Bolsa de Chicago (CBOT)
Os valores dos contratos futuros de milho na bolsa de Chicago encerraram a sessão desta quarta-feira com perdas, pressionados pelo rápido avanço da
colheita nos EUA e queda nos preços do trigo. O milho para dezembro/15 registrou baixa de 5,50 centavos de dólar, para US$3,79/bushel. A lentidão da
colheita da safra norte-americana foi rompida nesta última semana diante das plenas condições para o avanço dos trabalhos no campo. Além do progresso
da colheita, o relatório de acompanhamento de safra dos USDA não reportou queda na qualidade das lavouras norte-americanas do cereal, fato que
também motivou os movimentos de liquidação de posição e realização de lucro. O mercado do milho também acompanhou as quedas nos preços do
trigo em função da previsões de clima mais chuvoso sobres as áreas produtoras do cereal nos próximos dias. Mesmo assim, as baixas foram limitadas pela
queda do dólar frente às demais moedas globais, o que eleva a competitividade do produto norte-americano e estimula as vendas externas. Os agentes
também estão de olho no andamento da colheita de cereais em importantes regiões da Ásia, Mar Negro e Austrália.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerraram a sessão desta quarta-feira com variações positivas em meio a
compras de oportunidade diante dos primeiros resultados de embarque de outubro. O vencimento novembro/2015, o qual baliza o mercado spot,
encerrou o dia cotado a R$34,15/saca, com ajuste positivo de 1,46% em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que o vencimento maio/16,
registrou alta diária de 0,97%, cotado a R$34,27/saca. Apesar do dólar ceder e dos preços internacionais do cereal recuarem no dia, a SECEX mostrou que
o fluxo médio diário de embarque de milho tem potencial para registrar grandes volumes de exportação nas próximas semanas. A perspectiva de redução
da área plantada com milho verão também deu o tom altista ao mercado.
Dólar (US$)
O dólar fechou em queda nesta quarta-feira, acompanhando a baixa da moeda nos mercados externos diante da percepção de que o Federal Reserve,
banco central norte-americano, pode elevar os juros somente em 2016 em meio a uma rodada de dados fracos nos EUA e na China, favorecendo mercados
emergentes. O dólar recuou 2,08%, a R$3,8126 na venda, anulando boa parte do avanço de 3,58% registrado na véspera, a maior alta diária em mais de
quatro anos. Dados fracos sobre a inflação na China alimentaram apostas de que a desaceleração da segunda maior economia do mundo esteja
respingando sobre os EUA, o que daria argumentos para o Fed manter os juros quase zerados até o ano que vem. Além disso, dados nos EUA também
corroboraram essa visão. Os preços ao produtor no país recuaram 0,5% em setembro, queda bem maior do que a baixa de 0,2% projetada por analistas do
mercado. Já as vendas no varejo subiram 0,1% no período, contra expectativas de alta de 0,2%. Mais tarde, o Livro Bege do Fed mostrou que contatos
empresariais do banco central norte-americano entendem que a economia dos EUA vem sofrendo com a alta do dólar, dando mais combustível para a
perspectiva de manutenção dos juros. A possibilidade de o Fed não elevar juros neste ano sustenta a atratividade de ativos de países emergentes, que
oferecem rendimentos maiores. Operadores tampouco descartavam a possibilidade de o real voltar a ser pressionado nos próximos dias por preocupações
locais. A pesada incerteza sobre eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff vem assustando investidores, após a decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar temporariamente o rito desenhado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Mercado Interno
No Brasil, o volume de negócios no mercado físico do milho seguiu limitado. A baixa liquidez se deve a maior cautela entre ambas as pontas do mercado.
Do lado da oferta, de maneira geral, persistiu a ideia de retenção do produto na expectativa de preços melhores à frente, sobretudo diante das oscilações
do dólar frente ao real. Já do lado da demanda, por sua vez, os compradores passaram a limitar o ritmo de suas aquisições. Com a menor atuação dos
exportadores, os quais estão focados em dar saída aos elevados estoques do produto para as principais zonas portuárias do país, o interesse comprador
passou a depender dos agentes demandantes do mercado nacional. As recentes altas nos preços deixou os compradores do mercado interno mais
cautelosos, os quais passaram sinalizar preços mais baixos. O setor de ração animal e as indústrias de proteína animal dispõem de bons estoques e
passaram a adquirir ofertas mínimas apenas para não esgotar seus excedentes. O clima para plantio da safra de milho verão, apesar de adverso em
algumas regiões do país, se apresenta favorável até aqui. Vale ressaltar também que os estoques nacionais dispõem de elevadas ofertas e não há tanto
temor com escassez. De certa forma, o ritmo das vendas ao exterior serão determinantes, mas o mercado ainda espera números mais surpreendentes da
Secex para verificar o potencial de redução nos estoques.
Comentários
Segundo dados do relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) divulgados no começo desta
semana, a colheita da safra 2015/16 de milho dos EUA registrou significativo avanço na semana encerrada em 11 de outubro, saltando para 42% da área
semeada ante 27% da semana anterior. O tempo seco e quente sobre o Meio Oeste norte-americano favoreceu um progresso maior na colheita, a qual está
adiantada em relação à safra passada, quando neste mesmo período 23% da área havia sido colhida em função de chuvas naquela época. Em relação à
média das últimas cinco temporadas, no entanto, cuja colheita foi de 43% da área semeada, os trabalhos estão ligeiramente atrasados, mesmo depois do
expressivo avanço. Um ponto importante e que deverá dar sustentação às cotações no mercado internacional foi a exposição de maiores área do cereal em
fase de enchimento de grão à estiagem que se manifestou durante a etapa final de desenvolvimento em algumas importantes áreas. Tal condição vem
sendo determinante para sinalizar qual deverá ser a real produção de milho nos EUA, sobretudo depois que o USDA cortou sua previsão em outubro,
pela segunda vez consecutiva. No que tange a qualidade das lavouras, porém, do total das lavouras, 20% receberam classificação excelente e 48% foram
considerados em bom estado pelo órgão, o que resultaram num total de 68% da área semeada em condições boas e excelentes, mesmo índice da semana
passada. Em igual período do ano anterior, o índice era de 74%. Com o avanço da colheita, os rendimentos começam a demonstrar os efeitos causados
pelo clima adverso durante o desenvolvimento da safra, o que sugere ajustes na estimativa de produção do USDA. Quanto ao estágio fisiológico das
lavouras, 94% da área semeada estão aptas a colheita, ante 86% da semana passada, 86% da mesma semana do ano passado e 91% da média histórica dos
últimos cinco anos.
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