Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros de milho negociados na bolsa de Chicago terminaram a sessão desta terça-feira com ganhos generalizados em meio a movimentos
de compras técnicas e cobertura de vendidos. O milho vencimento para dezembro/15 teve ganho diário de 5,25 centavos de dólar, a US$3,68¼/bushel, ao
passo que o contrato com vencimento setembro/15 registrou alta de 5,50 centavos, cotado ao final do dia a US$3,55/bushel. De certa forma, a calmaria nos
mercados financeiros criou um ambiente mais propicio a movimentos de compras de oportunidade, refletindo um movimento de correção técnica das
cotações. As altas nos preços do petróleo associada a um dólar mais fraco frente às demais moedas globais favoreceram os movimentos de alta no mercado
do cereal em função de notícias de melhores números da economia chinesa. O mercado do milho também foi favorecido por preocupações com as
condições das lavouras de milho nos EUA, sobretudo diante de estiagem e elevação das temperaturas, o que poderá prejudicar algumas plantações que
estão em etapa decisiva de desenvolvimento.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerraram a sessão desta terça-feira com variações negativas em meio a
movimentos de ajustes de posições e realização de lucro. O vencimento setembro/2015, o qual baliza os contratos com lotes da segunda safra brasileira
encerrou o dia cotado a R$30,00/saca, com desvalorização de 0,99% em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que o vencimento maio/16,
registrou recuo diário de 0,80%, cotado a R$33,50/saca. O mercado do cereal no Brasil acompanhou a fragilidade do dólar nesta terça-feira, fator que
pressiona a paridade de exportação do grão ao mesmo tempo que afeta a dinâmica dos embarques. Mesmo assim, as perdas foram limitadas pelas
expectativas de queda acentuada na área plantada de milho verão.
Dólar (US$)
O dólar registrou forte queda nesta terça-feira sobre o real, após o Banco Central aumentar sua intervenção no câmbio e em meio ao renovado apetite por
risco nos mercados externos diante do avanço das bolsas chinesas. O dólar recuou 1,07%, a R$3,819 na venda. Na mínima do dia, a moeda norte-americana
perdeu 2,10%, a R$3,7793. Na sessão passada, a divisa dos EUA havia avançado 2,68% e renovado a máxima em treze anos. O BC ofertou até 3 bilhões de
dólares em dois leilões, com datas de recompra do leilão "A" em 4 de novembro de 2015 e do leilão "B" em 2 de dezembro de 2015. Na segunda-feira da
semana passada, o BC já havia realizado um leilão de linha, com oferta de até 2,4 bilhões de dólares, e não havia mais anunciado outro até então. Além
disso, nesta manhã, o BC deu continuidade aos leilões de swaps cambiais para rolagem vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos, que equivalem a
venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence em outubro. O reforço na intervenção do BC vem em meio à escalada da moeda norteamericana
diante de preocupações com a deterioração das contas públicas do Brasil, que poderia provocar a perda do selo de bom pagador do país, e com
a desaceleração da economia chinesa. Nesta sessão, contudo, as bolsas chinesas subiram quase 3%, trazendo de volta a demanda por ativos de maior risco,
como aqueles denominados em reais. Nesse contexto, o dólar não conseguiu se sustentar nas mínimas desta sessão, com operadores adotando cautela em
meio à percepção de que o câmbio deve voltar a ser pressionado em breve. Cotações mais altas tendem a pressionar a inflação ao encarecer importados.
De maneira geral, por outro lado, operadores avaliaram que o BC quer diminuir o ritmo do avanço do dólar frente ao real, e não impedi-lo, movimento
que entendem como inevitável.
Mercado Interno
No Brasil, a queda no dólar fez alguns compradores diminuírem sua exposição nos negócios. Tradings, além de contarem com elevados volumes de grão
para escoar, se ausentaram dos negócios nesta terça-feira diante de uma paridade mais fraca. O foco desses agentes ficou em dar saída aos volumes
contidos em seus estoques. Em algumas regiões do país, os agentes estão reclamando da dificuldade de alocação de transporte e dos elevados preços do
frete agrícolas. Por sua vez, o mercado interno bem abastecido, também limitou o fluxo de suas aquisições com intuito de diminuir a pressão altista. Mesmo
assim, o mercado físico ainda opera com preços firmes, visto que a disponibilidade de produto à venda segue muito regulada. Os produtores se
ausentaram dos negócios e buscam pleitear valores maiores, sobretudo pelo fato de os exportadores disporem de preços mais atrativos que os
compradores nacionais. Nos estados de GO e MT, os preços do grão voltaram a reagir diante de um cenário sobrevendido. A disponibilidade de milho
da segunda safra na mão da grande maioria dos produtores é baixa, e o que lhe restam, estes buscam reter e esperar o pico da entressafra. No Sul e Sudeste
do país, o ambiente foi de preços estáveis diante da fraca atuação de ambas pontas do mercado. No Nordeste houve novos registros de alta diante da baixa
oferta de produto para comercialização.
Comentários
O fluxo das vendas externas brasileiras de milho iniciaram o mês de setembro com volume mais representativo. De acordo com dados divulgados pela
Secretária do Comércio Exterior (SECEX), foram embarcadas 666,0 mil toneladas do cereal na primeira semana de setembro (01 a 06) num período de
quatro dias uteis. O montante embarcado resultou num fluxo médio diário de 166,5 mil toneladas. O resultado representa um recuperação no ritmo diário
dos embarques frente a agosto passado quanto resultaram em 108,8 mil toneladas e 36,5% superior a igual período de 2014. Apesar da recuperação dos
embarques, o fluxo ainda é pouco representativo, sobretudo num momento onde o país passa a depender de forma decisiva das exportações a fim de
diminuir os elevados estoques nacionais. O que tem limitado o fluxo das exportações até aqui é a presença de carregamentos de soja atrasados, embora a
pauta do escoamento já começa a mudar entre os principais terminais do país. Mas a expectativa é que a partir de agora, sobretudo no período de setembro
a dezembro de 2015, o volume de exportações de milho registrado possa aumentar expressivamente, com o desempenho dependendo do
comportamento cambial e dos preços do cereal no mercado externo, de olho no andamento do desenvolvimento da safra de milho nos EUA. Atualmente,
às oscilações do dólar frente ao real tem ditado o fluxo de compra e venda no país. Os preços dos fretes rodoviários no Brasil não subiram tanto ao passo
que os fretes marítimos para os principais destinos do milho brasileiro estão competitivamente mais baixos, o que somado ao elevado dólar frente ao real
garantirão uma maior participação do produto no cenário externo. Para a temporada 2014/15, as exportações brasileiras de milho deverão somar volumes
entre 26 e 27 milhões de toneladas, superior ao ciclo anterior (20,9 milhões de toneladas). Alguns agentes chegam a especular embarques de até 30 milhões
de toneladas.
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