Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago cederam nesta terça-feira, com recuos ocasionados por uma rodada de realização de lucro
por fundos de investimentos. O milho para dezembro/15 encerrou em perda de 4,0 centavos de dólar, a US$3,80½/bushel. As quedas no mercado do milho
foram ocasionadas pelo avanço da colheita nos EUA em meio as condições climáticas favoráveis ao progresso dos trabalhos de campo. Os rendimentos
das primeiras áreas colhidas seguem muito irregulares entre as principais regiões produtoras do país. Porém, os temores de uma redução da demanda
pelo produto norte-americano por parte do setor exportador em função da maior competitividade do cereal originado em outros países, sobretudo o
Brasil, em função do comportamento cambial gerou impactos negativos maiores sobre os preços. O Brasil, especificamente, trabalha com uma paridade
muito mais vantajoso que os EUA, o que deverá fazer com que o produto brasileiro ganhe importantes mercados antes dominado pelo americano.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerraram a sessão desta terça-feira com perdas em meio a movimentos de
liquidação de posições diante da fragilidade dos preços internacionais. O vencimento novembro/2015, o qual passou a balizar os contratos com lotes da
segunda safra brasileira encerrou o dia cotado a R$35,73/saca, com desvalorização de 1,08% em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que o
vencimento maio/16, registrou recuo diário de 0,78%, cotado a R$35,71/saca. Apesar da forte valorização do dólar frente ao real manter o nível de
competitividade do produto brasileiro no mercado internacional, as quedas nos valores externos do cereal desencadearam movimentos de queda no
Brasil. Além de técnico, os recuos deixaram os agentes mais cautelosos.
Dólar (US$)
O dólar fechou no nível mais alto na história nesta terça-feira, catapultado pelas incertezas sobre a situação fiscal e turbulências políticas no Brasil e pela
perspectiva de alta de juros nos EUA ainda neste ano. O dólar avançou 1,83%, a R$4,0538 na venda, superando o recorde anterior de R$3,99, de outubro
de 2002. Na época, a moeda norte-americana foi impulsionada, entre outros, pelas perspectivas de que o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) seria eleito, algo que não agradava o mercado financeiro. Na máxima dessa sessão, o dólar alcançou R$4,0681, recorde histórico intradia e,
desde o início do ano, acumula avanço de 52,47%. No curto prazo, a maior preocupação dos investidores é que o Congresso Nacional derrube o veto ao
reajuste dos servidores do Judiciário, dificultando ainda mais o ajuste das contas públicas. A incerteza fiscal alimentou apostas de que o país poderia perder
o selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's. Nesta manhã, porém, o analista da Moody's Mauro Leos
afirmou que o Brasil ainda está em condição melhor do que países que perderam o selo de bom pagador. O panorama externo tampouco ajudou o ânimo
dos investidores. O dólar subia globalmente após uma série de integrantes do Federal Reserve, banco central norte-americano, ressaltarem na véspera que
podem dar início ao aperto monetário ainda neste ano, depois de postergar na semana passada esse movimento em meio a preocupações com a economia
global. O salto da moeda dos EUA também deu força às apostas nas mesas de câmbio de que o BC pode ampliar ainda mais sua intervenção, uma vez
que cotações mais altas tendem a pressionar a inflação já elevada. Na véspera, o BC realizou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra,
mas o dólar ainda marcou o segundo maior fechamento contra o real na história.
Mercado Interno
No Brasil, os valores do milho no mercado físico registraram novas altas e, mesmo naquelas regiões onde os preços não reagiram, o ambiente foi de firmeza.
De certa forma, o fôlego para as altas é fundamentado na escalada altista do dólar, que além de proporcionar uma maior competitividade para o produto
brasileiro no cenário internacional, serve de estilo às exportações. Na safra 2014/15, o Brasil teve a sua maior produção de milho da história e, isto em função
da segunda safra. Diante da maior oferta de produto vinda do campo e consequente aumento dos estoques nacionais, a conjuntura baixista foi totalmente
neutralizadas pela velocidade em que se deu as comercializações antecipadas e pela escalada do dólar que criou a possibilidade de embarques recorde. O
quadro desenhado em 2015 ainda tem exercido forte influência na sustentação dos preços do milho no mercado spot, sobretudo diante da perspectiva de
queda na área plantada com milho na safra verão. O País passa a depender de forma decisiva da produção de segunda safra, mesmo esta sendo mais
sujeita a riscos climáticos. Nas principais zonas portuárias, os negócios variaram entre R$35,00/saca e R$36,00/saca, em ambiente firme de preço. Há muito
milho para nos portos em meio a enorme fila de navios para carregar. No interior do país, o dia também foi de preços firmes e bons volumes de negócios
no mercado spot. Em relação as vendas antecipadas, os negócios também evoluíram em função dos elevados preços para colheita em agosto de 2016.
Comentários
Nesta última segunda-feira, o relatório de acompanhamento de safra de milho no EUA, 2015/16, o USDA não apresentou, novamente, mudanças nas
condições das lavouras. Os índices de plantações boas ou excelentes condições ainda representa 68% da área total semeada, mesmo número da semana
anterior. Na comparação com igual período do ano passado, esse índice era de 74%. Já para as plantações norte-americanas em condições ruins e muito
ruins representam 10% da área semeada, contra 7% em igual período do ano passado; ao passo que as áreas em condições regulares perfazem 22%, contra
19% na mesma data de 2014. Quanto aos estágios das plantas, o USDA afirmou que 94% da área de milho encontram-se na fase de maturação, contra 87%
da semana passada, 89% do ano anterior e 93% da média histórica; 53% da área plantada estão aptas a colheita, contra 40% do ano anterior e 56% na média
histórica. Quanto a colheita, o USDA informou que os trabalhos de campo cobriram cerca de 10% da área, contra 5% da semana passada, 7% do ano
anterior e 15% da média histórica. Os rendimentos das lavouras colhidas estão variando entre abaixo e acima da média projetada pelo USDA, em 177
sacas por hectare, condição que ainda deverá conferir mais uma safra cheia. Outra informação importante foi dada pelo serviço de monitoramento de
safras da União Europeia (Mars, na sigla em inglês), o qual aumentou nesta semana sua estimativa para a produtividade de milho na colheita deste ano
na União Europeia, para 6,43 toneladas por hectare ante 6,40 estimadas mês passado. O Mars, que havia cortado sua produtividade de milho diversas
vezes por causa das condições climáticas quentes e secas no bloco, disse em um relatório mensal que as chuvas do final de agosto e neste mês em algumas
partes da Europa Ocidental têm sido benéficas para os cultivos verificado pela Agencia Reuters. As produtividades ainda serão 20,4% inferiores às
registradas no ano passado e 8,5% abaixo da média de cinco anos. O órgão deixou inalterada a expectativa para a produtividade de trigo "soft", a 5,81 t/ha,
uma queda de 5,4 por cento em 2014.
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