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Boletim Diário da Soja | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Boletim Diário da Soja

Bolsa de Chicago (CBOT)
Os valores dos contratos futuros de soja registraram modestas variações no encerramento do pregão desta quarta-feira em meio a movimentos de
ajustes técnicos e lentidão no mercado físico. A soja para novembro/15 teve modesto recuo de 1,75 centavo de dólar, a US$8,87¼/bushel, depois de
atingir uma máxima US$8,95/bushel, maior nível desde julho. Com a chegada da colheita da safra nos EUA, a entrada de maiores ofertas do grão
costuma lançar pressão baixista sobre os preços no mercado físico, num momento onde o clima tem colaborando para o avanço dos trabalhos de
campo. Por outro lado, a pressão baixista é limitada por sinais de uma firme consistência da demanda pela soja. Durante a visita do presidente da
China, Xi Jinping, aos EUA, fontes de indústrias revelaram que um dos intuitos da delegação foi reforçar que o maior comprador de soja do mundo
deverá manter um elevado fluxo de aquisições da oleaginosa norte-americana. Outro fator que limitou as baixas do dia, foi o relatório da Agência
de Serviços aos Produtores Rurais (FSA, em inglês), braço do USDA, que mostrou que o plantio da soja nos EUA deve ficar abaixo das estimativas
do último relatório do departamento americano, em cerca de 900 mil hectares. Tal situação associada a queda na qualidade das lavouras reforçam
a possibilidade de cortes nos novos números de outubro do USDA.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta quarta-feira com pequenas variações em meio a
cautela dos agentes e baixa movimentação nos preços internacionais da oleaginosa. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao
comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento em novembro/15, encerrou o dia cotado a US$19,56/saca, com modesto recuo diário
de 0,15% em relação ao fechamento da sessão passado, ao passo que o vencimento maio/16 teve leve alta de 0,05%, a US$19,73/saca. Os movimentos
do dia tiveram um aspecto técnico como nos últimos dias, visto que o mercado aguarda maiores novidades com relação a relatório de qualidade
das lavouras de soja nos EUA assim como notícias no cenário macroeconômico.
Dólar (US$)
O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, acompanhando o movimento em outros mercados emergentes após crescerem as apostas
de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, deve manter os juros agora. O dólar recuou 0,74%, a R$3,8341 na venda. A moeda norteamericana
também perdeu terreno contra outras divisas. Vinham crescendo nas últimas semanas as incertezas sobre a possibilidade de o Fed
promover a primeira alta de juros em quase uma década. Embora a recuperação da maior economia do mundo tenha dando sinais de força, as
turbulências financeiras recentes nos mercados globais, vindas com temores de desaceleração da China, e a inflação persistentemente baixa nos
EUA injetaram dúvidas no mercado. Nesta manhã, foi divulgado que os preços ao consumidor dos EUA caíram inesperadamente em agosto,
alimentando as apostas de que o Fed deve esperar mais um pouco para começar seu aperto monetário. Juros mais altos nos EUA podem atrair para
a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países como o Brasil, pressionando os ativos financeiros locais. Nesta sessão, o
enfraquecimento do dólar nos mercados externos também foi influenciado pelo avanço das ações na China, de quase 5%, em meio a suspeitas de
intervenção do governo. O movimento atenuou um pouco as preocupações com a desaceleração da economia da China, referência para
investidores em mercados emergentes. No cenário local, a perspectiva de o governo enfrentar dificuldades para aprovar no Congresso medidas do
pacote fiscal, além do cenário político conturbado, provocavam cautela. Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos
swaps cambiais que vencem em outubro.
Mercado Interno
No Brasil, os recuos em Chicago associado a fragilidade do dólar geraram impacto negativos na paridade de exportação da soja, mas pouca
influência teve sobre as indicações de compra no mercado spot. A baixa disponibilidade de lotes remanescentes a venda continua garantir firmeza
aos preços, visto que a demanda por parte de algumas tradings e indústrias processadoras continua muito firme. De certa forma, tal condição ainda
conferiu firmeza às indicações de compra embora não se tenha verificado fluxo significativo de negócios durante o dia. Mesmo mantendo seus
preços, os compradores ainda sentem dificuldade em efetivar compras no spot envolvendo lotes em volumes maiores. Para tentar efetivações, estes
agentes buscam negociar prazos mais longos para pagamento ou entrega a fim de alinhar suas ofertas de compra à pedida dos produtores. Nas
principais zonas portuárias do país, a presença de alguns carregamentos a espera de soja mantiveram os preços disponíveis firmes. Basicamente, a
paridade negativa gerou mais impactos sobre as indicações de compra para lotes da nova safra. A volatilidade dos preços, o comportamento
cambial e as preocupações relacionados à desaceleração da economia global, sobretudo na China ainda são fatores que gera cautela no setor. Por
outro lado, vale ressaltar que o elevado volumes comercializado antecipadamente também limita tais operações.
Comentários
Os embarques de derivados de soja em setembro perderam intensidade. Nos cinco dias uteis da segunda semana do mês corrente, foram
embarcados 232,3 mil toneladas de farelo de soja, elevando o acumulado de setembro para 368,3 mil toneladas. Por sua vez, o embarque médio
diário nas duas primeiras semana cedeu para 46,0 mil toneladas, desempenho 12,8% inferior ao registrado no mês passado e 17,5% abaixo do
resultado de igual período do ano passado. De certa forma, a competição pela demanda do mercado externo com grandes ofertas dos EUA e
Argentina segue presente e tem deixado volátil o comportamento das exportações. Ainda é grande o número de navios a espera de soja grão ao
passo que cresce nos terminais portuários aqueles aptos para carregar milho, condição que tem gerado congestionamento. A demanda interna por
parte do setor de proteína animal também acirrou a disputa pelas disponibilidades do produto, sobretudo depois das quedas nos preços
internacionais do derivado. Mesmo assim, se somado o montante embarcado até agora em setembro com o resto do ano, o Brasil exportou um
recorde de 10,5 milhões de toneladas. Para o óleo, a demanda para biodiesel e alimentos tem sustentado as cotações do produto internamente ao
mesmo tempo que concentra o consumo aqui. A produção de biodiesel no Brasil é recorde devido ao aumento da produção pela elevação da
mistura do biodiesel no diesel, passando de B5 para B7 que começou no mês de novembro de 2014. Estima-se que 80% da produção de biodiesel
do país tem a soja como principal matéria-prima. Porém, em relação ao óleo de soja, o Brasil exportou nas duas primeiras semanas de setembro
79,5 mil toneladas do derivado que, resultou num embarque médio diário de 9,9 mil toneladas, queda ante as 12,4 mil toneladas no mês passado,
mas acima das 2,9 mil toneladas em igual período de 2014. Neste contexto, o esmagamento de soja no Brasil segue elevado dada as condições de
demanda, o que eleva a atenção do mercado à redução dos estoques de passagem do grão no país.

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