O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil alcançou 36,13 milhões de toneladas nos primeiros 15 dias de outubro, 8,31% abaixo do resultado observado na mesma quinzena de 2014 (39,41 milhões de toneladas) e queda de 10,70% em relação ao valor verificado na última metade de setembro de 2015 (40,46 milhões de toneladas).
Esse recuo na moagem quinzenal se deve as chuvas que atingiram tradicionais áreas canavieiras em todo o Centro-Sul. Paraná e Mato Grosso do Sul foram os Estados mais afetados. Em São Paulo, a retração da moagem ocorreu mais intensamente nas regiões de Araçatuba e Assis, enquanto as demais áreas do Estado elevaram o processamento de cana-de-açúcar durante os primeiros 15 dias de outubro relativamente à quinzena anterior.
Segundo o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, “essa condição heterogênea deve impactar de maneira distinta a oferta potencial de cana para o próximo ano safra (2016/2017)”. Em alguns Estados, o excesso de chuvas deve dificultar a operacionalização da colheita, com possibilidade das usinas não conseguirem colher toda a cana disponível; por outro lado, a chuva deve beneficiar o desenvolvimento da planta em áreas já colhidas, comentou o executivo.
No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até 16 de outubro, a moagem somou 480,44 milhões de toneladas. Este volume é praticamente igual ao apurado no mesmo período do último ano (480,85 milhões de toneladas).
Segundo Rodrigues, “a quantidade de cana processada na atual safra só deve se distanciar dos valores acumulados registrados no ciclo 2014/2015 ao longo das próximas quinzenas”. De fato, o encerramento de ambas as safras será completamente distinto, acrescentou o executivo. Enquanto na safra passada as unidades encerraram a moagem cedo devido à falta de matéria-prima, em 2015/2016 dificilmente conseguirão processar toda a cana-de-açúcar disponível.
Qualidade da matéria-prima
Na primeira quinzena de outubro a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar processada totalizou 139,90 kg, contra 145,73 kg verificados em igual quinzena do ano passado. No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até 16 de outubro, a concentração de açúcares atingiu 132,75 kg por tonelada de matéria-prima, frente a 136,46 kg apurados no mesmo período de 2014.
Rodrigues destaca que “mais de 100 milhões de toneladas ainda deverão ser processadas até o final desta safra, período em que geralmente o teor de açúcares na planta é baixo, confirmando a expectativa de que o ATR no ciclo 2015/2016 será inferior aos 135 kg por tonelada de cana-de-açúcar previstos inicialmente”.
Produção de açúcar e etanol
As reduções na moagem e na qualidade da matéria-prima na primeira quinzena de outubro se refletiram no recuo imediato das produções dos principais derivados da cana-de-açúcar.
No caso do açúcar, a produção somou 2,09 milhões de toneladas na primeira metade de outubro, abaixo das 2,36 milhões de toneladas fabricadas no mesmo período de 2014. A produção quinzenal de etanol alcançou 1,68 bilhão de litros (667,27 milhões de litros de etanol anidro e 1,01 bilhão de litros de etanol hidratado), 12,20% inferior quando comparado ao montante produzido na mesma quinzena da última safra (1,91 bilhão de litros).
No acumulado desde o início da atual safra até 16 de outubro, a fabricação de açúcar totalizou 25,35 milhões de toneladas, recuo de 7,65% em relação a igual período do ano passado. A produção de etanol somou 21,87 bilhões de litros (13,71 bilhões de litros de etanol hidratado e 8,16 bilhões de litros de etanol anidro), 1,30% acima dos 21,59 bilhões de litros registrados até a mesma data na safra 2014/2015. Especificamente em relação ao mix de produção, nos primeiros 15 dias de outubro 56,60% da cana-de-açúcar processada destinaram-se à produção do renovável, quase o mesmo percentual observado em igual data de 2015 (56,80%). No acumulado desde o início desta safra até 16 de outubro, esta proporção atingiu 58,29%, contra 56,10% computados no ciclo anterior.
Vendas de etanol
As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul na primeira quinzena de outubro somaram 1,28 bilhão de litros, com 1,18 bilhão de litros direcionados ao mercado interno e 97,10 milhões de litros à exportação.
O mercado doméstico de etanol hidratado continua aquecido. Nesta quinzena, o volume comercializado do produto alcançou 836,83 milhões de litros, crescimento expressivo de 37,29% frente aos 609,55 milhões de litros registrados na mesma quinzena de 2014.
As vendas internas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 346,13 milhões de litros nos primeiros 15 dias de outubro, contra 404,20 milhões de litros apurados no mesmo período do último ano.
No acumulado entre abril até 16 de outubro deste ano, as vendas de etanol pelas unidades produtoras do Centro-Sul alcançaram 16,31 bilhões de litros - 15,26 bilhões de litros destinados ao abastecimento doméstico e 1,06 bilhão de litros ao mercado internacional. Esse volume de 16,31 bilhões de litros representa um aumento de 24,82% em relação aos 13,07 bilhões de litros comercializados no mesmo período de 2014.
Rodrigues explica que “como esperado, a procura por etanol hidratado se manteve elevada nos primeiros quinze dias outubro”. Essa manutenção se deve principalmente ao maior consumo sazonal no mês de outubro e ao aumento de preços da gasolina praticado pela Petrobrás no final de setembro, complementou o executivo.
Fonte: UNICA
16 3626-0029 / 98185-4639 / contato@assovale.com.br
Criação de sites GS3