Bolsa de Chicago (CBOT)
Os valores dos contratos futuros da soja caíram nesta terça-feira na bolsa de Chicago, sob a pressão do avanço da colheita no Meio Oeste dos EUA,
assim como por realização de lucros, após subirem no dia de ontem. A soja para novembro/15 encerrou em baixa de 12,50 centavos de dólar, a
US$8,61¾/bushel. A queda no dia na posição spot da soja apagou todos os ganhos da segunda-feira e levou o preço do primeiro contrato para uma
mínima de seis anos e meio. Boas condições climáticas e associada aos relatos de elevados rendimentos nas áreas colhidas que aumentaram as
expectativas de que produtores dos EUA colham uma safra grande nas próximas semanas. A fraqueza da moeda brasileira aumentou a pressão
sobre o mercado de soja, o que poderá acirrar ainda mais a disputa pela demanda externa entre EUA e Brasil. O Real atingiu uma baixa histórica
nesta terça-feira, enfraquecendo para mais de R$4 por dólar, em renovadas preocupações do mercado sobre os cenários econômico e político do
Brasil, que estão cada vez mais complicados. Um dólar mais forte frente ao real tende favorecer vendas externas do Brasil e consolida-lo como o
maior exportador global da oleaginosa, condição que aumenta a pressão sobre os EUA.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a semana com perdas generalizadas e acentuadas, pressionados
pela desvalorização da oleaginosa no cenário internacional. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa norteamericana,
com vencimento em novembro/15, encerrou o dia cotado a US$18,99/saca, com recuo diário de 1,45% em relação ao fechamento da
sessão passado, ao passo que o vencimento maio/16 teve queda de 1,23%, a US$19,27/saca. A referência internacional da soja cederam em meio ao
avanço da colheita nos EUA, onde os primeiros resultados de produtividade estão acima das expectativas do mercado.
Dólar (US$)
O dólar fechou no nível mais alto na história nesta terça-feira, catapultado pelas incertezas sobre a situação fiscal e turbulências políticas no Brasil e
pela perspectiva de alta de juros nos EUA ainda neste ano. O dólar avançou 1,83%, a R$4,0538 na venda, superando o recorde anterior de R$3,99,
de outubro de 2002. Na época, a moeda norte-americana foi impulsionada, entre outros, pelas perspectivas de que o então candidato à Presidência
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria eleito, algo que não agradava o mercado financeiro. Na máxima dessa sessão, o dólar alcançou R$4,0681, recorde
histórico intradia e, desde o início do ano, acumula avanço de 52,47%. No curto prazo, a maior preocupação dos investidores é que o Congresso
Nacional derrube o veto ao reajuste dos servidores do Judiciário, dificultando ainda mais o ajuste das contas públicas. A incerteza fiscal alimentou
apostas de que o país poderia perder o selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's. Nesta manhã,
porém, o analista da Moody's Mauro Leos afirmou que o Brasil ainda está em condição melhor do que países que perderam o selo de bom pagador.
O panorama externo tampouco ajudou o ânimo dos investidores. O dólar subia globalmente após uma série de integrantes do Federal Reserve,
banco central norte-americano, ressaltarem na véspera que podem dar início ao aperto monetário ainda neste ano, depois de postergar na semana
passada esse movimento em meio a preocupações com a economia global. O salto da moeda dos EUA também deu força às apostas nas mesas de
câmbio de que o BC pode ampliar ainda mais sua intervenção, uma vez que cotações mais altas tendem a pressionar a inflação já elevada. Na
véspera, o BC realizou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas o dólar ainda marcou o segundo maior fechamento contra
o real na história.
Mercado Interno
No Brasil, o dólar, mais uma vez, ditou o ritmo das altas no mercado físico da soja nesta terça-feira, embora a queda de dois dígitos nos preços
internacionais da commodity tenha limitado as altas. Pela primeira vez, a moeda norte-americana rompeu e fechou o mercado acima de R$4,
desencadeando um forte movimento de alta nos preços internos. Os ganhos foram quase que generalizando, contaminando também as operações
visando lotes da nova safra. De certa forma, as perdas em Chicago serviram apenas para minimizar as altas e trazer maior cautela entre os
compradores. Apesar da clara condição favorável para o complexo soja no que tange ao mercado externo, vale ressaltar que as sucessivas
valorizações são vistas com certa cautela, sobretudo diante de um crise que vive o Brasil e um economia claudicante na China. Mesmo assim, os
preços no mercado spot subiram de forma significativa, mas ainda geraram negociações limitadas. A ponta vendedora busca regular o ritmo dos
negócios envolvendo lotes remanescentes, já que lhe restou foi pouco. Tradings e algumas indústrias esmagadoras ainda demonstram um forte
apetite por estas ofertas da safra velha, num momento onde o ritmo dos embarques ainda apresenta consistência e existe necessidade de recompor
estoques junto as plantas processadoras antes do período de manutenção. O destaque também foi para os elevados preços para lotes da safra
2015/16, onde o momento se mostrou oportuno para realização de novos negócios.
Comentários
Os embarques de derivados de soja em setembro voltaram a ganhar intensidade. Nos cinco dias uteis da terceira semana do mês corrente, foram
embarcados 332,3 mil toneladas de farelo de soja, elevando o acumulado de setembro para 700,7 mil toneladas. Por sua vez, o embarque médio
diário nas três primeiras semana subiu para 53,6 mil toneladas, desempenho 2% superior ao registrado no mês passado, mas 3,5% abaixo do
resultado de igual período do ano passado. De certa forma, a competição pela demanda do mercado externo com grandes ofertas dos EUA e
Argentina segue presente e tem deixado volátil o comportamento das exportações. A demanda interna por parte do setor de proteína animal
também acirrou a disputa pelas disponibilidades do produto, sobretudo depois das quedas nos preços internacionais do derivado. Mesmo assim,
se somado o montante embarcado até agora em setembro com o resto do ano, o Brasil exportou um recorde de 10,9 milhões de toneladas. Para o
óleo, a demanda para biodiesel e alimentos tem sustentado as cotações do produto internamente ao mesmo tempo que concentra o consumo aqui.
A produção de biodiesel no Brasil é recorde devido ao aumento da produção pela elevação da mistura do biodiesel no diesel, passando de B5 para
B7 que começou no mês de novembro de 2014. Estima-se que 80% da produção de biodiesel do país tem a soja como principal matéria-prima.
Porém, em relação ainda com relação ao óleo de soja, o Brasil exportou nas três primeiras semanas de setembro 113,1 mil toneladas do derivado
que, resultou num embarque médio diário de 8,7 mil toneladas, queda ante as 12,4 mil toneladas no mês passado, mas acima das 2,9 mil toneladas
em igual período de 2014. A demanda global por óleo vegetal está crescendo, inclusive para alimentação humana, e uma parcela crescente dessa
procura está sendo suprida pelos óleos de palma e de soja. Esses dois óleos agora respondem por quase dois terços do consumo de óleo vegetal no
consumo de alimentos.
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