AÇÚCAR
Os preços do açúcar cristal estiveram praticamente estáveis no correr de agosto, sustentados pela postura mais firme de vendedores. O Indicador registrou queda mais acentuada apenas na primeira semana do mês (de 1,44%). Houve aquecimento nas vendas de açúcar cristal no mercado spot paulista, e o volume de negócios captado pelo Cepea superou o de julho/15, mas ainda foi inferior ao de agosto/14. De modo geral, o clima seco favoreceu a colheita e a moagem da cana-de-açúcar em praticamente todo o mês – choveu em algumas regiões do estado apenas no final de agosto.
O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou ligeira queda de 0,5% em agosto, fechando a R$ 47,12/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$ 46,90/sc de 50 kg, 2% inferior à de julho (R$ 47,85/saca de 50 kg) e 3% acima da média de agosto/14 (R$ 45,54/sc de 50 kg), em termos nominais.
O Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF – Santos acumulou alta de 0,29% em agosto, fechando a R$ 49,09/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$ 48,54/sc de 50 kg, 1,39% inferior à de julho (R$ 49,22/saca de 50 kg), mas 4,46% acima da de agosto/14 (R$ 46,47/sc de 50 kg), em termos nominais.
Segundo dados da Unica (União da Indústria e Cana-de-Açúcar), o volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil atingiu 47,41 milhões de toneladas na primeira metade de agosto, crescimento de 5,68% em relação às 44,86 milhões de toneladas moídas na mesma quinzena de 2014.
Seguindo a tendência verificada desde o início desta safra, a proporção de matéria-prima direcionada à fabricação de açúcar continua inferior à observada em 2014 – na primeira quinzena de agosto/15 foi de 44,87%, ante 45,83% no mesmo período do ano passado. Com isso, apesar da recuperação na moagem, a produção acumulada de açúcar no atual ciclo 2015/16 ainda permanece abaixo do registrado na safra passada. Desde o início desta temporada até 15 de agosto, a quantidade fabricada de açúcar pela região Centro-Sul somou 16,36 milhões de toneladas, queda de 8,74% em relação à de 2014 (17,93 milhões de toneladas).
No Nordeste, os preços seguiram estáveis e a demanda, um pouco mais aquecida, especialmente na primeira quinzena do mês. Já na segunda quinzena de agosto, o ritmo das negociações esteve mais lento. A proximidade do final do mês e a expectativa da nova safra podem ter influenciado a retração da demanda, segundo indicações de agentes de mercado. Segundo dados da Conab, a produção de cana-de-açúcar das regiões Norte e Nordeste deve crescer 3,1% na safra 2015/16, totalizando 61,2 milhões de toneladas.
Em Alagoas, o Indicador Mensal do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 60,29/sc de 50 kg em agosto, alta de 0,38% em relação a julho/15 e de 5,11% frente a agosto/14. Em Pernambuco, o Indicador Mensal foi de R$ 59,79/sc, aumento de 0,23% frente a julho/15 e de 9% em relação a agosto/14. Na Paraíba, o Indicador Mensal de Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 59,29/sc, 0,03% inferior a julho/15, mas 7,12% superior ao de agosto/14.
Quanto ao mercado internacional, os valores caíram no início do mês, mas subiram no final de agosto na Bolsa de Nova York (ICE Futures). As quedas estiveram atreladas à valorização do dólar frente ao Real e pelo clima seco na região Centro-Sul do Brasil (maior produtor e exportador de açúcar). Já as altas foram influenciadas pela reversão da tendência baixista no mercado financeiro da China.
A Organização Internacional do Açúcar (OIA) não prevê falta de açúcar no mercado global para o curto prazo. Ainda que se estime déficit mundial da commodity (demanda maior que produção), de 2,487 milhões de toneladas para temporada 2015/16, os estoques devem somar 85,938 milhões de toneladas até o final da temporada 2014/15 (que termina em setembro/15), o que corresponde a 50,7% do consumo desta safra. Para o final da temporada 2015/16, a OIA estima que os estoques mundiais baixem para 83,352 milhões de toneladas, correspondendo a 48,1% do estimado para consumo.
Após seis meses de desvantagem, as exportações de açúcar voltaram a remunerar mais que as vendas do cristal no mercado spot paulista em agosto, segundo cálculos do Cepea. O prêmio de qualidade do açúcar cristal Icumsa 150 para exportação seguiu firme e as cotações do demerara voltaram a subir na Bolsa de Nova York. Além disso, a valorização do dólar frente ao Real também reforçou a retomada da vantagem das exportações.
Cálculos do Cepea indicaram que, em média, as vendas externas do açúcar remuneraram 0,05% mais que as internas em agosto. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Outubro/15 do da Bolsa de Nova York, prêmio de qualidade estimado em US$ 67,25/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 54,03/tonelada.
Quanto às exportações de açúcar bruto (VHP), dados da Secex indicaram que totalizaram 1,48 milhão de toneladas em agosto/15, volume 24,4% menor que o de julho/15 (1,95 milhão de toneladas) e 20,8% inferior ao de agosto/14 (1,86 milhão de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas 335,2 mil toneladas, volume 16,1% inferior ao de julho/15 (399,3 mil toneladas) e 24,2% menor que o de agosto/14 (442,0 mil toneladas).
