Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros de milho negociados em Chicago encerraram a sessão desta quinta-feira com pequenas variações em meio a cautela dos agentes em
manter o ritmo de liquidação de posições num ambiente de sobrevenda. O vencimento setembro/15 registrou modesta alta 0,50 centavo, a US$4,03¼/bushel
ao passo que a posição dezembro/15 também registrou ganho de 0,50 centavo, a US$4,13¾/bushel. Nos primeiros momentos do pregão, o mercado do
cereal ainda chegou a esboçar firmeza depois das perdas acumuladas nos últimos dias. Porém, movimentos de liquidação na etapa final do dia fez com
que o mercado encerrasse a sessão distantes das máximas. As liquidações foram baseadas em previsões de condições climáticas amenas sobre as áreas
produtora dos EUA além do fraco desempenho das exportações norte-americana verificadas na semana anterior. A alta do dólar frente às demais moedas
globais e a queda nos preços do petróleo endossaram as baixas do dia.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerraram a sessão desta quinta-feira com ganhos generalizadas estendo os movimentos
de compras de oportunidade verificados no dia anterior. O vencimento setembro/2015, o qual baliza os contratos com lotes da segunda safra brasileira
encerrou o dia cotado a R$27,32/saca, com valorização de 1,52% em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que o vencimento janeiro/16,
registrou alta de 0,68%, cotado a R$29,75/saca. Num ambiente de preços estabilizados em Chicago, a forte valorização do dólar frente ao Real foi mais que
suficiente para impulsionar movimentos de compra frente a expectativa de um crescente fluxo de embarque de milho brasileiro para o mercado externo.
Vale ressaltar, que as indicações dos contratos futuros de milho continuam bem descoladas das referências futuras, o que sugere novas altas no curto prazo.
Dólar (US$)
O dólar disparou e encostou em R$3,30 nesta quinta-feira, maior patamar em quatro meses, após o corte nas metas fiscais do governo alimentar temores
de que o Brasil pode vir a perder seu valioso grau de investimento. O dólar avançou 2,17%, a R$3,2958 na venda, maior patamar de fechamento desde 19
de março, quando a divisa ficou em R$3,2965. Com isso, a moeda norte-americana voltou a se aproximar das máximas em doze anos atingidas pela última
vez em março. O mercado teme que o país, depois de esperado rebaixamento pela Moody's e pela Fitch, receba perspectiva negativa de alguma das
agências. Com isso, ficaria na iminência de perder seu cobiçado grau de investimento. A Moody's deve manifestar-se sobre a nota brasileira em breve após
visita ao país na semana passada. Na véspera, o governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para 8,747 bilhões de reais, ou 0,15% do Produto
Interno Bruto (PIB), contra 66,3 bilhões de reais (1,1% do PIB), previstos até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até 26,4 bilhões de reais que,
no limite, pode até gerar novo déficit. As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente. O objetivo
anterior para cada um desses anos era de 2% do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018. Operadores também entenderam que a
decisão representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em seus esforços para reequilibrar as contas públicas brasileiras. Um fator
importante para determinar os próximos passos da divisa é a postura do Banco Central em relação a suas intervenções no câmbio e expectativas de que
ele, eventualmente, possa elevá-las.
Mercado Interno
No Brasil, a forte alta do dólar serviu muito mais para movimentar as indicações de preço para lotes com entrega programada para o período entre
setembro e novembro de 2015 que necessariamente o mercado spot. De certa forma, o avanço da colheita de milho inverno no Brasil associada a boa
disponibilidade de grão nos estoques deixaram os agentes na defensiva para operações no spot. As indicações de compra para negócios futuros continuam
maiores que as vendas a pronta entrega, o que acaba favorecendo uma melhor liquidez destes negócios. O volume de grão a receber é grande em função
dos elevados índices de vendas a termo. Vale ressaltar que a elevação dos fretes agrícolas associada a dificuldade na alocação de transporte gerou impactos
negativos na paridade de alguns exportadores, os quais estão mais cautelosos em efetivar novos operações. Nos terminais portuários do país, negócios no
spot giravam entre R$29,50/saca a R$30,50/saca, mas compras com entrega em setembro e pagamento no começo de novembro variaram entre
R$32,00/saca a R$33,00/saca. Desta forma, o foco do mercado é escoar e cumprir esses contratos, para só depois realizar novas aquisições. Em GO, o preços
no spot ficou em R$20,50/saca, mas as vendas futuras chegara até R$22,50/saca. Os poucos reportes no spot aconteceram em algumas regiões dos Estados
do RS, SC, SP e MG, onde as disponibilidade de lotes da safra verão estão mais ajustados.
Comentários
Nesta quinta-feira, o USDA divulgou seu relatório de inspeção de embarques. De acordo com o boletim, as vendas externas de milho dos EUA com
entrega programada para a temporada 2014/15 somaram 223,45 mil toneladas até a semana encerrada no dia 16 de julho. O volume no período representa
uma queda de 32,5% em relação à semana passada, quando as exportações ficaram em 331,06 mil toneladas do cereal. O destaque foi para a
comercialização de 110 mil toneladas de milho dos EUA que serão entregas a Colômbia. Japão fez a aquisição de 99 mil toneladas seguido pela União
Europeia com 90 mil toneladas de milho norte-americano. O resultado das vendas semanais norte-americanas elevou o acumulado da temporada 2014/15
para 46,8 milhões de toneladas de milho. Em igual período da safra 2013/14, o volume comercializado era de 48,4 milhões de toneladas. Para o ciclo 2014/15,
a USDA estimou a exportação de milho para os EUA em 47 milhões toneladas, contra 48,7 milhões em 2013/14. Enquanto espera-se elevação das
exportações dos EUA de milho em função dos elevados estoques, mesmo frente a um quadro de possíveis perdas de produtividade em suas lavouras
2015/16, o aumento da participação de outros grandes exportadores como Brasil, Ucrânia e Argentina deverá acirrar a competição pelo mercado externo.
Os elevados estoques do grão entre os maiores importadores também deverá diminuir o fluxo de compra e venda de milho no cenário internacional. Já
as vendas da safra nova foram indicadas em 311,4 mil toneladas, contra as 325,1 mil toneladas reportadas na semana anterior. Contabilizando as duas
safras, os volumes indicados ficaram abaixo das expectativas do mercado que estavam entre 550 mil a 950 mil toneladas do grão.
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