Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago recuaram nesta terça-feira por preocupações de que as compras de commodities pela
China irão cair conforme a economia do país desacelera. O movimento generalizado liquidação de papeis de ativos de commodities voltou a gerar
severos impactos negativos nos valores da oleaginosa. O vencimento novembro/15, mais ativo, queda de 13,50 centavos de dólar, cedendo para
US$8,74/bushel, ao passo que o vencimento setembro/15 registrou perda diária de 12,75 centavos de dólar, cotado ao final da sessão a
US$8,84¾/bushel. O mercado da oleaginosa chegou a repercutir os índices de condições das lavouras norte-americanas do USDA, os quais não
apresentaram mudanças significativas. Porém, os agentes ainda estão focados nas questões macroeconômicas, com maior ênfase sobre a China.
Nesta terça-feira, números do índice de atividade industrial na China frustraram o mercado, degringolando novos movimentos de liquidação de
posições de ativos de maior risco migrando para ativos mais seguros, principalmente o dólar. No dia, os valores do petróleo cederam quase 3%.
Com a chegada do mês de setembro e os dados recentes relacionados a economia dos EUA, cresce a expectativa de elevação do juro básico norteamericano,
o que poderia reforçar a corrida para papeis do governo americano assim como para o dólar.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Em linha com o comportamento da bolsa de Chicago, os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão
desta terça-feira com quedas acentuadas. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com
vencimento em novembro/15, encerrou o dia cotado a US$19,26/saca, com queda de 1,53% ao passo que o vencimento maio/16 teve perda diária
de 1,42%, a US$19,48/saca. Os fatores macroeconômicos voltaram a assombrar os mercado de commodities com relação a notícias relacionadas à
desaceleração da economia chinesa e possibilidade de aumento da taxa de juros nos EUA.
Dólar (US$)
O dólar disparou nesta terça-feira e fechou encostado em R$3,70, refletindo a aversão ao risco nos mercados externos diante de renovadas
preocupações com a China e nervosismo com a possibilidade de o Brasil perder seu selo de bom pagador diante da deterioração das contas públicas.
O dólar avançou 1,68%, a R$3,688 na venda, após encerrar agosto com alta de 5,91% e acumular no ano valorização de 36%. Trata-se do maior nível
de fechamento desde 13 de dezembro de 2002 (R$3,735). Na máxima do dia, a divisa norte-americana alcançou R$3,7048, maior patamar intradia
desde 13 de dezembro de 2002 (R$3,775). A atividade no setor industrial da China encolheu à taxa mais forte em ao menos três anos em agosto,
mostrou o índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial. Preocupações com a economia chinesa, referência para investidores em
mercados emergentes e importante parceiro comercial do Brasil, têm provocado apreensão nos mercados globais. No Brasil, o mercado
demonstrava cada vez mais nervosismo sobre a perspectiva de perda do selo de bom pagador do país diante da deterioração das contas públicas
do país. Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu início à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com a venda integral de 9,45
mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, a autoridade monetária
rolará o lote integral, correspondente a 9,458 bilhões de dólares.
Mercado Interno
No Brasil, em mais uma sessão marcada pela escalada cambial e prêmios portuários positivos, pouca pressão baixista exerceu o referencial exterior
no mercado físico. Neste contexto, soma-se também a necessidade de recomposição de estoque por parte de algumas indústrias processadoras e de
biodiesel, as quais passaram a ser mais ativas no mercado spot devido à gradativa redução dos estoques de passagem em função do firme ritmo
das exportações brasileiras neste ano. Porém, mesmo com condições de preços superiores a paridade em algumas praças, a dinâmica dos negócios
não tem evoluído de maneira significativa. Ao mesmo tempo que a alta tem neutralizando a pressão baixista vivida no cenário exterior, ele também
faz com que os agricultores retenham os poucos lotes remanescentes a espera de melhores oportunidade de negociações. Para não perder negócios,
tradings e algumas indústrias buscam pleitear os prazos para pagamento e assim garantir a efetivação. Os prêmios portuários ainda caracterizam
a consistência dos embarques no Brasil e reforçar a necessidade de os compradores nacionais garantirem ofertas em estoque para o pico da
entressafra. Já em relação as vendas antecipadas, visando lotes da nova safra, os negócios seguem limitados. Com um expressivos já fixado,
sobretudo em reais, os produtores passaram a dar preferência em tentar efetuar novos acordos em dólar. Porém, a disparidade entre os preços de
compra e venda ainda prejudica a evolução destas operações.
Comentários
O menor fluxo das exportações brasileiras de soja grão no mês de agosto não significou necessariamente um enfraquecimento dos embarques neste
ano. De acordo com a Secretaria de Comercio Exterior (SECEX), os embarques do grão em agosto passado totalizaram 5,16 milhões de toneladas.
As exportações cederam 39% em relação a julho deste ano, quando foram embarcados um recorde mensal de 8,44 milhões de toneladas. Mas, em
relação a agosto do ano passado, o volume cresceu 25%, ou seja, foram 1,04 milhão de toneladas a mais este ano. Por sua vez, o acumulado dos oito
primeiros meses de 2015, elevou as exportações brasileiras da commodity para um recorde histórico de 45,85 milhões de toneladas, 9,3% mais frente
as 41,96 milhões de toneladas embarcadas em igual período do ano passado. Além da relação cambial favorável no Brasil, o aumento no número
de players exportadores presentes no país, as novas rotas de escoamento pelos portos da região Norte e Nordeste, os fretes marítimos do Brasil
para Ásia a valores mais baixos, tornaram o produto brasileiro uma grande opção para os compradores internacionais. Tal contexto reforça a ideia
da consolidação do Brasil como principal fornecedor global de soja diante da perda da popularidade da soja norte-americana. Os suprimentos das
colheitas abundantes na Argentina e no Brasil seguem mais atrativos para compradores estrangeiros por mais tempo que o usual. Novas projeções
para as exportações brasileiras surgem no mercado e já se estima embarques históricos, acima de 50 milhões de toneladas. Como esperado, o
relatório do USDA confirmou grandes embarques de soja no Brasil e colocou o país como o grande fornecedor global da commodity no próximo
ano safra.
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