A remuneração com a exportação de açúcar está se aproximando do valor obtido com a venda do produto no mercado interno e pode continuar subindo com a alta do dólar. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), na última semana a vantagem interna foi de apenas 0,11%. Enquanto a média semanal do Indicador de Açúcar Cristal Cepea/Esalq foi de R$ 46,95/saca, as cotações do contrato com vencimento em outubro de 2015 na Bolsa de Nova York, referência para os embarques, equivaleriam a R$ 46,90/saca.
O movimento vem sendo sustentado pelo câmbio, que hoje fechou com alta de quase 2%, a R$ 3,5590, devido aos temores gerados pela desaceleração chinesa.
Segundo o Cepea, o principal motivo foi o aumento no valor do prêmio de qualidade do açúcar cristal Icumsa 150 para exportação, com base em Nova York. "Há duas semanas consecutivas que os prêmios médios vêm ganhando força, o que pode estar atrelado ao anúncio de subsídios às exportações de açúcar por parte do governo da Índia.
Com essa perspectiva, o mercado interno indiano tende a se fortalecer, abrindo espaço para as exportações de outros países, inclusive as do Brasil", diz o centro de estudos, em relatório enviado nesta segunda-feira, 24, ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. "Além disso, a alta do câmbio mantém-se como um fator positivo às exportações." Nesta segunda-feira, 24, a Bolsa de Xangai desabou 8,5% devido a temores de que a China estaria se desacelerando.
Em meio ao sentimento de aversão ao risco, o dólar subiu 1,89% ante o real, para R$ 3,5590, maior nível desde 28 de fevereiro de 2003. Até julho, a Archer Consulting, especializada em açúcar e etanol, computava uma equivalência média de R$ 899 por tonelada para o preço do açúcar, considerando-se as oscilações em Nova York e o câmbio no Brasil. Esse valor superava o de R$ 879 por tonelada de 2014, conforme a consultoria.
Fonte: Estadão Conteudo
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