Bolsa de Chicago (CBOT)
Os valores dos contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago finalizaram mais uma sessão em terreno negativo, pela segunda sessão
consecutiva, em função da colheita e vendas técnicas. O milho para dezembro/15 caiu 4,50 centavos de dólar, para US$3,86/bushel, declinando pela segunda
vez em sete sessões, que havia sido a mais longa série de altas em 11 meses. O mercado do cereal ainda segue repercutindo dados do relatório de
acompanhamento de safra do USDA, o qual frustrou os agentes por não apresentar novos cortes na qualidade das lavouras norte-americanas. O mercado
também passou a atentar a entrada de maiores ofertas do grão diante do avanço da colheita nos EUA. Reportes do campo relataram que o rendimento
das primeiras lavouras colhidas apresentam-se superiores as expectativas, fator que também serviu de influência negativa sobre os preços do grão. A Farm
Service Agency (FSA) reportou novo boletim com números da área total cultivada com o milho nos EUA, que ficou em 34,11 milhões de hectares, contra
os 33,65 milhões de hectares projetados no boletim anterior. As áreas que foram solicitadas a indenização do seguro agrícola subiu de 930 mil para 950 mil
hectares indicados em setembro.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerraram a sessão desta quarta-feira com fortes quedas. O vencimento
novembro/2015, o qual passou a balizar os contratos com lotes da segunda safra brasileira encerrou o dia cotado a R$34,85/saca, com desvalorização de
3,11% em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que o vencimento maio/16, registrou recuo diário de 2,79%, cotado a R$34,51/saca. A pressão
baixista do dia foi influenciada pela forte queda na paridade de exportação em função das fragilidade do dólar frente ao real e recuos nos preços
internacionais do cereal, condição que favoreceu movimentos de realização de lucro. Apesar da recuperação no fluxo dos embarques no Brasil, os agentes
estão mais preocupados com o ritmo, já que levanta duvidadas quanto a capacidade de exportar mais de 26 milhões de toneladas.
Dólar (US$)
O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, acompanhando o movimento em outros mercados emergentes após crescerem as apostas de que
o Federal Reserve, banco central norte-americano, deve manter os juros agora. O dólar recuou 0,74%, a R$3,8341 na venda. A moeda norte-americana
também perdeu terreno contra outras divisas. Vinham crescendo nas últimas semanas as incertezas sobre a possibilidade de o Fed promover a primeira
alta de juros em quase uma década. Embora a recuperação da maior economia do mundo tenha dando sinais de força, as turbulências financeiras recentes
nos mercados globais, vindas com temores de desaceleração da China, e a inflação persistentemente baixa nos EUA injetaram dúvidas no mercado. Nesta
manhã, foi divulgado que os preços ao consumidor dos EUA caíram inesperadamente em agosto, alimentando as apostas de que o Fed deve esperar mais
um pouco para começar seu aperto monetário. Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados
em países como o Brasil, pressionando os ativos financeiros locais. Nesta sessão, o enfraquecimento do dólar nos mercados externos também foi
influenciado pelo avanço das ações na China, de quase 5%, em meio a suspeitas de intervenção do governo. O movimento atenuou um pouco as
preocupações com a desaceleração da economia da China, referência para investidores em mercados emergentes. No cenário local, a perspectiva de o
governo enfrentar dificuldades para aprovar no Congresso medidas do pacote fiscal, além do cenário político conturbado, provocavam cautela. Nesta
manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro.
Mercado Interno
No Brasil, apesar da fragilidade da paridade de exportação em função do dólar mais fraco e queda nos preços do grão no exterior, a demanda ainda
conferiu firmeza às indicações de compra no mercado físico. Os firmes preços oferecidos aos produtores tem garantindo uma maior liquidez aos negócios,
sobretudo com a presença ativa de tradings e compradores do mercado nacional. Nas zonas portuárias, a demanda é ditada pelo crescente número de
navios para carregar milho, com negócios variando entre R$34,00/saca e R$36,00/saca, dependendo do prazo de pagamento e entrega. No interior do país,
por sua vez, os preços dos exportadores seguem mais atrativos que aqueles oferecidos pelos compradores do mercado interno. Para tentar alinhar as
indicações, as demandantes nacionais buscaram diminuir o spread entre os preços a fim de garantir estoques do produto, sobretudo com a perspectiva de
queda na área plantada com milho verão. Na região Sul, a cadeia de proteína animal dita a firmeza dos preços do milho. As exportações são mais presentes
no PR. No Sudeste, o referencial Campinas subiu para R$32,50/saca em função da firmeza dos preços locais. No Centro-Oeste, o suporte aos preços é
ocasionado pela comercialização antecipada e baixa disponibilidade de lotes remanescentes que estão sendo ofertado no spot. No Nordeste, os preços
também são firmes. Em relação as vendas antecipadas, visando lotes da segunda safra 2015/16, os negócios seguem truncados em função da cautela entre
compradores e vendedores.
Comentários
Recentemente, o relatório de acompanhamento de safra de milho no EUA, 2015/16, o USDA não apresentou mudanças nas condições das lavouras. Os
índices de plantações boas ou excelentes condições ainda representa 68% da área total semeada, mesmo número da semana anterior. Na comparação com
igual período do ano passado, esse índice era de 74%. Já para as plantações norte-americanas em condições ruins e muito ruins representam 10% da área
semeada, contra 7% em igual período do ano passado; ao passo que as áreas em condições regulares perfazem 22%, contra 19% na mesma data de 2014.
As chuvas recentes e as temperaturas amenas em parte do Meio Oeste dos EUA trouxeram alivio para algumas regiões. Mas, de certa forma, os agentes
ainda aguardam maiores avanços da colheita para verificar até que ponto o clima adverso durante a safra afetou a produção. Quanto aos estágios das
plantas, o USDA afirmou que 87% da área encontram-se na fase de maturação, contra 76% da semana passada, 80% do ano anterior e 86% da média
histórica; 35% da área já é considerada prontas para colheita, contra 20% da semana passada, 25% do ano anterior e 40% da média histórica. O USDA
informou que 5% da área foram colhidas, contra 4% do ano anterior e 9% da média histórica. De certa forma, as preocupações com a produção norteamericana
de milho segue como principal diretriz para a formação dos preços do grão, mas dados recentes na Europa e Ásia mostram que a necessidade
de importação do cereal será menor no novo ciclo. Autoridades na China reduziram suas projeções para a produção de milho nesta nova safra, mas a
estimativa ainda será recorde, em 229 milhões de toneladas. Na Europa, França e outros países do velho continente também apresentaram bons
rendimentos para milho e trigo. Na América do Sul, Brasil e Argentina encerram a temporada 2014/15 com grandes excedentes internos, o que eleva a
disputa pelo mercado mundial.
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