Bolsa de Chicago (CBOT)
Os valores dos contratos futuros de milho na bolsa de Chicago encerraram a sessão desta terça-feira com ganhos generalizados. De certa forma, o mercado
do cereal acompanho a firmeza dos preços da soja, apesar da pressão do progresso da colheita nos EUA limitar os ganhos diários. O milho para
dezembro/15 registrou ganho de 3,75 centavos de dólar, para US$3,84½/bushel. Assim como no mercado da soja, os agentes seguem atentos aos
desdobramentos da colheita de milho nos EUA e de olho nos efeitos do clima adverso sobre a produção de cereais no Mar Negro, Austrália e Sudeste
Asiático, que sobre com uma das piores secas em décadas. O mercado também ganhou sustentação baseado no bom desempenho das inspeções de
embarque de milho exportado pelos EUA na semana anterior. As altas no trigo também possibilitaram firmeza ao milho. O trigo se firmou por cobertura
de vendidos e preocupações sobre o clima seco dificultando a germinação do trigo de inverno em porções do sul das Planícies dos EUA, Rússia e Ucrânia.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerraram a sessão desta terça-feira com variações mistas em meio a ajustes
técnicos. O vencimento novembro/2015, o qual baliza o mercado spot, encerrou o dia cotado a R$33,66/saca, com ajuste positivo de 0,18% em relação ao
fechamento da sessão anterior, ao passo que o vencimento maio/16, registrou alta diária de 0,33%, cotado a R$33,94/saca. A forte valorização do dólar frente
a moeda brasileira chegou tarde e não possibilitou ganhos mais significativos nos futuros do grão. A menor liquidez no mercado físico também deixou os
agentes mais cautelosos em elevar suas posições compradas. O mercado, de maneira geral, ainda aguarda uma resposta mais consistente dos embarques
e firmeza do mercado físico para verificar melhor o viés dos preços do cereal aqui no Brasil. Os agentes também estão de olho no clima adverso sobre as
lavouras de verão.
Dólar (US$)
O dólar encerrou a sessão desta terça-feira com forte valorização, fechando a sessão com a maior alta diária em mais de quatro anos, refletindo as fortes
incertezas em torno da eventual abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e o ambiente de aversão a risco nos mercados
externos. Odólar avançou 3,58%, a R$3,8935 na venda, maior avanço diário desde 21 de setembro de 2011, quando subiu 3,75%. Na máxima da sessão,
foi a R$3,8962. Na semana passada, a moeda norte-americana havia acumulado perdas de 4,74%. O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu nesta terçafeira
liminares que, na prática, seguram momentaneamente o desenvolvimento de eventual processo de impeachment de Dilma, que ganha mais tempo
em meio à intensa disputa política que trava no Congresso. Se a decisão do STF não interfere no poder do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDBRJ),
de deliberar sobre os pedidos do impeachment, na prática deixa incerto o plano da oposição de apresentar recurso em plenário para eventual rejeição
de Cunha ao pedido de impeachment, como era o script elaborado pelos oposicionistas. A perspectiva de que o Congresso deve demorar para votar os
vetos presidenciais que têm impacto sobre as contas públicas também provocou apreensão entre os investidores. A incerteza local somou-se ao mau
humor nos mercados externos. Uma queda mais forte nas importações da China, importante referência para investidores em mercados emergentes, em
setembro deixou economistas divididos sobre a performance do setor comercial do país, apesar de as exportações terem caído menos que o esperado.
Com isso, odólar subia cerca de 1% contra moedas como os pesos chileno e mexicano.
Mercado Interno
No Brasil, o volume de negócios no mercado físico do milho começou a semana lento. Ambas as pontas do mercado ainda estão cautelosas em retornar
aos negócios e o que pesa é a disparidade entre os preços de compra e venda. Do lado dos produtores, a atuação defensiva passa pela condições de não
haver necessidade de fazer caixa. Capitalizados e sem necessidade de se precipitar nas operações no spot, a ponta vendedora prefere aguardar por
indicações mais consistente de preço, sobretudo de olho nas oscilações do dólar frente a moeda brasileira. Já do lado dos compradores, a cautela passa
pelos efeitos dos elevados preços do milho ter gerado impactos negativos em seus custos, sobretudo para o setor de proteína animal. Tradings
exportadoras estão menor atuante nos negócios em função da necessidade de dar maior fluidez aos elevados volumes de milho comprado
antecipadamente. Os preços oferecidos pelos exportadores ainda são mais elevados que os compradores nacionais, mas nos últimos dias, as tradings
limitaram um pouco seu apetite por novas aquisições. Neste contexto, o mercado caminha a passos lentos, com operações pontuais. Na região Sul, os
poucos negócios reportados ocorreram em algumas regiões do RS e SC. No PR, ambiente calmo. No Sudeste, os preços locais se mostraram mais
fragilizados no interior paulista com a entrada de oferta do Centro-Oeste. No Centro-Oeste, o mercado spot segue truncado e com preços nominais. As
vendas antecipadas seguem travadas diante da cautela dos agentes.
Comentários
Embarques de milho no Brasil ganham intensidade e perspectiva para o mês de outubro aponta para volumes recordes. De acordo com dados divulgados
pela Secretária do Comércio Exterior (SECEX), foram embarcadas 1,4 milhão de toneladas do cereal nas duas primeiras semanas de outubro (01 a 11) num
período de sete dias uteis. O montante embarcado resultou num fluxo médio diário de 200,4 mil toneladas do cereal. O resultado representa um
recuperação no ritmo diário dos embarques frente a setembro passado quanto resultaram em 164,5 mil toneladas e 45% superior a igual período de 2014.
De certa forma, o resultado do período já começa a se mostrar mais representativo, sobretudo num momento onde o país passa a depender de forma
decisiva das exportações a fim de diminuir os elevados estoques nacionais. Caso o ritmo dos embarques diários se mantenham, oBrasil deverá embarcar
mais de 4 milhões de toneladas no mês de outubro. O volume de exportações de milho registrado deverão aumentar ainda mais nas próximas semanas,
com o cereal se tornando a principal pauta das exportações brasileiras em função comportamento cambial e dos preços do cereal no mercado externo
elevarem a competitividade do produto brasileiro. Atualmente, às oscilações do dólar frente ao real tem ditado o fluxo de compra e venda no país. Os
preços dos fretes rodoviários no Brasil não subiram tanto ao passo que os fretes marítimos para os principais destinos do milho brasileiro estão
competitivamente mais baixos, o que somado ao elevado dólar frente ao real garantirão uma maior participação do produto no cenário externo. Para a
temporada 2014/15, as exportações brasileiras de milho deverão somar volumes entre 26 e 28 milhões de toneladas, superior ao ciclo anterior (20,9 milhões
de toneladas). Alguns agentes chegam a especular embarques de até 30 milhões de toneladas.
16 3626-0029 / 98185-4639 / contato@assovale.com.br
Criação de sites GS3