Bolsa de Chicago (CBOT)
Os valores dos contratos futuros de milho encerraram a sessão desta terça-feira com ganhos em meio a movimentos de compra de oportunidade depois
das quedas acumuladas nos últimos pregões. O mercado do milho se firmou conforme o relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos mostrou um leve declínio na condição da lavoura. Desta forma, assim como para soja, os movimentos de preços foram contidos com os mercados
de grãos aguardando mais indicações da produtividade do milho da expedição de colheitas Pro Farmer Midwest desta semana, que começou na segundafeira.
Os contratos futuros do milho para setembro/15 subiram 3 centavos de dólar, para US$3,66¼/bushel, espelhando uma queda para 69% na
categorização da safra em ótimo/excelente no relatório do USDA, uma baixa de um ponto ante a semana anterior. Já a posição dezembro/15 registrou
ganho de 2,75 centavos, a US$3,77¼/bushel. As novas previsões de chuvas sobre algumas regiões do Meio Oeste dos EUA também ajudou a conter altas
mais consistentes no mercado, assim como as novas quedas nos preços do trigo em função fraca demanda e grandes estoques globais.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerraram a sessão desta terça-feira com movimentos variados entre os principais
vencimentos. O vencimento setembro/2015, o qual baliza os contratos com lotes da segunda safra brasileira encerrou o dia cotado a R$27,77/saca, com
desvalorização de 0,36% em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que o vencimento janeiro/16, registrou modesta alta de 0,58%, cotado a
R$31,30/saca. O comportamento do mercado retratou essencialmente movimentos técnicos. Porém, as novas quedas no dólar frente ao real motivaram tal
comportamento. A firmeza dos preços internacionais e a perspectiva de grandes embarques do grão no Brasil e queda na área de milho verão limitaram
as quedas e favoreceram compras de oportunidade.
Dólar (US$)
O dólar caiu frente ao real nesta terça-feira, pela terceira sessão seguida, com operadores citando entradas pontuais de recursos que compensaram a pressão
vinda dos mercados externos diante de temores sobre a China e expectativas de alta de juros nos EUA no mês que vem. A moeda norte-americana recuou
0,47%, a R$3,466 na venda, após chegar a subir 0,64%, a R$3,5045 na máxima da sessão. Contribuiu também para a queda do dólar nesta sessão, segundo
operadores, a expectativa de elevação da alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) no setor financeiro, medida que deve ser proposta
pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em relatório sobre a Medida Provisória 675. Bancos que têm subsidiárias no exterior costumam se proteger da
variação cambial, já levando em consideração impostos que têm de pagar sobre seus ganhos. Com o maior tributo, cresce essa necessidade de "hedge" e,
por isso, eles têm de vender mais dólares para cumprir suas obrigações. Durante toda a manhã, o quadro de cautela global predominou no mercado
brasileiro, após os dois principais índices acionários da China despencarem mais de 6%. A desaceleração da segunda maior economia do mundo, principal
referência para investidores em mercados emergentes e importante parceiro comercial do Brasil, vem provocando apreensão nos mercados globais. No
cenário interno, a política continuava ocupando o centro das atenções, antes de votações no Congresso de pautas relevantes, como a reversão de parte da
desoneração da folha de pagamento e o projeto que altera a remuneração do FGTS. Além disso, o mercado via em declarações de autoridades da oposição,
na véspera, sinais de renovada pressão sobre a presidente Dilma Rousseff.
Mercado Interno
No Brasil, o mercado de milho registrou pequenas variações de preço entre as praças nacionais. Porém, as indicações de compra ainda apresentam boas
margens de venda aos produtores. A comercialização antecipada da segunda safra que entrou em sua etapa final de colheita tem gerando uma oferta mais
ajustada a demanda. Ao mesmo tempo, a recuperação gradativa das exportações brasileiras de milho e os firmes preços do grão no principais terminais
portuários tem gerado suporte a formação de preços mais firmes. Apesar de ceder nesta semana, o elevado patamar cambial tem contribuído para a
competitividade do produto brasileiro no cenário internacional. A maioria dos negócios efetivados são para entrega e pagamento nos meses de setembro
a novembro de 2015, a preços que variam entre R$31,00/saca até na máxima de R$32,00/saca, dependendo do prazo de pagamento. De certa forma, os
agentes do mercado interno ainda preferem atuar de forma comedida, visto que não se nota tanta dificuldade em efetivar negócios, sobretudo diante da
super produção de milho de segunda época que chega ao mercado. A dinâmica das vendas de milho estão evoluindo melhor, visto que os valores do
cereal associada à surpreendente produtividade ainda garante boa rentabilidade. Outro fator, é que os produtores realizam muitas operações de “barter”,
o milho por insumos para a safra verão, já que o preço do produto segue favorável. A queda do dólar no dia chegou a gerar modestas oscilações baixista
em praças mais distantes das zonas portuárias, mas o ambiente ainda apresenta certa consistência nos preços.
Comentários
Nesta última segunda-feira, o relatório de acompanhamento de safra de milho no EUA, 2015/16, o USDA apresentou modesta mudança nas condições
das lavouras. Os índices de plantações boas ou excelentes condições passou a representar 69% da área total semeada, uma queda de um ponto percentual
frente ao número da semana anterior. Na comparação com igual período do ano passado, esse índice era de 72%. Já para as plantações norte-americanas
em condições ruins e muito ruins representam 10% da área semeada, contra 8% em igual período do ano passado; ao passo que as áreas em condições
regulares perfazem 21%, contra 20% na mesma data de 2014. Apesar das perspectivas de clima mais ameno nas próximas semanas de agosto, o cenário
ainda traz muita incerteza, sobretudo pela ocorrência do fenômeno El Niño, que gera muita irregularidade nos índices de precipitações e temperatura.
Quanto aos estágios das plantas, o USDA afirmou que 71% da área encontram-se na fase de floração, contra 50% da semana passada, 68% do ano anterior
e 66% da média histórica; 21% na fase de formação de grãos, contra 20% do ano anterior e 28% na média histórica. Outro dado importante apresentado
nesta semana, veio a ser informações da Farm Service Agency (FSA), um órgão do USDA para os dados sobre área no país. O reporte apontou que os
produtores norte-americanos solicitaram a indenização do seguro para 2,61 milhões de hectares incluindo todas as culturas nesta temporada que não
puderam ser semeadas por conta de adversidades climáticas. Em 2014, esse total foi 1,77 milhão de hectares. Informações da FSA, os produtores
americanos solicitaram o seguro para 930 mil hectares de milho, contra 650 mil de 2014. No caso da soja, esse total passou de 340,39 mil para 880 mil hectares
do ano passado para este de 2015. Os números poderiam indicar que a área de plantio estimada pelo USDA poderia passar por algumas revisões para
baixo. Por sua vez, o boletim mostrou que a área plantada, incluindo a que não poderá ser colhida, para o milho ficou em 33,65 milhões de hectares e para
a soja em 32,17 milhões. E esses números não trazem um reflexo de 100% do que é plantado no país, mas as áreas cobertas pelo seguro. Em seu último
relatório mensal de oferta e demanda, divulgado em 12 de agosto, o USDA estimou a área plantada para o cereal em 35,98 milhões de hectares e a da
oleaginosa em 34,12 milhões.
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