mesmo com o déficit crescente no mercado global de açúcar, os preços da commodity continuam caindo no mercado internacional.
O fenômeno é explicado pela Organização Internacional do Açúcar (OIA) como resultado do colapso do mercado das commodities, especialmente do petróleo. "Os preços no mercado mundial voltaram a apresentar queda desde o relatório trimestral anterior de novembro a despeito da expectativa de que o mercado volte a ter déficit de açúcar na safra 2015/2016", cita o documento divulgado nesta terça-feira pela entidade na capital britânica. "A queda é atribuída basicamente à fraqueza do mercado de commodities em particular o colapso do preço do petróleo".
Segundo a OIA, em 19 de fevereiro o preço do açúcar bruto no mercado à vista atingiu o menor preço desde setembro de 2015, a 12,65 centavos de dólar por libra-peso. No mercado à vista do açúcar branco ocorreu a mesma tendência e o produto caiu para 16,68 centavos de dólar por libra-peso em 19 de fevereiro, valor 13,3% menor que o registrado em meados de janeiro, diz a OIA.
Apesar das condições desfavoráveis, o mercado global pode ter um momento "mais construtivo", diz a OIA. "O déficit estatístico é claramente um fator que apoia os preços mundiais e, se os fatores não mudarem, podemos esperara uma tendência generalizada de aumento nos meses restantes da safra 2015/2016", cita a entidade no relatório.
Nesta manhã, o segundo vencimento (maio) do contrato futuro de açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) chegou a subir 8,8% (111 pontos), a 13,72 cents de dólar por libra-peso.
Fonte: Estadão Conteudo
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