A colheita de cana-de-açúcar pelas usinas e destilarias do Centro-Sul foi severamente prejudicada pelas chuvas intensas registradas nas principais regiões produtoras na primeira quinzena de setembro.
Com isso, a quantidade esmagada nesse período atingiu apenas 29,58 milhões de toneladas, queda de 25,93% em relação ao valor registrado na mesma quinzena de 2014 (39,93 milhões de toneladas) e expressiva retração de 37,39% no comparativo com o volume processado na segunda metade de agosto deste ano (47,24 milhões de toneladas).
No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até 15 de setembro, a moagem alcançou 403,81 milhões de toneladas, contra 412,62 milhões de toneladas registradas na mesma data da safra anterior.
O diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, explica que “o volume final de cana-de-açúcar a ser processado na safra 2015/2016 vai depender do ritmo de moagem observado no Estado de São Paulo nos próximos meses, pois a moagem está bastante atrasada”. A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades paulistas até o momento está 20 milhões de toneladas aquém do índice verificado na safra 2014/2015, explicou Rodrigues.
Qualidade da matéria-prima
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar processada atingiu 149,26 kg nos primeiros 15 dias de setembro, ante 145,92 kg registrados na segunda metade de agosto e 149,64 kg verificados na mesma quinzena da safra 2014/2015.
No acumulado desde o início da moagem em 2015/2016 até 15 de setembro, o teor de ATR por tonelada de matéria-prima totalizou 130,90 kg, contra 134,48 kg apurados em igual período do ano passado.
Produção de açúcar e de etanol
Seguindo a tendência observada nas últimas quinzenas, a proporção de matéria-prima destinada à fabricação de açúcar na primeira quinzena de setembro (40,01%) manteve-se consideravelmente abaixo do nível observado na mesma data da safra 2014/2015 (43,94%).
Com isso, a produção de açúcar nos primeiros quinze dias do mês atingiu apenas 1,68 milhão de toneladas, com recuo de 32,73% em relação as 2,50 milhões de toneladas verificadas em 2014. A produção de etanol, por sua vez, atingiu 1,56 bilhão de litros na quinzena, sendo 597,66 milhões de etanol anidro e 959,08 milhões de hidratado.
Para Rodrigues, “apesar da desvalorização do Real observada nas últimas semanas, os números indicam que as unidades continuam priorizando a produção de etanol, confirmando a expectativa de safra mais alcooleira”.
No acumulado desde o início da safra até 15 de setembro, a produção de açúcar alcançou 20,89 milhões de toneladas, com queda de 10,92% no comparativo com a safra 2014/2015. A produção de etanol, em sentido contrário, totalizou 18,21 bilhões de litros, com leve alta de 0,54% no comparativo com igual período da safra anterior.
Do volume total de etanol produzido, 6,69 bilhões de litros referem-se ao etanol anidro e 11,52 bilhões de litros ao etanol hidratado, cuja produção até 15 de setembro de 2015 registra alta de 11,25% na comparação com o mesmo período da safra 2014/2015.
Vendas de etanol
As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul continuam aquecidas. Na primeira quinzena de setembro, o volume comercializado pelos produtores atingiu 1,24 bilhão de litros, com crescimento de 19,65% em relação ao montante vendido na mesma quinzena de 2014.
Deste total comercializado nos primeiros quinze dias de setembro, 72,12 milhões de litros direcionaram-se à exportação e 1,17 bilhão de litros ao mercado doméstico.
Especificamente em relação ao volume de etanol hidratado comercializado no mercado interno, este somou 767,45 milhões de litros na primeira metade de setembro deste ano, frente a 560,47 milhões de litros registrados no mesmo período da safra 2014/2015 – crescimento de 36,93%.
As vendas internas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 404,15 milhões de litros na primeira quinzena de setembro, contra 423,72 milhões de litros apurados no mesmo período de 2014.
O diretor da UNICA esclarece que “o ritmo de vendas de etanol hidratado no mercado doméstico durante esses meses de safra decorre da ampliação da competitividade do biocombustível frente a gasolina e da dificuldade de armazenagem do produto por muitas unidades produtoras sem caixa para manter a operação”. A linha de financiamento disponibilizada para a estocagem de etanol chegou tarde e apresenta condições pouco atrativas, dificultando a tomada do recurso pelos produtores aptos, acrescentou o executivo.
Fonte: UNICA
16 3626-0029 / 98185-4639 / contato@assovale.com.br
Criação de sites GS3