O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.035,60/tonelada em agosto/15, aumento de 5,1% em relação a julho/15 (R$ 985,8 /t) e de 13,5% frente ao de agosto/14 (R$ 912,8/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.159,1/t, alta de 9,6% em relação a julho/15 (R$ 1.057,8/t) e 16,2% relativamente a agosto/14 (R$ 997,1/t), em termos nominais. A receita com a exportação de açúcar foi de R$ 1,92 bilhão em agosto/15, queda de 18,3% em relação a julho/15 (R$ 2,35 bilhões) e 10,5% frente a agosto/14 (R$ 2,14 bilhões), em termos nominais.
ETANOL
Os preços dos etanóis caíram em agosto no mercado paulista. Os principais motivos foram o aumento na oferta – resultado do avanço da safra de cana-de-açúcar 2015/16 na região Centro-Sul, da necessidade de “fazer caixa” de usinas e da vinda do produto de outros estados – e o menor interesse de compra por parte de distribuidoras. Por outro lado, o maior volume negociado para o mercado externo amenizou a pressão sobre o valor doméstico.
Entre 24 e 28 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) do hidratado foi de R$ 1,1769/litro (sem impostos), pequeno recuo de 0,2% em relação ao encerramento de julho. Se comparadas as médias de julho e agosto, a queda é quase 2%. Para o anidro, o Indicador da última semana foi de R$ 1,3362/l, recuo de 1,8% no acumulado do mês, próximo do percentual obtido entre as médias mensais de julho e agosto, de 2,1%.
Favorecidas pelo clima mais seco, as atividades de moagem de cana-de-açúcar da safra 2015/16 da região Centro-Sul seguiram em bom ritmo durante a primeira quinzena de agosto, recuperando o atraso na colheita. De abril a 15 de agosto, o volume processado alcançou 326,79 milhões de toneladas de cana, aumento de 0,5% em relação ao mesmo período da safra 2014/15, segundo dados da Unica. No estado de São Paulo, entretanto, a moagem acumulada no ciclo 2015/16 permanecia abaixo da verificada no ano anterior. Até 15 de agosto, foram processadas no estado 190,67 milhões de toneladas, contra 203,11 milhões de toneladas contabilizadas há um ano.
A produção de etanol no Centro-Sul, por sua vez, totalizou 14,34 bilhões de litros no acumulado parcial da safra 2015/16, 3,2% acima do volume registrado em intervalo equivalente da temporada anterior, de 13,89 bilhões de litros. Entre os etanóis, 5,17 bilhões de litros referiram-se ao anidro (queda de 14,1% no comparativo com igual período de 2014) e 9,2 bilhões de litros, ao hidratado (alta de 16,4%) – ainda conforme números da Unica.
Nos postos, a relação entre o etanol e a gasolina foi favorável ao biocombustível nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná em agosto. Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostram que, em SP, o preço médio do etanol foi de R$ 1,897/l no último mês, correspondendo a 61,3% do da gasolina, de R$ 3,095/l. Em GO, MT, MS, MG e no PR, a média do etanol equivaleu a 64,4%, 58,2%, 69,5%, 64,4% e 65,6%, respectivamente, do preço da gasolina.
Quanto às exportações, foram 196,2 milhões de litros (anidro e hidratado) embarcados em agosto, queda de 8,3% em relação ao volume de julho/15, mas forte aumento de 150,3% sobre o de agosto/14, segundo dados da Secex.
Em receita, as vendas externas de etanol geraram US$ 90,1 milhões em agosto, 9,9% abaixo do montante de julho, de US$ 100 milhões, mas ainda 82% acima dos US$ 49,5 milhões obtidos em agosto/14. Já em Reais, a receita foi de R$ 316,3 milhões, pequeno recuo de 1,8% em relação a julho/15, mas forte aumento de 181,5% sobre o montante de agosto/14.
NORDESTE – Com o início das atividades de moagem referentes à safra de cana-de-açúcar 2015/16 no Nordeste, os preços do etanol também caíram em agosto nos estados daquela região. Em Pernambuco, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado baixou 2,5% em relação a julho, indo para R$ 1,4939/l (sem frete, sem ICMS) em julho/15. Quanto ao anidro, o número de informações foi insuficiente para compor uma média mensal.
Na Paraíba, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado recuou 3,5%, para R$ 1,4730/l (sem frete, sem ICMS). Sobre o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do anidro, a média de agosto/15 foi de R$ 1,6611/l (sem frete), queda de 1,8%.
O Indicador CEPEA/ESALQ mensal do hidratado em Alagoas foi de R$ 1,4728/l (sem frete, sem ICMS) em agosto, baixa de 1% frente à média de julho/15. Já para o anidro, o Indicador foi de R$ 1,6505/l (sem frete), praticamente inalterado no mesmo período (leve baixa de 0,3%).
Fonte: Cepea
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