Bolsa de Chicago (CBOT)
Num movimento de recuperação, os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago encerraram a sessão desta quinta-feira do lado positivo da
tabela recompondo parte das perdas verificadas na sessão de ontem. O vencimento para agosto/15 registrou alta 42,0 centavos de dólar, a
US$9,93/bushel, ao passo que novembro/15, que serve de base para a formação dos preços da nova safra nos EUA, terminou o dia com ganho
de 17,0 centavos de dólar, cotado a US$9,27/bushel. Apesar do aspecto essencialmente técnico, o movimento de recomposição de carteiras por
parte dos fundos foi motivado pelo fato de o relatório do USDA também demonstrar forte consistência da demanda internacional pela
oleaginosa no novo ciclo. Mesmo com o departamento norte-americano contrariando as expectativas do mercado, a oferta abundante é
acompanhada de uma forte demanda, sobretudo diante dos preços mais baixos. Paralelamente, o comportamento de importantes economias
mundiais, sobretudo da China, também se mantém no foco dos negócios. Nos mercados financeiros, o dia foi mais calmo, principalmente
depois de o BC chinês afirmar que já não vê mais motivos para continuar com depreciação da divisa à luz dos fundamentos econômicos fortes
do país.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa voltaram a registrar altas ao recuperar parte das fortes perdas verificadas
na sessão de ontem num movimento de compras especulativas. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa
norte-americana, com vencimento em setembro/15, fechou o dia cotado a US$20,64/saca, com ganho diário de 1,98% e o com vencimento
maio/16 com alta de 2,04%, a US$20,51/saca. Aqui, como no exterior, os agentes optaram por recompor posições depois do acentuado
movimento de venda. Apesar dos números do USDA contrariar o mercado, os agentes puderam verificar que a demanda pelo grão deverá
crescer de forma mais significativa na nova temporada.
Dólar (US$)
O dólar fechou com alta nesta quinta-feira, voltando ao patamar de R$3,50, ao acompanhar o avanço da moeda norte-americana nos mercados
externos e por apreensão com a cena política local. A moeda norte-americana subiu 1,13%, a R$3,5137 na venda, maior nível desde o último
dia 6, quando foi a R$3,5374. Na máxima do dia, chegou a R$3,5295. Moedas de países emergentes também perderam terreno nesta sessão.
Nos mercados externos, a desvalorização do iuan continuava no centro das atenções, mesmo após os esforços do banco central chinês para
trazer ao alívio aos mercados financeiros ao afirmar que não há motivo para o iuan cair mais por conta dos fortes fundamentos econômicos do
país. A percepção de que há grandes chances de o Federal Reserve, banco central norte-americano, elevar os juros já no mês que vem, também
pesou sobre o câmbio. Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países
como o Brasil. O impacto da questão externa foi intensificado, no Brasil, pelo quadro político conturbado. No fim da manhã, o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) começou a analisar o agravo proposto pelo PSDB pela continuidade de uma ação que pede a cassação da presidente Dilma
Rousseff por suposto abuso de poder na campanha eleitoral do ano passado. A análise do agravo foi suspensa quando o placar marcava 2
votos a 1 pela continuidade do processo. Ainda não há data para a continuidade do julgamento. Com isso, o mercado voltou a ficar mais na
defensiva após dois dias de alívio provocados pela aproximação da presidente Dilma com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros
(PMDB-AL). Na véspera, Dilma ganhou mais quinze dias para responder a questionamentos do Tribunal do Contas da União (TCU) sobre as
contas do governo de 2014, questão que sustenta especulações sobre eventual impeachment da presidente.
Mercado Interno
O volumes de negócios no mercado físico da soja foi esparsos, praticamente nulo nesta quarta-feira. Apesar da paridade positiva, influencia
pela recuperação nos preços internacionais associada a firmeza do dólar, a ponta vendedora preferiu aguardar. As indicações de compra
registraram altas, mas ainda estão bem distantes dos patamares fixados nas semanas anteriores, o que elevou significativamente o spread entre
os preços. Diante desse contexto, os poucos e raros reportes de efetivações no spot ocorreram diante de necessidades mais urgentes entre
compradores e vendedores. A necessidade de cobertura de carregamento nas zonas portuárias do país fez algumas tradings trabalhar com
valores mais firmes, embora os registros de negócios tenham envolvido lotes muito pequenos. As processadoras continuaram na defensiva, já
que estão dando preferência pela realização de negócios com prazos de pagamento mais longos. Em relação as vendas visando lotes da nova
safra, o dólar firme colaborou para recuperação de parte das perdas da sessão anterior, mas a elevação das indicações de compra não foi
suficiente para desencadear uma melhor dinâmica de negócios. A cautela ainda é predominante entre os agentes, uma vez que vendedores
aguardam recuperação mais consistentes nos preços ao passo que compradores evitam ser mais agressivos nas compras a fim de o mercado
absorver as baixas recentes.
Comentários
Nesta quinta-feira, o USDA trouxe novos dados em seus relatório semanal de vendas de soja para exportação com números que ficaram dentro
das expectativas do mercado. Na semana que terminou em 6 de agosto, o saldo das vendas do grão dos EUA ao exterior totalizaram 756,8 mil
toneladas de soja, sendo 96,3 mil estão com entrega agendada para a safra velha 2014/15 e outras 660,5 mil com entrega na temporada 2015/16.
As projeções variavam entre 300 mil e 1 milhão de toneladas. Na semana anterior, o país havia vendeu um total de 1,32 milhão de toneladas
de soja, sendo 416,7 mil toneladas da safra 2014/15 e outras 899,1 mil da safra nova, 2015/16. As vendas de soja grão dos EUA no acumulado
do ciclo 2014/15 somam pouco mais de 50,5 milhões de toneladas, enquanto a projeção das exportações totais para a safra em curso foi mantida
pelo USDA em 49,7 milhões de toneladas, visto que restam mais três semana para terminar a safra velha, que encerra em 31 de agosto deste
ano. No ano anterior, nesse mesmo período, as vendas estavam em 46,2 milhões de toneladas, sendo que havia despachado 44,1 milhões de
toneladas. Dos terminais portuários norte-americanos saíram até o momento 48,9 milhões de toneladas de soja, o que cria a possibilidade dos
EUA encerrar o ciclo tendo embarcado no máximo 50 milhões de toneladas. Os dados mostraram também que as vendas de farelo de soja, as
quais somaram 334,1 mil toneladas, acima das expectativas de 50 mil e 175 mil toneladas e superiores ao volume de 151,8 mil toneladas da
semana anterior. As vendas externas de farelo de soja da safra 2014/15 somam um recorde de 11,4 milhões de toneladas, volume 14,5% superior
à temporada anterior, ao passo que a previsão do USDA para os embarques do derivado pelos EUA é de 11,5 milhões de toneladas para o ciclo
que encerra em 30 de setembro.
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