Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros de milho na bolsa de Chicago estenderam nesta quinta-feira um recuo de máximas de 10 semanas atingidas na sessão anterior,
pressionados por um afluxo de nova oferta das colheitas dos EUA e realização de lucros antes da divulgação do altamente esperado relatório sobre as
safras do Departamento de Agricultura (USDA).Mais cedo na semana, os preços dispararam por expectativas de que o USDA cortaria as estimativas de
produção de milho, mas não teve fôlego para manter os ganhos numa reviravolta de liquidação de posições e realização de lucro. O milho para
dezembro/15 teve queda de 1,1%, ou com queda 4,50 centavos de dólar, encerrando a US$3,91¼/bushel após se elevar para próximo de US$4/bushel na
quarta-feira, a máxima para o primeiro contrato desde 24 de julho.O tempo seco acelerando as colheitas demilhonos EUA fez pressão nos mercadospelo
fato de elevar a disponibilidade de produto no mercado físico.Os relatórios de outubro do USDA são considerados particularmente importantes porque
a colheita está ativamente em progresso e as estimativas de produção incorporam dados de alguns lotes. As expectativas de safra cheia eleva a disputa
pela demanda global pelo grão.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespaencerraram mais um pregãocom variações mistas em meio a ajustes de posições
de olho no dólar e no fluxo das exportações brasileiras. Ovencimento novembro/2015, o qualbaliza o mercado spot,encerrou o dia cotado a R$33,99/saca,
commodesto ajuste negativo de0,06%em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que ovencimento maio/16, registrou ganhodiáriode 0,38%,
cotado a R$34,47/saca.As quedas acumuladas no dólar sobre a moeda nacional tem balizado os comportamento dos preços futuros do milho no Brasil.
Porém, os agentes limitaram seus movimentos de liquidação de olho na redução da área plantada com milho verão, clima irregular e fluxo dos embarques
do produto ao exterior.
Dólar (US$)
O dólar derreteu e fechou abaixo de R$3,80 nesta quinta-feira, menor nível em pouco mais de um mês, após a ata do Federal Reserve reforçar apostas de
que o banco central norte-americano só elevará os juros no ano que vem, o que tende a favorecer mercados emergentes como o Brasil. A notícia deu mais
combustível ao apetite por risco que vem predominando nos últimos dias nos mercados globais. A moeda norte-americana vinha recuando contra o real
desde cedo, um dia após o Tribunal de Contas da União rejeitar as contas do governo do ano passado, decisão amplamente esperada pelo mercado. O
dólarrecuou 2,17%, a R$3,7931 na venda, menor fechamento desde 3 de setembro, quando ficou em R$3,7598. A ata da reunião de setembro do Fed
mostrou que acredita que a economia estava próxima de justificar aumento de juros em setembro, mas integrantes decidiram que era prudente esperar
por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando os EUA dos trilhos. A perspectiva de manutenção dos juros quase zerados nos
EUA sustenta a atratividade de investimentos em países emergentes, que oferecem taxas mais altas. Após mostrar alguma volatilidade no início dos
negócios, refletindo preocupações dos investidores com a situação política no Brasil, o dólar firmou queda ante o real durante a manhã. O parecer do TCU
será enviado ao Congresso Nacional, que tem a responsabilidade para aprovar ou não as contas do Executivo, e uma rejeição pode dar força a eventual
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade fiscal. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira que acha difícil a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso apreciar ainda neste ano o parecer
do TCU.
Mercado Interno
No Brasil, a semelhança dos dias anteriores, o volume de negócios no mercado do milho continuaram pontuais. A pressão baixista exercida pela
fragilidade da paridade externa continuou a gerar impactos negativos na formação dos valores internos. De maneira geral, os compradores passaram a
limitar seus processos de compra de olho no comportamento dos exportadores. No caso das tradings, o foco é acompanhar os desdobramentos do dólar
com os efeitos das decisões políticas-econômicas no Brasil e no exterior, sobretudo nos EUA. Diante desse contexto, o fraco interesse comprador abriu
espaço para recuos nos preços, o que afugentou boa parte da ponta vendedora dos negócios. Capitalizados e a espera de reviravoltas no câmbio, os
produtores também limitaram suas ofertas de venda. O elevado volumes dos negócios antecipados e o foco em concluir os últimos preparativos para
plantio da safra verão também diminuiu a liquidez dos negócios. Diante desse contexto, o fluxo de comercialização evolui de forma muito limitada.
Embora os preços ainda gera condições interessantes de margem de venda, foram poucos os produtores que foram aos negócios. Nos terminais portuários,
as indicações de compra variaram entre R$33,00/saca e R$35,00/saca, dependendo do prazo para entrega e pagamento. No interior do país, alguns reportes
isolados nas regiões Sul e Sudeste do país. Compradores relataram que conseguiram fixar algumas compras. Nas demais regiões mercado do país nominal
diante do fraco registro de acordos.
Comentários
Em seu relatório semanal de vendas norte-americanas de milho para o mercado externo, o USDA apresentou números próximo das expectativas do
mercado. De acordo com o departamento, até a semana encerrada no dia 01 de outubro, as vendas de milho dos EUA ao mercado externo, safra 2015/16,
somaram 519,7 mil toneladas de milho, uma retração de 30,5% em relação à semana anterior, quando somaram 748,2 mil toneladas. Os agentes do
mercado apostavam em volume entre 500 mil a 750 mil toneladas do grão. Figurou-se como principais compradores, o México que adquiriu no período
338,3mil toneladas de milho dos EUA, seguido pelo Panamá, com a compra de 52,2mil toneladas. As vendas externas de milho dos EUA, safra 2015/16,
acumuladas neste novo ciclo resultaram num volume 28% inferior ao contratado em igual período da safra passada. No acumulado da temporada em
curso, as vendas do cereal norte-americano totalizaram 11,0 milhões de toneladas, sendo que cerca de 3,2 milhões foram despachadas no país até o
momento. A estimativa de exportação de milho dos EUA para a temporada em curso publicada pelo USDA apontou que o país deverá embarcar 47
milhões de toneladas de milho, contra 47,6 em 2014/15. Necessariamente, a redução no fluxo das vendas de milho dos EUA se deve aos elevados estoques
de milho na América do Sul, sobretudo no Brasil, onde os preços da commodity estão mais baratos aos importadores globais. Um começo muito lento das
vendas externas de milho nos EUA sugere a possibilidade de o USDA revisar suas projeções para exportação de milho no país.
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