Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros de milho negociados na bolsa de Chicago terminaram mais uma sessão com quedas generalizadas em meio a movimentos de
liquidação de posições em função de perspectivas de produção. O milho vencimento para dezembro/15 teve baixa de 6,0 centavos de dólar, a
US$3,61½/bushel. Do lado dos fundamentos de oferta e demanda, o mercado do cereal foi pressionado negativamente por informações indicando clima
favorável ao desenvolvimento das lavouras do meio oeste norte-americano para as próximas semanas. Números recentes de consultorias independentes
deram a entender que o ritmo climático é menor e não deverá gerar impactos mais severos sobre as lavouras. O mercado do cereal também caminha de
conformidade com o humor nos mercados financeiros, repercutindo fatores econômicos na China e nos EUA. Em consequência, tal situação mantem o
dólar elevado frente às demais moedas globais pela fuga de ativos de maior risco. Por sua vez, esse cenário diminui a competitividade do produto
americano no segmento externo e já repercute em fracas vendas externas nos EUA.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa continuaram na contramão das baixas verificadas no cenário externo em função
do comportamento cambial no Brasil. O vencimento setembro/2015, o qual baliza os contratos com lotes da segunda safra brasileira encerrou o dia cotado
a R$30,51/saca, com valorização de 0,26% em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que o vencimento maio/16, registrou ganho diário de
0,45%, cotado a R$33,78/saca. Como nas sessão anteriores, as altas nos futuros do milho na bolsa brasileira continuaram a ser balizados positivamente pela
escalada altista do dólar frente ao real, o qual chegou a trabalhar acima de R$3,81. Tal condição eleva a competitividade do produto brasileiro e colabora
para aumentar a estimativa para as exportações nacionais nesta safra 2014/15. Projeções de quedas acentuadas na área de milho verão no Brasil também
endossaram as altas.
Dólar (US$)
O dólar teve uma sessão volátil e encerrou estável frente ao real nesta quinta-feira, influenciado por ruídos sobre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e
pela perspectiva de vendas de divisas relacionadas à alta da CSLL sobre instituições financeiras, mas com preocupações locais mantendo a moeda norteamericana
perto das máximas em quase treze anos. O dólar ficou estável, a R$3,7598 na venda. Na máxima do dia, a divisa subiu 1,53%, a R$3,8175, maior
nível intradia desde 11 de dezembro de 2002 (R$3,82). Na mínima, recuou 0,69%, a R$3,7338. O ministro cancelou nesta quinta-feira sua viagem para a
reunião do G20, na Turquia, para se reunir com a presidente Dilma Rousseff, informou a assessoria de imprensa do Ministério. Duas autoridades do
governo disseram à Reuters que Levy não tem planos de renunciar e que a reunião foi convocada para discutir o Orçamento. Em entrevista ao El País
concedida na quarta-feira, Levy afirmou que não tem intenção de deixar o Ministério. Especulações sobre a possível saída do ministro pressionam os ativos
brasileiros, por receios de que o governo abra mão da ortodoxia defendida por ele. No início da semana, o governo enviou ao Congresso Nacional proposta
para o Orçamento de 2016 prevendo inédito déficit primário. A notícia deu força às apostas em perda do selo de bom pagador do país, levando o dólar a
disparar 5,83% nas últimas quatro sessões. O dólar também foi puxado para baixo nesta quinta-feira pelo aumento da CSLL sobre instituições financeiras,
aprovado pela Câmara. Segundo a proposta, que segue ao Senado, a contribuição subirá para 20% até 1º de janeiro de 2019, ante os atuais 15 por cento, o
que pode levar bancos brasileiros com subsidiárias no exterior a vender dólares para manter sua proteção cambial.
Mercado Interno
No Brasil, os preços do milho continuaram firmes. Como nos dias anteriores, o comportamento cambial no país ainda favorece a formação de valores
remuneradores ao agricultor. A presença mais que ativa das tradings exportadoras em algumas importantes praças produtoras e comercializadoras dita
o ritmo das valorizações do grão, visto que na maior parte dos casos, estes conseguem oferecer valores maiores que os compradores do mercado nacional.
Nas principais zonas portuários do país, as indicações de preço continuaram a variaram em torno de R$33,00/saca, dependendo do prazo para pagamento
e entrega. O referencial Campinas, em consequência, voltou a reagir, cotado a R$30,00/saca, como modesta alta em relação ao dia anterior em função da
necessidade de compra e firmeza dos preços no interior do estado. Nas regiões Sul e Sudeste, mesmo com o término da colheita de uma segunda safra
recorde no país, a oferta de venda é regulada ao mesmo tempo que cresce a necessidade por parte das indústrias e outros demandantes de recompor
estoques. Com a chegada do período de entressafra e perspectiva de quedas na área plantada com milho na safra verão, os agentes passaram a correr para
garantir estoques de olho na possibilidade de embarques recordes ao exterior. No Centro-Oeste, as vendas no spot seguem limitadas, já que resta pouco
ofertas do grão na mão dos produtores. Quando muito, os poucos reportes de acordos envolvem lotes com entrega em agosto e setembro de 2016.
Comentários
A chegada da etapa final da temporada 2014/15 nos EUA, as vendas de milho do país já não demonstram a mesmo pujança do começo da temporada.
De acordo com dados do USDA, na semana encerrada no dia 27 de agosto, o saldo das vendas externas de milho dos EUA resultaram num volume de
112,6 mil toneladas. No período, foram negociados a venda de outras 328,3 mil toneladas do produto norte-americana com entrega agendada para a safra
2015/16. Por sua vez, o resultado da semana foi a venda total de 441 mil toneladas do milho, contra os 854,8 mil toneladas indicadas na semana passada.
O volume indicado ficou abaixo das estimativas dos participantes do mercado, que variavam entre 500 mil e 900 mil toneladas. O Japão e destinos
desconhecidos foram os principais compradores do produto norte-americano. Com a maior disponibilidade de milho na América do Sul a preços mais
competitivos, a opção dos compradores globais é diminuir o volume de contratos junto aos EUA. Em relação as inspeções de embarque, estes registraram
a saída de 1,07 milhão de toneladas de milho, contra 820,6 mil toneladas na semana anterior. O volume embarcado elevou o acumulado da temporada
em curso para 45,2 milhões de toneladas. Em igual período da safra passada, o acumulado alcançava 48,6 milhões de toneladas. A meta das exportações
projetadas recentemente pelo USDA para os EUA ficou em 47,0 milhões de toneladas.
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