Bolsa de Chicago (CBOT)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago se recuperaram nesta terça-feira, após mínima de mais de seis anos com
notícias sobre medidas de estímulos à economia pelo governo chinês. No dia, foi divulgado que a China anunciou corte na taxa de juros básica do
país e reduziu a taxa de recolhimento compulsório pelos bancos com intuito de estimular os investimentos e o consumo. Neste contexto, compras
de barganha e recuperações em outras commodities, como petróleo, sustentaram modestamente soja, após o medo de que a economia vacilante na
China pressionasse o mercado, como aconteceu na semana anterior. Mesmo assim, as medidas adotadas pelo governo chinês ainda gerar cautela e
temores de uma economia em desaceleração no maior comprador mundial da oleaginosa, o que por sua vez mantem os ganhos em xeque. De certa
forma, os vencimentos ainda fecharam longe das máximas. Os contratos da soja para setembro/15 subiram apenas 1,75 centavos no encerramento
do dia, para US$8,94¾/bushel, após baixa de dois dígitos na sessão anterior, quando os preços atingiram a mínima do contrato. A soja para
novembro/15, que serve de base para a formação dos preços da nova safra nos EUA, registrou ganho diário de 3,75 centavos de dólar, para
US$8,77¾/bushel, depois de atingir máxima de US$8,90/bushel.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta terça-feira com pequenas variações positivas em
meio a movimentos técnicos de recomposição de carteiras. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa norteamericana,
com vencimento em setembro/15, encerrou o dia cotado a US$19,71/saca, com ligeira alta de 0,15% ao passo que o vencimento maio/16
registrou ganho diário de 0,62%, a US$19,49/saca. Depois das perdas acentuadas verificadas na sessão anterior, o mercado da oleaginosa voltou a
esboçar recuperação em meio a fatores técnicos e ajustes de posições a semelhança da bolsa norte-americano. O ambiente ainda é marcado por uma
intensa volatilidade por questões macroeconômicas.
Dólar (US$)
O dólar ampliou as altas frente ao real nesta terça-feira, pela terceira sessão seguida, indo para o patamar de R$3,60 pela primeira vez em 12 anos e
meio, com o cenário político local conturbado ofuscando o alívio causado após o anúncio de medidas para impulsionar a economia na China. A
moeda norte-americana avançou 1,57%, a R$3,6084 na venda, máxima de fechamento desde 27 de fevereiro de 2003 (R$3,662). Em três sessões, o
dólar acumulou alta de 4,3%. Apesar do ambiente exterior mais calmo com a melhora da China, os rumos políticos nos últimos dias criam a sessão
de que a situação continua muito ruim por aqui. Na reta final do pregão, o dólar ampliou ainda mais a alta, com os mercados externos também
perdendo ímpeto. Os índices de ações nos EUA virou no fim do dia desencadeando novos movimentos de baixa. Mais cedo, a queda do dólar veio
após o banco central da China cortar as taxas de juros e, ao mesmo tempo, afrouxar as taxas de compulsório pela segunda vez em dois meses. O
anúncio veio após as bolsas chinesas despencarem mais de 8% na segunda-feira e mais de 7% nesta sessão. Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total
de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês.
Ao todo, o BC já rolou 8,093 bilhões de dólares, ou cerca de 81%, do total de 10,027 bilhões de dólares e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o
todo o lote.
Mercado Interno
No Brasil, mais uma vez, o dólar foi responsável para formação de preços firmes no mercado físico ao atingir máximas de mais de doze anos. O
mercado da oleaginosa dispôs também de prêmios firmes nas principais zonas portuárias, que em conjunto com Chicago positiva, possibilitou
elevação dos preços. Mesmo assim, o fluxo de negócios no mercado físico caminhou de forma muito lenta. Os produtores ainda estão restringindo
os poucos lotes remanescentes pleiteando valores cada vez maiores pelo grão. Do lado da demanda, tradings e indústrias nacionais seguem
brigando por ofertas, mas buscam negociar prazos junto aos sojicultores como opção de obter um consenso entre os preços de compra e venda. No
spot, as indicações de compra estão cada vez mais descoladas da paridade de exportação, seguindo a um movimentos típico com a chegada da
entressafra no Brasil. De certa forma, a paridade ainda garante fôlego para os embarques, mas processadoras e indústrias de biodiesel estão
oferecendo valores maiores por lotes da safra velha para garantir seus estoques. No PR, por exemplo, houve indústrias pagando até R$76,50/saca
em Ponta Grossa ao passo que no porto de Paranaguá, os acordos no prazo de mais de 40 dias era de R$78,00/saca. No Centro-Oeste, nos estados
de GO e MT, o mercado também encontra suporte na firme demanda pelo produto. Já em relação as vendas da nova safra, os preços esboçaram
firmeza, mas os negócios foram pontuais em função da disparidade entre os valores de compra e de venda.
Comentários
Os embarques dos derivados de soja durante o mês de agosto registraram comportamentos distintos, visto que ao passo que o fluxo das exportações
de óleo dispararam as de farelo se acomodaram. As negociações envolvendo óleo de soja se mostraram mais movimentadas em agosto,
impulsionadas pela demanda interna, mas também pelos embarques expressivos do derivado em 2015. Os prêmios de exportação do óleo e os
elevados preços internos em meio à maior demanda do setor de alimentos e biodiesel deram firmeza ao mercado do derivado, contrabalançando
a fragilidade dos preços internacionais da commodity. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), nas três primeiras semanas de
agosto, 207,6 mil toneladas de óleo de soja foram embarcadas, já se caracterizando como o maior volume mensal desde maio de 12, quando 289,2
mil toneladas foram enviadas ao exterior em todo o mês. O volume parcial de agosto já supera em expressivos 123% o exportado em todo o mês
de julho passado e em 50,3% todo o mês de agosto do ano passado. Na parcial do ano de 2015, o total é de 928,3 mil toneladas, o maior desde janago
de 2012. O setor, de fato, vive um maior consumo interno de óleo neste semestre, fundamentado na produção de biodiesel. Embora no mercado
internacional, os preços do óleo de soja registraram quedas, pressionados pela desvalorização do grão devido ao clima favorável às lavouras dos
EUA, o comportamento cambial, especificamente no Brasil associado aos prêmios portuários em alta, colaboraram para dar suporte a valorização
do derivado no mercado doméstico. Quanto às exportações de farelo de soja, o volume das três primeiras semanas de agosto foi de 693,7 mil
toneladas. A média diária está inferior à de julho/15, assim como também à de agosto/14. O derivado deste mês está com média de embarque de
46,2 mil toneladas, 37,8% e 40,6% abaixo, respectivamente, de julho passado e agosto de 2014. Mesmo assim, no acumulado de janeiro até a parcial
de agosto de 2015, o Brasil exportou 9,74 milhões de toneladas de farelo de soja, já superando em 3% o montante de janeiro a agosto de 2014. A
queda nos embarques brasileiros tem repercutido a retomada no processamento de soja da Argentina, maior fornecedor global do derivado, ao
elevar a disputa pela demanda externa. Ambos os países elevaram seu processamento de soja em 2015, que serão recordes na temporada.
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