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Boletim Diário da Soja | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Boletim Diário da Soja

Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros de soja se recuperaram nesta terça-feira na bolsa de Chicago, conforme operadores cobriram posições vendidas por
preocupações de que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduzirá sua estimativa para o balanço de oferta e demanda de
soja nos EUA. A expectativa dos agentes do mercado é de que os números do relatório trimestral de estoques venham com elevados cortes em
função do nível recorde de processamento da oleaginosa nos EUA na temporada 2014/15. Ao mesmo tempo, neste relatório, o USDA deverá trazer
números mais concretos do real tamanho da área plantada com soja nos EUA nesta novo ciclo. O mercado também repercutiu a queda no índice
de qualidade das lavouras norte-americanas de soja em condições boas e excelentes, o que denota mais um fator que ajustes nas estimativas para o
próximo relatório de outubro de oferta e demanda mundial. Por sua vez, a soja para novembro/15 encerrou próximo da máxima do dia em alta de
7,50 centavos de dólar, ou 0,9%, a US$8,84¼/bushel.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta terça-feira com pequenas variações positivas,
acompanhando o comportamento do mercado internacional. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa norteamericana,
com vencimento em novembro/15, encerrou o dia cotado a US$19,49/saca, com ganho diário de 0,88% em relação ao fechamento da
sessão passado, ao passo que o vencimento maio/16 teve alta de 0,51%, a US$19,68/saca. A referência internacional da soja se mostrou mais positiva
nesta terça-feira em meio a movimentos técnicos de recomposição de carteiras diante da perspectiva de cortes na projeção para a safra de soja nos
EUA por parte do USDA.
Dólar (US$)
O dólar recuou sobre o real nesta terça-feira, dia marcado por forte volatilidade, oscilando ao sabor de especulações sobre a possibilidade de o Banco
Central atuar no mercado à vista e reagindo com alívio aos números melhores que o esperado sobre as contas públicas brasileiras. O dólar recuou
1,23%, a R$4,0591 na venda. Na mínima deste pregão, o dólar chegou a cair 2,37%, a R$4,0123, e na máxima, subiu 1,11%, a R$4,1551. O BC reforçou
sua intervenção nos últimos dias com leilões de novos swaps cambiais e de venda de dólares com compromisso de recompra, mas não atuou até
agora no mercado à vista. Operadores acreditam que o BC não quer mexer nas reservas internacionais para evitar mais rebaixamentos da nota de
crédito do Brasil, apesar da volatilidade recente e da alta do dólar, que tende a pressionar a inflação ao encarecer importados. Na semana passada,
o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que "todos os instrumentos estão à disposição do BC". Segundo operadores, parte do mercado
tentava pressionar a autoridade monetária a usar as reservas para favorecer suas posições, em busca de ganhos financeiros, o que corroborou a
volatilidade desta sessão. Também contribuiu para a queda do dólar nesta sessão o déficit primário de 5,081 bilhões de reais registrado pelo governo
central em agosto, que surpreendeu positivamente os agentes do mercado. O reequilíbrio das contas públicas é a principal meta do governo em
sua missão de evitar que o Brasil perca seu selo de bom pagador com outras agências além da Standard & Poor's.
Mercado Interno
No Brasil, apesar de o comportamento cambial ter atrapalhando na formação dos preços do mercado físico, as condições ainda se mostraram
atraentes para gerar modesta melhora na dinâmica dos negócios. Em algumas praças, sobretudo naquelas onde estão localizadas os maiores
aglomerados de processadoras, a demanda por lotes remanescentes ainda demonstra consistência. Para tentar garantir efetivações e alinhar os
preços de compra e venda, os compradores nacionais optaram por pagamento no prazo de 45 dias e para o mês de janeiro de 2016. Tradings
exportadoras que ainda necessitam de cobertura de carregamentos também chegam a pedir prazos, mas as condições cambiais ainda favorecem as
compras no spot. Neste contexto, os negócios evoluíram bem em algumas região do Sul do país e Centro-Oeste. Já em relação as vendas visando
lotes da nova safra, os reportes de negócios se concentraram no período da manhã, quando a soma positiva de dólar e Chicago em alta dava força
a formação de preços elevados. Vendedores aproveitaram o momento para efetivar novos negócios. Destaque para bons volumes de operações
antecipadas no RS, MG, MT e algumas praças do MAPITO.
Comentários
De acordo com o relatório mensal do Ministério da Agricultura da Argentina, o processamento de soja pelas indústrias situadas no país alcançaram
um recorde histórico de pouco mais de 27,5 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a agosto de 2015, um avanço de 6,9% em relação aos
25,8 milhões de toneladas em igual período análogo de 2014. Em agosto passado foram processadas 4,3 milhões de toneladas de soja grão, o volume
que representou uma queda de 10,6% em relação ao mês de julho, quando as processadoras haviam esmagado 4,7 milhões de toneladas do grão.
Em relação a igual período de 2014, o resultado de 2015 representa um incremento de 21,7%. A Argentina é o maior fornecedor global dos derivados
da oleaginosa e tem gradativamente elevado sua produção de farelo e óleo de soja tanto em função da firme demanda externa como por parte do
setor de biodiesel no país. O volume esmagado de soja nos primeiros oito meses de 2015 renderam 20,8 milhões de toneladas de farelo, 6,7% superior
ao ano passado e; 5,3 milhões de toneladas de óleo de soja, 9,8% a mais que o acumulado de janeiro a agosto de 2014. Paralelamente, estima-se que
no acumulado de janeiro a agosto de 2015, as exportações da Argentina de farelo de soja somaram um recorde histórico de 17,5 milhões de toneladas
ao passo que as vendas externas de óleo de soja totalizaram mais de 3,5 milhões de toneladas, 7% e 25% superior à período análogo de 2014. O país
vizinho havia elevado a capacidade instalada de esmagamento através de investimentos impulsionados pelo programa de biodiesel, mas também
possuía um elevado grau de ociosidade em muitas fábricas em função dos problemas com sucessivas quebras de produção ou por dificuldades de
oferta em função da competição com o exterior. Com a maior demanda do biodiesel somada a firme demanda externa por farelo, houve uma maior
procura por soja grão. A enorme produção de soja na temporada 2014/15, em 61 milhões de toneladas, deverá colaborar para um processamento
recorde no país neste ano de 2015.

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