Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago terminaram a sessão desta segunda-feira com variações positivas, com exceção apenas
do primeiro vencimento. Os movimentos de alta foram orquestrados por fatores técnicos, com as posições recuperando-se das mínimas alcançadas
na sessão anterior. O vencimento setembro/15, que exauriu nesta segunda-feira fechou com baixa de 5 centavos de dólar em função de liquidação
de posições. Já a soja para vencimento novembro/15 subiu 10 centavos para US$8,84¼/bushel, em meio a movimentos de compra de oportunidade.
Apesar do aspecto técnico, o mercado da oleaginosa começa a se voltar aos fundamentos de oferta e demanda ao se desvencilhar cada vez mais do
cenário macroeconômico. Embora o USDA tenha surpreendido negativamente o mercado ao apontar mais uma estimativa de safra cheia nos EUA,
a demanda pelo produto demonstra forte consistência, sobretudo pelo fato de os preços da oleaginosa terem alcançado seu patamar mais baixos
em uma década e estimular o consumo e as margens de processamento pelas indústrias pelo mundo.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa abriram a semana com ganhos generalizados, acompanhando os
movimentos de alta verificado no mercado internacional. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa norteamericana,
com vencimento em novembro/15, encerrou o dia cotado a US$19,49/saca, com ganho diário de 1,14% em relação ao fechamento da
sessão passado, ao passo que o vencimento maio/16 teve alta de 1,08%, a US$19,60/saca. Os movimentos do dia tiveram um aspecto apenas técnico,
visto que os agentes do mercado ainda acreditam que a área colhida com soja nos EUA passe por revisões em função de fatores climáticos adversos
ainda presente no ciclo. De certa forma, os atuais patamares de preço desenharam um quadro de demanda muito consistente e o mercado
demonstra uma maior sensibilidade com relação a real produção norte-americana.
Dólar (US$)
O dólar fechou esta segunda-feira com a maior queda diária sobre o real em um mês, com investidores recebendo bem as medidas de corte de
gastos e aumento de receitas anunciadas pelo governo como parte dos esforços para resgatar a credibilidade da política fiscal do país. O dólar recuou
1,63%, a R$3,8138 na venda, maior baixa desde 10 de agosto, quando apresentou queda de 1,86%. Na mínima desta sessão, a moeda norte-americana
atingiu R$3,8061 e, na máxima, foi a R$3,8937. O governo federal anunciou nesta segunda-feira medidas fiscais de R$64,9 bilhões para garantir a
meta de superávit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), envolvendo adiamento do reajuste dos servidores públicos, que garantirão
economia de R$7 bilhões no próximo ano. A medida vem após a S&P retirar o grau de investimento do Brasil, poucos dias depois de o governo
enviar ao Congresso proposta orçamentária prevendo inédito déficit primário, que é a economia para pagamento de juros da dívida pública. Nesta
manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro. Ao todo, a autoridade monetária rolou o
equivalente 43% do lote total. Apesar do bom humor em relação à política fiscal brasileira, o mercado ainda adotava cautela antes da reunião do
Federal Reserve nesta semana, diante da possibilidade de que o banco central norte-americano promova o primeiro aumento de juros em uma
década. Essa perspectiva se tornou mais incerta nas últimas semanas, em meio a intensas turbulências financeiras relacionadas aos sinais de
desaceleração da economia chinesa.
Mercado Interno
No Brasil, apesar da acentuada queda do dólar frente ao real, as cotações no mercado físico da soja também registraram um dia positivo mediante
os ganhos expressivos em Chicago. A menor disponibilidade de lotes remanescentes associada a necessidade imediata por parte de algumas
indústrias e exportadores também colaboraram para o tom altista do mercado. Entretanto, os negócios mantêm o ritmo lento por conta das
incertezas ainda muito fortes em relação ao futuro do câmbio. No spot, mesmo com os preços elevados, poucos agentes vendedores se dispuseram
a atuar nos negócios, visto que vêm os preços subirem cada vez mais. A velocidade de saída de produto ao mercado externo de grão e derivados
mantem os preços elevados ao mesmo tempo que aumenta a necessidade de recompor os apertados estoques. No porto de Paranaguá, a soja
disponível subiu para R$82,00/saca, enquanto em Rio Grande houve registro de operações até R$84,00/saca, dependendo do prazo de embarque e
pagamento. O produto da safra nova também terminou os negócios com ganhos, valendo R$80,00/saca no terminal paranaense e, R$83,00 no
gaúcho. No interior do país, os produtores continuaram cautelosos, sobretudo pelo perspectiva de que o dólar deva continuam apreciado frente ao
real. Por outro lado, os prêmios futuros recuaram nos terminais de exportação e contribuíam para as cotações futuras ficassem mais fragilizadas. Em
alguns casos, tal situação fez com que os compradores não fossem tão agressivos nos negócios antecipados, já que falta espaço nas programações
para 2016. Em resumo, o spot é firme, mas o futuro já não apresenta a mesma tônica das semanas anteriores.
Comentários
Os embarques de soja em grão perderam força na segunda semana de setembro em meio a menor disponibilidade de produto nos estoques
associado ao gradativo deslocamento das compras ao mercado norte-americano. Na segunda semana de setembro, com quatro dias úteis (06 a 13),
as exportações de soja em grão somaram 649,3 mil toneladas, contra 1,0 milhão de toneladas na primeira semana, que, por sua vez, resultou num
acumulado para a primeira quinzena do mês de 1,65 milhão de toneladas da oleaginosa. A exportação no período resultou um embarque médio
diário de 206,4 mil toneladas, que equivale a um volume 16% inferior ao mês passado, mas 70% superior aos embarques de setembro de 2014
inteiro. Diante do arrefecimento dos embarques e restando aproximadamente mais três semanas para encerrar o mês de setembro, caso esse ritmo
se mantenha minimamente, o Brasil pode embarcar o período escoando mais de 3,5 milhões de toneladas neste mês, atingindo um recorde para o
período e superior aos 3,47 milhões de toneladas em setembro do ano de 2013. Apesar da queda dos embarques frente ao mês passado, a boa
demanda pelo produto nacional, favorecida inclusive pelo câmbio, o elevado volume embarcado decorre, ainda, da lentidão das comercializações
do grão nos EUA. De certa forma, os preços mais competitivos do produto brasileiro e boa disponibilidade dos estoques daqui com a conclusão da
colheita também mantiveram o fluxo atípico das exportações brasileiras. A prova do interesse pela soja brasileira se reflete nos diferenciais pagos
nos portos. Compradores estão oferecendo atualmente prêmio US$1,35 por bushel, contra oferta de US$0,90 a um mês atrás. Em 2015, a exportação
de soja deverá fechar com embarques recordes no país, de 50 milhões de toneladas, ante 45,7 milhões em 2014, tendo embarcado entre janeiro até
primeira quinzena de setembro de 2015 em 47,5 milhões de toneladas.
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