Bolsa de Chicago (CBOT)
Depois de três sessões consecutivas de alta, os contratos futuros de soja voltaram a trabalhar do lado negativo da tabela, tendo encerrado o pregão
desta quinta-feira com perdas generalizadas. A soja para novembro/15 cedeu 9,75 centavos de dólar no fechamento do dia, para US$8,81¼/bushel,
muito próximo da mínima diária de US$8,8/bushel. Na sessão desta quinta-feira, os agentes do mercado optaram por embolsar lucros ao atentar os
resultados das vendas de soja dos EUA e maior disposição dos produtores norte-americanos em elevar as ofertas de venda do grão. Os produtores
norte-americanos, que permaneciam retraídos, voltaram a participar mais intensamente do mercado, aproveitando-se das altas dos últimos dias.
Apesar da manutenção de bons volumes das vendas externas, o ritmo ainda não caracterizou um maior consistência pelo produto originado nos
EUA, dada a competitividade do oleaginosa sul-americana. Paralelamente, a colheita da safra norte-americana de soja avança a todo vapor graças
as boas condições de tempo seco sobre o Meio Oeste, ao passo que os rendimentos ainda são satisfatórios e acima das expectativas para algumas
regiões do país.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa também operaram do lado negativo da tabela, em linha com as quedas
verificadas nos valores internacionais da commodity. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana,
com vencimento em novembro/15, encerrou o dia cotado a US$19,42/saca, com recuo diário de 1,12% em relação ao fechamento da sessão passado,
ao passo que o vencimento maio/16 teve queda de 0,90%, a US$19,72/saca. O mercado, de maneira geral, buscou a realização de lucro após os
sucessivos ganhos acumulados nos dias anteriores. As expectativas seguem com relação aos novos dados do USDA.
Dólar (US$)
O dólar derreteu e fechou abaixo de R$3,80 nesta quinta-feira, menor nível em pouco mais de um mês, após a ata do Federal Reserve reforçar
apostas de que o banco central norte-americano só elevará os juros no ano que vem, o que tende a favorecer mercados emergentes como o Brasil.
A notícia deu mais combustível ao apetite por risco que vem predominando nos últimos dias nos mercados globais. A moeda norte-americana
vinha recuando contra o real desde cedo, um dia após o Tribunal de Contas da União rejeitar as contas do governo do ano passado, decisão
amplamente esperada pelo mercado. O dólar recuou 2,17%, a R$3,7931 na venda, menor fechamento desde 3 de setembro, quando ficou em
R$3,7598. A ata da reunião de setembro do Fed mostrou que acredita que a economia estava próxima de justificar aumento de juros em setembro,
mas integrantes decidiram que era prudente esperar por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando os EUA dos trilhos.
A perspectiva de manutenção dos juros quase zerados nos EUA sustenta a atratividade de investimentos em países emergentes, que oferecem taxas
mais altas. Após mostrar alguma volatilidade no início dos negócios, refletindo preocupações dos investidores com a situação política no Brasil, o
dólar firmou queda ante o real durante a manhã. O parecer do TCU será enviado ao Congresso Nacional, que tem a responsabilidade para aprovar
ou não as contas do Executivo, e uma rejeição pode dar força a eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff por crime
de responsabilidade fiscal. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira que acha difícil a
Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso apreciar ainda neste ano o parecer do TCU.
Mercado Interno
No Brasil, o volume de negócios no mercado físico da soja seguiu praticamente nulo. A junção negativa ocasionada pela queda nos preços da
oleaginosa em Chicago associada a fragilidade do dólar frente a moeda brasileira elevaram a pressão baixista no mercado do grão. Por outro lado,
a pressão baixista repercutiu muito mais sobre os valores sinalizados para a nova safra, já que o mercado spot ainda trabalha numa condição
ligeiramente diferenciada. De certa forma, o fluxo das comercializações envolvendo lotes remanescentes passou a depender muito mais de
condições peculiares de oferta e demanda entre as principais praças do país. A oferta de grão da safra velha está mais restrita ao passo que a disputa
entre as processadoras e tradings que buscam finalizar seus últimos carregamentos do ano cresceu em algumas importantes localidades. Os preços
dos derivados de soja nos mercados internos e externos seguem elevados e garantindo boas margens de processamento. Nitidamente, já se verifica
que as indicações de compra no spot se deslocaram da paridade de exportação, e mesmo havendo pressão externa, os recuos contabilizados seguem
limitados. Na maioria dos casos, para tentar efetivar os negócios, os compradores nacionais buscam negociar prazos de entrega e pagamento a fim
de se aproximar os valores de compra dos de venda. Diante desse contexto, os negócios no spot evoluíram de forma lenta ao passo que as vendas
futuras estão praticamente paralisadas.
Comentários
Nesta quinta-feira, o USDA trouxe seus novos números de vendas semanais de soja grão pelos EUA para exportação que, mais uma vez, superaram
2 milhões de toneladas entre as safras atual e 2016/17. De acordo com o departamento, o saldo das comercializações junto ao mercado internacional
com entrega agendada na safra 2015/16 na semana encerrada em 01 de outubro totalizaram 1,28 milhão de toneladas, um volume expressivo que
veio acima das expectativas do mercado que projetava volumes entre 700 mil e 1,2 milhão de toneladas. Desse total, a maior parte foi adquirida
pela China, que no período fez a aquisição de 683,5 mil toneladas do grão. Por outro lado, o volume das vendas acumuladas na safra em curso
seguem ainda lentas comparativamente a igual período do ano passado. Até agora, o volume comercializado para exportação norte-americana
somam 21,93 milhões de toneladas, 26% inferior ante 29,7 milhões de toneladas contratadas no mesmo período do ano passado. Porém, deve-se
considerar que no ano passado o ritmo foi recorde, num cenário de safra anterior fraca e entrada da colheita que seria a maior da história até então.
Além disto, neste ano, a grande safra da América do Sul e, sobretudo, com a maior competitividade do Brasil via câmbio, está atraindo
momentaneamente a atenção dos importadores, esgotando os estoques de passagem no país. Em nove meses, as exportações brasileiras já somaram
52% da produção nacional. As vendas externas com entrega na safra 2016/17 somaram 995,6 mil da nova safra, onde a China foi o principal destino.
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