Bolsa de Chicago (CBOT)
Em mais uma sessão, os valores dos contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago encerraram do lado negativo da tabela em meio a
vendas técnicas diante do rápido avanço da colheita e por dados baixista da NOPA. A soja para novembro/15 encerrou em baixa de 5,25 centavos
de dólar, a US$9,05¼/bushel. A colheita da safra norte-americana de soja tem avançado de forma acelerada em função das condições favoráveis aos
trabalhos inundando o mercado com maiores ofertas do grão ao mesmo tempo que as demandas agregadas ainda esboçam modesta recuperação.
Dados mensais de esmagamento de soja da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA foram levemente baixistas pelo fato
do volume processado se mostrar abaixo das expectativas do mercado. Não obstante, os dados foram os mais altos para qualquer mês de setembro
desde 2007, o que serviu para limitar os movimentos de liquidação. Operadores continuam a monitorar o tempo na América do Sul, onde os
produtores estão plantando soja e as condições têm estado secas em Mato Grosso, maior produtor do Brasil. Cada vez mais, os agentes do mercado
passam acompanhar a evolução da safra sul-americana para determinar o viés do mercado. Mas ainda é cedo para que a seca reduza a área
cultivada de soja no país ou se possa quantificar perdas no potencial produtivo.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa também registraram perdas no encerramento da sessão desta quinta-feira
em meio a ajustes técnicos motivados pelas baixas verificados nos preços internacionais da oleaginosa. Os minis contratos de soja, atrelados
diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento em novembro/15, encerrou o dia cotado a US$19,95/saca, com ganho
diário de 0,60% em relação ao fechamento da sessão passado, ao passo que o vencimento maio/16 teve baixa de 0,49%, a US$20,19/saca. Os
movimentos do dia tiveram caráter técnico, com agentes embolsando lucro de olho na fragilidade dos preços externos do grão. As baixas limitaram
pelo começo adverso do clima no período de plantio da safra brasileira.
Dólar (US$)
O dólar fechou em queda frente ao real nesta quinta-feira, acompanhando o movimento da moeda norte-americana nos mercados emergentes
mesmo após a agência de classificação de risco Fitch rebaixar a nota do Brasil e sinalizar que pode tirar o selo de bom pagador do país, decisão que
já era esperada pelos investidores. O dólar recuou 0,32%, a R$3,8005 na venda, após atingir R$3,7801 na mínima do dia e R$3,8773 na máxima. O
recuo do dólar em relação a moedas de outros emergentes mesmo após dados sobre a inflação e o mercado de trabalho nos EUA atenuarem um
pouco as apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não eleve os juros neste ano. Essas apostas vêm ajudando ativos de
países emergentes, que seriam beneficiados pela manutenção da política monetária expansionista na maior economia do mundo. No Brasil, o dólar
não foi tão influenciado pelo rebaixamento do país. A Fitch cortou a nota do Brasil de "BBB" para "BBB-", último degrau que garante o chamado
grau de investimento, e manteve a perspectiva negativa, sugerindo que outro rebaixamento é possível ao longo do próximo ano. Se perder seu grau
de investimento pela Fitch ou pela Moody's, o Brasil passará a ser classificado como "grau especulativo" por duas das três principais agências, já
que a Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil no mês passado. Isso serviria de gatilho para fuga de capitais do país, já que muitos
fundos têm regulações internas que os impedem de investir em países com essa característica. O efeito da decisão da Fitch foi aumentar a
volatilidade do mercado, com o dólar trocando de sinais diversas vezes nesta sessão. No Brasil, a crise política também contribuía para deixar
investidores com o pé atrás.
Mercado Interno
No Brasil, a volatilidade cambial continua a prejudicar a dinâmica dos negócios. No spot, as efetivações envolvendo lotes remanescentes dependem
muito mais de necessidades mais urgentes entre compradores e vendedores que da paridade. De certa forma, tal conjuntura acaba colaborando
para um ambiente mais diferenciado em termos de preço. Ainda existe regiões no país, sobretudo onde estão localizados grandes aglomerados de
indústrias de farelo e de biodiesel, onde as compras no spot galgam patamares mais firmes de preço. Para tentar garantir estoques, as processadoras
chegam a alinhar os preços de compra e venda, mas pedem prazos maiores para concretizar tais negócios. Porém, as efetivações nestas condições
são pontuais e num ambiente diferenciado. De certa forma, a instabilidade cambial no Brasil tem gerado mais impactos na formação dos preços
visando lotes da nova safra. Depois do forte fluxo durante os meses de agosto e setembro, a reviravolta nos valores do dólar frente ao real acendeu
a luz amarelo e gerou maior cautela entre os agentes do mercado. O spread entre os preços de compra e venda aumentou muito, afetando a
dinâmica. Os registros de negócios antecipados passaram a ser mais raros e isolados. O foco dos produtores é finalizar os últimos preparativos para
semear a safra nova ao passo que os compradores passaram a aguardar uma melhor definição do ambiente político-econômico no Brasil.
Comentários
A Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas nos Estados Unidos (NOPA, em inglês) disse em seu relatório mensal nesta quinta-feira
que os seus membros esmagaram 3,45 milhões de toneladas de soja em setembro passado, um aumento de 27% frente a um ano atrás. O montante
figura-se como o maior volume para setembro desde 2007, quando os membros da NOPA esmagaram 3,81 milhões de toneladas do grão. O
mercado esperava processamento de soja de 3,52 milhões de toneladas. Em relação ao mês de agosto, quando foram processados 3,68 milhões de
toneladas de soja, o número apresentado pela NOPA demonstra uma queda. O menor ritmo no intramês se deve ao fato de perspectiva da chegada
de mais uma safra cheia nos EUA neste mês de outubro. Por outro lado, apesar da queda no número processado de grão em relação à agosto, o
volume demonstra uma forte consistência da demanda por parte das indústrias norte-americanas pela commodity. Os custos de aquisição de soja
continuaram baixos e mantendo um nível mínimo de aquisições por parte das indústrias, embora as cotações da oleaginosa tenham reagido durante
o mês anterior. Por fim, no acumulado da safra 2014/15, iniciada nos EUA em outubro de 2014 e com termino em setembro de 2015, o esmagamento
de soja somou um recorde histórico de 49,14 milhões de toneladas, 9,7% superior a safra passada, de acordo com a NOPA. Neste contexto, o USDA
chegou a elevar, novamente, sua estimativa de processamento nos EUA para a temporada em curso, de 50,89 milhões para um recorde de 51,03
milhões de toneladas, com crescimento de 8,1% frente a safra 2013/14. A firme demanda por farelo de soja para exportação também incentivou a
manutenção do fluxo de processamento. A associação disse que no mês de setembro, os embarques de farelo de soja totalizaram 502,32 mil
toneladas, alta ante as 308,52 mil toneladas de um ano antes. NOPA é o maior grupo de comércio dos EUA para processadoras de oleaginosas. Os
estoques de óleo de soja cederam para 1,355 bilhões de libras em setembro, contra 1,48 bilhões de agosto. Analistas previam 1,396 bilhões de libras.
Os estoques foram de 937 milhões a um ano atrás.
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