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Câmbio ajuda na receita de setor sucroenergético, mas pressiona dívida | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Câmbio ajuda na receita de setor sucroenergético, mas pressiona dívida

O aumento da receita do setor sucroenergético proporcionado pela disparada do dólar no terceiro trimestre do ano veio acompanhado do endividamento que a moeda valorizada gerou.
Com base nas demonstrações financeiras de Raízen Energia, São Martinho, Biosev e Tereos Internacional, é possível notar que a dívida líquida cresceu, em média, 27% ante igual intervalo do ano passado. No caso da receita, a expansão foi de 30%, também em média.
Controladora da Guarani, que tem sete usinas no noroeste paulista, a Tereos foi a que registrou maior avanço da dívida líquida, de 57%, para R$ 6,90 bilhões. "O aumento significativo na comparação anual reflete, principalmente, a variação cambial no período, que gerou um impacto negativo de R$ 1,1 bilhão sobre a dívida líquida em reais, e o aumento sazonal do capital de giro (mais R$ 800 milhões)", explicou a empresa no balanço referente ao segundo trimestre do ano-safra 2015/16.
No que tange à receita, por sua vez, a Tereos computou aumento de 22%, para R$ 2,41 bilhões, ajudado, entre outros fatores, pelos "melhores preços de açúcar no Brasil e efeito positivo da desvalorização do real na conversão dos resultados". Ainda em relação à receita, a Biosev figurou como a que obteve maior incremento líquido, de 57%, para R$ 1,74 bilhão, "em função do aumento da receita líquida do etanol".
De fato, a companhia, que tem 11 unidades industriais localizadas em 4 polos agroindustriais no Brasil, impulsionou a comercialização de álcool no trimestre, chegando a 30 de setembro com estoques do biocombustível quase 30% menores, num total de 354 milhões de litros. Com aproximadamente 82% do endividamento exposto em dólar, a Biosev viu sua dívida líquida subir 30% entre julho e setembro, para R$ 6,42 bilhões.
Assim como a Tereos, a empresa citou "o impacto da variação cambial" para justificar o resultado. Outro que destacou o dólar foi o Grupo São Martinho, que possui quatro usinas, sendo três em São Paulo e uma em Goiás. Em razão de uma "variação cambial de longo prazo de aproximadamente R$ 241 milhões", a companhia reportou aumento de 35% na dívida líquida, para R$ 3,23 bilhões. A receita cresceu em igual proporção, com expansão de 30%, para R$ 683,59 milhões.
Sustentaram esse incremento o maior volume de vendas de etanol anidro (+139,2%) e a alta no preço de açúcar (+19,5%), explicou a empresa.
Em 30 de setembro, as reservas totais de álcool da São Martinho eram 9,9% menores na comparação com igual data de 2014.
Já a Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, foi a única que conseguiu reduzir a dívida no trimestre, para R$ 3,38 bilhões (-15%). Ajudou aí a queda de 40% nos investimentos entre julho e setembro. A receita da Raízen, porém, foi a que menos avançou dentre as demais companhias sucroenergéticas com capital aberto na BM&FBovespa. Em termos líquidos, cresceu 13%, para R$ 2,63 bilhões. "O crescimento da receita é reflexo do aumento dos volumes vendidos de açúcar e etanol, bem como de maiores preços médios dos produtos", informou a companhia.
Ao término do trimestre, a Raízen, que tem 23 unidades produtoras atualmente em operação, contava com 1,39 milhão de toneladas de açúcar em estoque, volume 11,5% menor na comparação anual. Quanto ao etanol, as reservas totalizavam 921 milhões de litros (-15%).


Fonte: Estadão Conteudo

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