Em muitas partes do Brasil, o preço da gasolina nas alturas fez a venda de etanol bater um recorde no primeiro semestre. E isso teve um efeito entre os consumidores
Na hora de abastecer, a pedagoga Karen de Abreu fica atenta à placa dos preços.
Uma placa indicava R$ 1 de diferença entre o etanol e a gasolina. Perguntada se pensa sobre isso na hora de abastecer, a motorista responde: “Precisa pensar nisso, porque tudo sobe. Então, a gente tem que pensar nessa hora para economizar.”
No primeiro semestre, o aumento nas vendas de etanol chegou a 38,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o consumo de gasolina caiu 5% de janeiro a junho. Com a alta no preço de mais de 9% este ano, a gasolina está perdendo a vez nas bombas.
A última pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana passada, mostra que, em média, o litro do etanol, no país, estava custando o equivalente a 62,8% do preço do litro da gasolina.
Desde o primeiro semestre de 2009 não se vendia tanto álcool no país. A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) diz que, embora o aumento nas vendas seja nacional, ele foi puxado por seis estados. São estados produtores de álcool. Entre eles, São Paulo, onde a diferença nas bombas pode ser ainda maior. Tem até motorista do Rio atravessando a divisa para abastecer do lado paulista.
“Junto o útil ao agradável. Venho a São Paulo resolver uns probleminhas e aproveito o regresso para preencher, porque o preço é bem mais em conta do que no estado do Rio”, explica um motorista.
“Provavelmente São Paulo esteja puxando esse aumento. Mas, de qualquer maneira, eu acredito que a crise está fazendo com que o consumidor queira usar o etanol para ter a sensação de estar gastando menos”, diz Maria Aparecida Siuffo, vice-presidente da Fecombustíveis.
Raphaela adotou o etanol de vez. A cada três ou quatro dias, vai ao posto. O pedido sai no automático: “Trinta de álcool, por favor.”
“Já cheguei a abastecer com gasolina, mas o álcool, pelo trajeto que faço, me satisfaz e eu gasto bem menos”, diz.
Fonte: G1
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