Bolsa de Chicago (CBOT)
De olho nos radares meteorológicos, os contratos futuros de soja negociados na bolsa de Chicago encerraram a sessão desta quinta-feira com
quedas generalizadas. O vencimento agosto/15 fechou o dia com queda de 13 centavos de dólar, a US$10,10/bushel ao passo que a posição
novembro/15, que serve de base para a formação dos preços da nova safra nos EUA, terminou o dia com recuo diário de 16,75 centavos, cotado
a US$9,80½/bushel. Novas previsões climáticas indicando condições mais favoráveis ao desenvolvimento das lavouras de soja nos EUA
pressionaram as cotações da oleaginosa. Com a commodity rompendo a barreira psicológica de US$10/bushel e diante da manutenção da
valorização do dólar frente às demais moedas mundiais, movimentos de liquidação de posições ganharam intensidade. Os números de
exportação dos EUA também sujeitaram o mercado a movimentos baixista endossados por preocupações com o cenário econômico mundial
frente aos solavancos do mercado financeiro.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa deram continuidade aos movimentos baixista verificados no dia anterior
ao manter-se do lado negativo da tabela. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com
vencimento em agosto/15, encerrou o dia cotado a US$22,26/saca, com baixa de 1,07% ao passo que o vencimento maio/16 registrou perda de
1,24%, a US$21,44/saca. No Brasil, o mercado da oleaginosa acompanhou a desvalorização verificada em Chicago em meio as perspectivas de
condições climáticas mais amenas sobre as principais áreas produtoras dos EUA e por fatores macroeconômicos que seguem motivando altas
no dólar frente às demais moedas internacionais.
Dólar (US$)
O dólar disparou e encostou em R$3,30 nesta quinta-feira, maior patamar em quatro meses, após o corte nas metas fiscais do governo alimentar
temores de que o Brasil pode vir a perder seu valioso grau de investimento. O dólar avançou 2,17%, a R$3,2958 na venda, maior patamar de
fechamento desde 19 de março, quando a divisa ficou em R$3,2965. Com isso, a moeda norte-americana voltou a se aproximar das máximas
em doze anos atingidas pela última vez em março. O mercado teme que o país, depois de esperado rebaixamento pela Moody's e pela Fitch,
receba perspectiva negativa de alguma das agências. Com isso, ficaria na iminência de perder seu cobiçado grau de investimento. A Moody's
deve manifestar-se sobre a nota brasileira em breve após visita ao país na semana passada. Na véspera, o governo reduziu a meta de superávit
primário deste ano para 8,747 bilhões de reais, ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 66,3 bilhões de reais (1,1% do PIB), previstos
até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até 26,4 bilhões de reais que, no limite, pode até gerar novo déficit. As metas para 2016 e
2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2%
do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018. Operadores também entenderam que a decisão representou uma derrota para
o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em seus esforços para reequilibrar as contas públicas brasileiras. Um fator importante para determinar
os próximos passos da divisa é a postura do Banco Central em relação a suas intervenções no câmbio e expectativas de que ele, eventualmente,
possa elevá-las.
Mercado Interno
No Brasil, a forte valorização do dólar frente à moeda brasileira garantiu a elevação dos preços oferecidos no mercado físico, desencadeados
um agitação expressiva durante o dia. A firmeza das cotações do oleaginosa aconteceram mesmo diante das fortes baixas observadas na Bolsa
de Chicago nesta quinta-feira. Porém, no que tange a efetivação de novos negócios, a movimentação ainda se mostrou esparsa em virtude do
ambiente altamente especulativo. A disparidade entre os preços de compra e venda cresceu, uma vez que durante o dia, os preços oscilaram
de forma extrema quer para as vendas no spot quer para as operações antecipadas visando lotes da nova safra. No porto de Paranaguá, por
exemplo, as indicação de preços no spot ou mesmo visando lotes da safra nova variaram entre R$75,00/ e R$78,00/saca ao passo que no terminal
de Rio Grande giraram em torno de R$77,00/saca até R$80,00/saca, dependendo de prazo para entrega e pagamento. Diante da volatilidade
das principais variações (dólar, Chicago e prêmios), não houve muita diferença entre os valores para o mercado spot ou futuro. De certa forma,
os preços mencionados na tabela desse boletim retrata o nível onde os negócios foram mais frequentes ou onde compradores e vendedores
tiveram maior consenso. No interior do país, o destaque recaiu sobre as vendas antecipadas da safra nova, visto que os negócios no disponível
foram esparsos.
Comentários
De acordo com o relatório semanal do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) divulgado nesta quinta-feira, o saldo das vendas
externas de soja grão dos EUA da semana encerrada no dia 16 de julho totalizaram 322,6 mil toneladas contra 552,4 mil toneladas na semana
anterior. Nesse montante, apenas 80,8 mil toneladas tem sua entrega agendada para a temporada 2014/15. O número ficou abaixo das
expectativas do mercado, que variavam entre 100 mil e 300 mil toneladas. Apesar do baixo volume comercializado para a safra velha, o
resultado da temporada 2014/15 ainda se mantem acima da mais da recente projeção para as exportações da oleaginosa para os EUA divulgado
pelo USDA neste mês de julho. No total acumulado no ciclo, as vendas externas norte-americanas somam 50,7 milhões de toneladas, enquanto
a projeção das exportações totais para a safra em curso passaram de 49,3 para 49,7 milhões de toneladas. Dessa forma, já existem cerca de um
milhão de toneladas que foram negociadas acima das expectativas e devem ser despachada até 31 de agosto deste ano. No ano anterior, nesse
mesmo período, as vendas estavam em 45,8 milhões de toneladas. No período foram negociados também mais 241,8 mil toneladas da safra
nova, um queda expressiva frente a negociação de 507 mil toneladas na semana anterior. Exportadores privados reportaram a venda de 180
mil toneladas de soja dos EUA para a China com entrega no ano comercial 2015/16, que começa em 1º de setembro, informou o Departamento
de Agricultura dos EUA (USDA) nesta quinta-feira. Na safra 2014/15, os chineses não fizeram nenhuma aquisição, visto que o menor fluxo por
parte da China remete a troca que o gigante asiático tem feito pela produto mais barato originado no Brasil. O agentes no país asiático estão
efetuando grandes compras de soja brasileiras, o que feito os resultados mensal alcançarem recordes de embarque. Mesmo assim, os
exportadores norte-americanos venderam um volume recorde 8,4% superior à safra passada de soja para China, em 30 milhões de toneladas,
dos quais cerca de 29,6 milhões já saíram do Golfo do México, 7,4% acima do despachado em igual período do ano passado.
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