Bolsa de Chicago (CBOT)
Os valores dos contratos futuros de milho atingiram uma máxima de um mês nesta segunda-feira na bolsa de Chicago, com investidores apostando que
o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) vá reduzir a previsões de safras nas próximas semanas. Os preços do milho ampliaram ganhos para
sua sexta sessão consecutiva - a mais longa sequência de alta desde outubro de 2014 - na esteira dos dados do USDA de sexta-feira, que apontaram safra
de milho norte-americana menor. Agentes do mercado aguardam que o USDA poderia reduzir estimativas tanto para milho quanto para a soja no
próximo relatório mensal, em 9 de outubro, em função da presente adversidade climática na etapa final de desenvolvimento das lavouras norteamericanas.
O contrato mais ativo do milho em Chicago, o dezembro/15, fechou em alta de 6,50 centavos, a US$3,93½/bushel, igualando o pico de 12 de
agosto. Os relatórios semanais de acompanhamento de safra do USDA também lançaram suporte ao mercado, visto que as condições continuam muito
inferiores à observada em igual período do ano passado.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerraram a sessão desta segunda-feira com variações positivas, impulsionados
pela forte valorização do cereal no exterior. O vencimento setembro/2015, o qual baliza os contratos com lotes da segunda safra brasileira encerrou o dia
cotado a R$30,35/saca, com valorização de 0,43% em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que o vencimento maio/16, registrou ganho diário
de 2,33%, cotado a R$35,52/saca. O mercado do cereal no Brasil acompanhou a firmeza do milho no cenário internacional, embora a acentuada queda do
dólar frente ao real tenha limitado os movimentos de alta no dia. Neste contexto, as perspectivas de grandes embarques ao mercado externo ganham cada
vez mais repercussão num momento onde o Brasil encerrou sua colheita e dispõe de elevados estoques.
Dólar (US$)
O dólar fechou esta segunda-feira com a maior queda diária sobre o real em um mês, com investidores recebendo bem as medidas de corte de gastos e
aumento de receitas anunciadas pelo governo como parte dos esforços para resgatar a credibilidade da política fiscal do país. O dólar recuou 1,63%, a
R$3,8138 na venda, maior baixa desde 10 de agosto, quando apresentou queda de 1,86%. Na mínima desta sessão, a moeda norte-americana atingiu
R$3,8061 e, na máxima, foi a R$3,8937. O governo federal anunciou nesta segunda-feira medidas fiscais de R$64,9 bilhões para garantir a meta de superávit
primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), envolvendo adiamento do reajuste dos servidores públicos, que garantirão economia de R$7 bilhões no
próximo ano. A medida vem após a S&P retirar o grau de investimento do Brasil, poucos dias depois de o governo enviar ao Congresso proposta
orçamentária prevendo inédito déficit primário, que é a economia para pagamento de juros da dívida pública. Nesta manhã, o Banco Central deu
continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro. Ao todo, a autoridade monetária rolou o equivalente 43% do lote total. Apesar do
bom humor em relação à política fiscal brasileira, o mercado ainda adotava cautela antes da reunião do Federal Reserve nesta semana, diante da
possibilidade de que o banco central norte-americano promova o primeiro aumento de juros em uma década. Essa perspectiva se tornou mais incerta nas
últimas semanas, em meio a intensas turbulências financeiras relacionadas aos sinais de desaceleração da economia chinesa.
Mercado Interno
No Brasil, os preços do milho iniciaram a semana firmes, com sustentação vinda da valorização da commodity no mercado internacional. Os preços nos
principais terminais portuários do país voltaram a reagir, embora as operações possuam programações bem apertadas. Os contratos a termo para
exportação tanto da safra atual quanto da seguinte também seguem valorizados em termos de preço. Para embarques em outubro e novembro, foram
realizados negócios entre R$34,00/saca e R$35,00/saca diante do aumento da competitividade do milho nacional. Os firmes preços entre os portos nacionais
seguem, por sua vez, impactado o comportamento dos preços praticados no mercado interno. A demanda junto aos compradores nacionais cresceu e
para garantir a efetivação de negócios, estes estão elevando suas indicações de preço, embora os exportadores ainda ofereçam valores maiores. Na região
Sul, a demanda do setor de proteína animal gerou espaço para novas operações com lotes disponíveis. Como o transporte está focado em chegar até as
principais zonas portuárias, a fluxo de milho do Centro-Oeste está mais lento. No Sudeste, os preços do cereal seguem firmes diante da oferta restrita. O
referencial Campinas segue firme em R$32,00/saca. No Centro-Oeste, o mercado spot tem evoluindo de forma lenta, visto que os preços seguem mais
atrativos para vendas visando a segunda safra de milho do próximo ano. Em GO, foram efetuados negócios até R$25,50/saca para entrega agosto de 2016.
No MAPITOBA, já existe registro de negócios futuros até R$28,00/saca no Maranhão para entrega em setembro de 2016. No spot ao mesmo para vendas
antecipadas da nova safra, os preços seguem remuneradores.
Comentários
O fluxo das vendas externas brasileiras de milho foi pouco representativo na segunda semana de setembro. De acordo com dados divulgados pela
Secretária do Comércio Exterior (SECEX), foram embarcadas 395,4 mil toneladas do cereal no período, resultando que elevou o acumulado do período
para 1,06 milhão de toneladas. O montante embarcado resultou num fluxo médio diário de 132,7 mil toneladas. O resultado representa um recuperação
no ritmo diário dos embarques frente a agosto passado quanto resultaram em 108,8 mil toneladas e, 8,8% superior a igual período de 2014. Apesar da
recuperação dos embarques, o fluxo ainda é pouco representativo, sobretudo num momento onde o país passa a depender de forma decisiva das
exportações a fim de diminuir os elevados estoques nacionais. O que realmente pesa no fraco fluxo das exportações são as limitações estruturais, visto que
ainda resta alguns carregamentos de soja para ser despachado que associado ao atraso ajudou a impactar o fluxo de embarque de milho. Mas a expectativa
é que a partir do outubro de 2015, o volume de exportações de milho registrado no Brasil possa aumentar, porém o desempenho vai continuar a depender
do comportamento cambial e dos preços do cereal no mercado externo, porque os EUA possui bons volumes do grão estoques. Atualmente, às oscilações
do dólar frente ao real tem ditado o fluxo de compra e venda no país. Embora a recente alta nos fretes rodoviário no Brasil e a dificuldade de alocação de
transporte, os baixos fretes marítimos para os principais destinos do milho brasileiro, qualquer melhora na taxa cambial ou aumento nos preços externos
no milho garantiriam uma maior participação do produto no cenário externo. Para a temporada 2014/15, as exportações brasileiras de milho deverão
somar volumes entre 26 e 28 milhões de toneladas, superior ao ciclo anterior (20,9 milhões de toneladas)
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