Bolsa de Chicago (CBOT)
Os valores dos contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago finalizaram a sessão desta quarta-feira com ganhos, voltando a operar
acima do patamar de US$9/bushel, impulsionados pela força da demanda por exportação nos EUA e do óleo. A soja para novembro/15 encerrou
em alta de 9,25 centavos de dólar, a US$9,05¼/bushel. Novos relatos de vendas ao exterior nos EUA, apontadas pelo USDA, passaram a determinar
o comportamento dos preços do grão. De certa forma, as indústrias de processamento de soja espalhadas pelo mundo, sobretudo na China,
trabalham com melhor margem de esmagamento, o que tem estimulado as importações globais. Nos EUA, o processamento na safra passada
atingiu seu maior patamar histórico e nesta nova safra, as expectativas deverão contemplar as mesmas condições pelo fato dos menores preços da
matéria-prima e firme demanda para biodiesel. Nos radares do mercado também está o andamento do plantio da safra de soja no Brasil. Os
trabalhos ainda estão atrasados em algumas importantes regiões produtoras do Centro-Oeste e os efeitos do fenômeno El Nino ainda gera incertezas
com relação a área e rendimento na região do MAPITOBA.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa também registraram ganhos no encerramento do pregão desta quarta-feira,
consolidando seu segundo dia consecutiva de alta. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana,
com vencimento em novembro/15, encerrou o dia cotado a US$19,96/saca, com ganho diário de 1,06% em relação ao fechamento da sessão passado,
ao passo que o vencimento maio/16 teve alta de 0,75%, a US$20,17/saca. Atento a demanda global pela oleaginosa, sobretudo por parte da China, e
por preocupações com o andamento da safra no Brasil, o mercado teve fôlego para mais um dia de valorizações.
Dólar (US$)
O dólar fechou em alta pela quarta sessão consecutiva nesta quarta-feira, aproximando-se de R$3,95, diante do ambiente de aversão a risco nos
mercados globais devido a preocupações com a saúde da economia chinesa e da apreensão dos investidores com a situação política e econômica
do Brasil. O dólar avançou 1,03%, a R$3,943 na venda, acumulando alta de 3,75% em quatro sessões. A divisa dos EUA avançava em relação a
moedas de outros países emergentes, com investidores evitando ativos de maior risco após os dois principais índices acionários chineses marcarem
a maior queda em mais de um mês, em meio ao cenário mais fraco da segunda maior economia do mundo. No Brasil, o quadro de nervosismo foi
influenciado também pelas incertezas políticas. Nesta manhã, parlamentares da oposição entregaram novo pedido de impeachment contra a
presidente Dilma Rousseff ao presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Investidores temem que as turbulências
dificultem ainda mais o ajuste fiscal e golpeiem a credibilidade do país, afastando capitais estrangeiros. A perspectiva de que o Brasil deve alterar
sua meta fiscal neste ano para reconhecer um déficit primário de 85 bilhões de reais, incluindo o pagamento das "pedaladas fiscais", também pesou
sobre o humor. Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total
de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou 7,168 bilhões de dólares, ou cerca de 70
por cento do lote total, que corresponde a 10,278 bilhões de dólares. Após o fechamento dos negócios, o BC anuncia sua decisão sobre a taxa básica
de juros e o mercado espera que a Selic seja mantida em 14,25%.
Mercado Interno
No Brasil, diante da junção positiva ocasionada pelos ganhos no câmbio e valorização da commodity no exterior, as indicações de compra esboçaram
firmeza tanto visando operações futuras como no mercado spot. Por outro lado, o ritmo das negociações ainda evolui de forma mediana, mas
melhor que o marasmo dos dias anteriores. No spot, algumas processadoras conseguiram efetivar negócios com lotes remanescentes entre algumas
praças do Sul e Centro-Oeste do país. No interior gaúcho, a disputa por lotes da safra velha ganhou intensidade entre esmagadoras e exportadores
que buscam garantir ofertas em estoque ou finalizar seus últimos carregamentos. No Centro-Oeste, a demanda mais firme é observado nos estados
do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que além de contar com um maior procura local, também passam a transferir maiores ofertas de lotes
remanescentes para Goiás, Minas Gerais e São Paulo para compradores nacionais. Na maioria dos casos, os valores disponível seguem descolados
da paridade de exportação. Em relação as vendas antecipadas, as indicações de compra também reagiram na esteira da paridade mais firme. Mas
os reportes de acordos foram limitados. O foco do setor é acelerar os trabalhos de plantio, mas os firmes preços também estimularam efetivações
pontuais.
Comentários
O plantio da safra 2015/16 de soja na Argentina começa em meados de novembro e as consultorias independente já deram uma ideia do que poderá
a área plantada no país vizinho. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em seu relatório sobre a oleaginosa, contrariou, de certa forma, as expectativas
do mercado ao apontar que a área cultivada com o grão deve ser de 19,8 milhões de hectares, o que representa uma redução de 1% ante os 20
milhões de hectares da temporada anterior, devido a uma queda nas margens de lucro na colheita. Segundo a Bolsa de Cereais, a produção
necessária para cobrir os custos de cultivo está acima da média histórica na maior parte da área agrícola do país. Já a Bolsa de Comercio de Rosário,
estimou uma expansão da área, podendo crescer de 20,2 para um recorde de 20,5 milhões de hectares nesta nova temporada em função da área
plantada de outras culturas. O USDA, por sua vez, também trabalha com perspectiva de crescimento, passando de 19,3 milhões para 20 milhões
de hectares, que deverá resultar numa produção de 57 milhões de toneladas. A soja é o principal cultivo da Argentina - principal exportador
mundial de óleo e farelo de soja - e os produtores se preparam para começar com o cultivo nos últimos dias do mês. Mesmo assim, a presença do
fenômeno climático El Niño garantiria a presença de chuvas para as plantas durante os períodos de crescimento e desenvolvimento, ainda que
exista o risco de excesso de água em algumas regiões de cultivo, segundo o relatório.
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