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Meta do País para mudanças climáticas estimulará pouco setor de cana

A meta do Brasil para reduzir emissões de gases do efeito estufa até 2030 deve garantir poucos estímulos ao setor sucroenergético para produção de etanol e cogeração de eletricidade.
Com base no Balanço Energético Nacional de 2015, Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, diz que, atualmente, a participação de energia de cana-de-açúcar no total da oferta interna é de 15,7%, porcentual que deve subir para apenas 16% em 15 anos. "Isso é muito pouco, pois o Brasil poderia fazer mais. O plano do governo é deixar o setor do tamanho que ele tem hoje", afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
No domingo, 27, durante discurso na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Desenvolvimento Sustentável, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff propôs que o Brasil corte as emissões de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, ambos os valores relativos aos níveis de 2005.
O item faz parte da INDC brasileira, sigla em inglês no jargão climático para o conjunto de compromissos que os países têm de propor para mudanças climáticas.
Conforme Nastari, o aumento no consumo de etanol observado neste ano não pode ser considerado uma tendência na utilização do combustível renovável, menos poluente que a gasolina.
Para ele, esse incremento advém em grande parte da crise no mercado de açúcar, que desestimula a fabricação do alimento, em favor do álcool. "Mas quando esse mercado se recuperar, a proporção de cana destinada à etanol e bioeletricidade vai cair", afirmou. De janeiro a agosto, o consumo de etanol foi 41,4% maior na comparação com igual intervalo do ano passado, acrescentou o presidente da Datagro.

Fonte: Estadão Conteudo