Bolsa de Chicago (CBOT)
Numa sessão de forte volatilidade, os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago encerraram a sessão desta quinta-feira do lado
negativa da tabela por perspectiva de colheita nos EUA. O vencimento novembro/15, mais ativo, encerrou a sessão cotado US$8,69½/bushel, queda
de 4,50 centavos, ao passo que o vencimento setembro/15 registrou perda diária de 4,0 centavos de dólar, cotado ao final da sessão a
US$8,79¾/bushel. Num primeiro momento do pregão, os futuros da oleaginosa chegaram a esboçar firmeza em função de informações relacionadas
as vendas externas de soja em grão dos EUA acima das expectativas da cadeia. Nesse momento, agentes buscaram recompor carteiras que
possibilitaram ganhos de até 8 pontos na máxima do dia. Porém, o mercado da oleaginosa não teve fôlego para manter os ganhos. Previsões
meteorológicas de melhora do clima na reta final de evolução da safra norte-americana associada a novas estimativas indicando que, apesar de
algumas adversidades climáticas, a produção da soja nos EUA caminha para ficar muito próxima do recorde do ano passado. Neste contexto,
acrescenta-se também a cautela dos operadores do mercado, visto que o ambiente volátil persiste diante do risco de um contágio nas commodities
e em economias emergentes pelo crescimento um pouco mais lento projetado para a China.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta quinta-feira do lado negativo da tabela em linha
com as variações baixistas contabilizadas na oleaginosa no cenário exterior. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento
da bolsa norte-americana, com vencimento em novembro/15, encerrou o dia cotado a US$19,16/saca, com queda de 0,52% em relação ao fechamento
da sessão passado, ao passo que o vencimento maio/16 teve perda diária de 0,46%, a US$19,32/saca. Previsões antecipadas por consultorias
independentes demonstraram que a produção norte-americana deverá ser elevada diante das condições de clima ameno nos EUA. O mercado
também segue de olho no humor dos mercados financeiros, sobretudo com relação aos indicadores econômicos da China.
Dólar (US$)
O dólar teve uma sessão volátil e encerrou estável frente ao real nesta quinta-feira, influenciado por ruídos sobre o ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, e pela perspectiva de vendas de divisas relacionadas à alta da CSLL sobre instituições financeiras, mas com preocupações locais mantendo a
moeda norte-americana perto das máximas em quase treze anos. O dólar ficou estável, a R$3,7598 na venda. Na máxima do dia, a divisa subiu
1,53%, a R$3,8175, maior nível intradia desde 11 de dezembro de 2002 (R$3,82). Na mínima, recuou 0,69%, a R$3,7338. O ministro cancelou nesta
quinta-feira sua viagem para a reunião do G20, na Turquia, para se reunir com a presidente Dilma Rousseff, informou a assessoria de imprensa do
Ministério. Duas autoridades do governo disseram à Reuters que Levy não tem planos de renunciar e que a reunião foi convocada para discutir o
Orçamento. Em entrevista ao El País concedida na quarta-feira, Levy afirmou que não tem intenção de deixar o Ministério. Especulações sobre a
possível saída do ministro pressionam os ativos brasileiros, por receios de que o governo abra mão da ortodoxia defendida por ele. No início da
semana, o governo enviou ao Congresso Nacional proposta para o Orçamento de 2016 prevendo inédito déficit primário. A notícia deu força às
apostas em perda do selo de bom pagador do país, levando o dólar a disparar 5,83% nas últimas quatro sessões. O dólar também foi puxado para
baixo nesta quinta-feira pelo aumento da CSLL sobre instituições financeiras, aprovado pela Câmara. Segundo a proposta, que segue ao Senado, a
contribuição subirá para 20% até 1º de janeiro de 2019, ante os atuais 15 por cento, o que pode levar bancos brasileiros com subsidiárias no exterior
a vender dólares para manter sua proteção cambial.
Mercado Interno
No Brasil, o comportamento cambial segue promovendo um cenário de preços firmes, principalmente para as operações visando lotes
remanescentes. Além da oferta restrita devido à menor atuação dos vendedores, indústrias processadoras e de biodiesel seguem na busca por
garantir estoques do grão, sobretudo diante da velocidade em que se deu o fluxo dos embarques em 2015. Nos estados de Goiás, Minas Gerais e
algumas regiões do MAPITOBA, as indústrias chegam a oferecer valores bem acima da paridade para efetivar seus negócios. Para tentar alinhar
os preços de compra e venda, no entanto, esses compradores nacionais buscam negociar prazos para pagamento e entrega. No Paraná, na região
de Ponta Grossa, houve indústrias de esmagamento oferecendo até R$80,00/saca para pagamento no final de outubro de 2015. No Mato Grosso
cresceram os casos de transferência de lotes disponíveis para outros estados. Por outro lado, mesmo diante da firmeza dos preços no mercado spot,
o volume de negócios continua limitado. Já em relação as vendas com lotes da nova safra, estes travaram, mesmo com a firmeza do dólar. Além do
elevado volume comercializado, a maior parte dos produtores estão tentando fixar novas operações em dólar.
Comentários
De acordo com o relatório semanal do USDA, o saldo das vendas externas de soja em grão e de farelo dos EUA superaram as expectativas do
mercado para o período. Na semana que terminou em 27 de agosto, as vendas semanais de soja para o mercado internacional somaram 1,47 milhão
de toneladas, contra 1,33 milhão da semana anterior. As expectativas do mercado, no entanto, variavam de 550 mil a 950 mil toneladas. Com a
temporada 2014/15 praticamente encerrada, os resultados ainda resultam em cancelamentos de contratos. O que podemos ainda observar são as
inspeções do últimos embarques de soja grão nos EUA. De acordo com dados do USDA, na semana encerrada no dia 27 de agosto, foram
despachados dos portos norte-americanos cerca de 147,8 mil toneladas, que elevaram o acumulado do ciclo para 49,6 milhões de toneladas. Em
igual período da safra passada, o acumulado alcançava 44,5 milhões de toneladas. Restando apenas mais uma semana para fechamento do período
2014/15, as exportações norte-americanas já estão próximas da meta projetado pelo USDA em 49,7 milhões de toneladas, com uma chance remota
de superar este número com a conclusão do ciclo. Da safra nova, as vendas externas dos EUA somaram 1,53 milhão de toneladas e os principais
compradores foram destinos não revelados pelos exportadores. No acumulado do ano, as vendas externas para exportação da safra 2015/16
totalizam 13,45 milhões de toneladas, um volume bem abaixo do recorde comercializado na temporada anterior. O USDA informou também que
as vendas semanais para exportação dos EUA de farelo de soja ficaram em 204,5 mil toneladas, superando ligeiramente as expectativas que
variavam de 50 mil a 200 mil toneladas. Na semana anterior, o total foi de 149,9 mil toneladas. Da safra velha foram canceladas as compras de 13,9
mil toneladas, porém, da nova foram vendidas 218,4 mil toneladas, elevando o total vendido acumulado dessa nova temporada a 2,42 milhões de
toneladas. Além disso, o departamento trouxe ainda dois novos anúncios de venda de soja da nova safra que totalizaram 883,4 mil toneladas, sendo
773,4 mil para destinos desconhecidos e mais 110 mil toneladas para China.
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