Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros de soja voltaram a operar do lado positivo da tabela ao encerrar a sessão desta terça-feira com ganhos generalizados. O
vencimento agosto/15 fechou o dia com alta de 11 centavos, a US$10,18¾/bushel, ao passo que a posição novembro/15, que serve de base para
a formação dos preços da nova safra nos EUA, terminou o dia com alta diária de 5,25 centavos, cotado ao final do dia a US$10,04¾/bushel. O
clima adverso sobre o Meio Oeste dos EUA parece que dará uma trégua nas próximas semanas, mas o ambiente ainda traz muitas incertezas
quanto à real dimensão da safra de soja nos EUA. O último relatório de oferta e demanda do USDA não convenceu os agentes do mercado
com relação ao aumento na expectativa de colheita nos EUA, visto que as informações relacionadas as condições de lavouras de soja não
apresentaram novidades e mostram índices inferiores às verificadas na temporada passada. A desvalorização do dólar e o ambiente mais
calmo nos mercados financeiros possibilitou movimentos de compra de oportunidade e reposição de carteiras, sobretudo diante perspectiva
de incremento na demanda.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os valores dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta terça-feira com ganhos acompanhando a
recuperação verificado nos preços internacionais da commodity. Os minis contratos de soja, atrelados diretamente ao comportamento da bolsa
norte-americana, com vencimento em agosto/15, encerrou o dia cotado a US$22,45/saca, com alta de 1,08% e o com vencimento maio/16
registrou ganho modesto de 0,37%, a US$21,94/saca. Depois das perdas acumuladas na sessão anteriores, a calmaria no mercado financeiro
trouxe alivio aos mercado gerando espaço para movimentos de compra de oportunidade. A firme demanda pelo grão associada as
preocupações com o clima nos EUA voltaram a ser pauta do mercado.
Dólar (US$)
O dólar fechou em queda frente ao real nesta terça-feira, após três sessões consecutivas de alta e acompanhando o movimento nos mercados
externos. O dólar recuou 0,86%, a R$3,1732 na venda. Nas três sessões anteriores, a divisa havia acumulado valorização de cerca de 2%. Na
véspera, o dólar havia atingido a máxima em três meses em relação a uma cesta de divisas e investidores aproveitavam para realizar lucro nos
mercados globais. O avanço havia sido motivado por expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os
juros ainda neste ano, o que atrairia para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados. Nesta sessão, a divisa dos
Estados Unidos corrigia boa parte desse avanço, recuando cerca de 1% contra o euro em meio ao menor pessimismo em relação à Grécia.
Também contribuía para a queda do dólar em relação a moedas emergentes o avanço dos preços das commodities. Os atritos entre o presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o governo da presidente Dilma Rousseff têm dado força a preocupações sobre golpes à
credibilidade do país, que podem afastar investimentos dos mercados locais. Investidores também temem que a instabilidade, aliada à baixa
popularidade do governo, dificulte ainda mais a aprovação de novas medidas do ajuste fiscal conduzido para resgatar a confiança na política
fiscal e reequilibrar a economia. Pesquisa da CNT/MDA mostrou nesta manhã que a avaliação negativa do governo subiu para 70,9%, contra
64,8% no levantamento de março.
Mercado Interno
No Brasil, a queda do dólar frente a moeda brasileiras neutralizou a firmeza verificado nos preços internacionais da soja a ponto de gerar
impactos negativos na formação dos preços em algumas praças. Por outro lado, como nas sessões anteriores, as indicações de preços estão
dependendo muito mais da necessidade de compra entre os agentes, visto que a paridade de exportação começa a perder influencia com a
chegada do período de entressafra no país. Em algumas regiões, houve firmeza nos valores da soja em função da presença mais ativa de alguns
compradores, sobretudo exportadores. A firmeza dos prêmios portuários seguem ditando o fluxo de escoamento ao mercado externo, onde
compradores procuraram garantir estoques antes do período de paralisação da fabricas para manutenção. Algumas indústrias de biodiesel
também estiveram presentes, visto que nas próximas semanas serão realizados mais alguns leilões e a chegada do período de plantio da safra
verão em setembro deverá forçar uma melhor preparação das usinas. Porém em outras praças, a fraca atuação de ambas as pontas criou um
cenário de preços mais fragilizados. No que tange o fluxo de negócios no âmbito nacional, estes continuaram pontuais, visto que são poucos
que tem necessidades mais urgentes em efetivar novas aquisições no spot. Neste contexto, as oscilações foram pontuais, mas quando ocorreram
foram para baixo. Em relação as vendas externas, estas registraram quedas quase que generalizadas pelas quedas do dólar.
Comentários
Os embarques dos derivados de soja em julho voltaram a ganhar intensidade na terceira semana do mês, fato que resultou numa recuperação
do desempenho diário em relação à junho e igual período do ano passado, segundo dados preliminares da Secretária de Comercio Exterior.
Nos cinco dias uteis da terceira semana de julho, foram embarcados 693,1 mil toneladas de farelo de soja, que elevou o acumulado do período
para 1,2 milhão de toneladas. Graças a este resultado, o embarque médio diário ficou do mês saltou para 92,5 mil toneladas, desempenho 19,7%
superior ao registrado no mês passado e 69,8% acima do resultado de igual período do ano passado. De certa forma, a competição pela firme
demanda do mercado externo com grandes ofertas dos EUA e Argentina segue presente. Mas a competitividade que o produto brasileiro
segue favorecendo embarques crescentes em função do comportamento cambial associado aos problemas junto as indústrias que produzem
farelo na Argentina. Quanto ao mercado doméstico para o farelo, a maior demanda vem do setor de proteína animal, que passou a comprar
parceladamente, fator que desacelerou a procura, mas que garante um aparente consistência. Para o óleo, a demanda para biodiesel e alimentos
tem sustentado as cotações do produto internamente ao mesmo tempo que concentra o consumo internamente. Em relação ao óleo de soja, o
embarque médio diário de produto bruto caiu para 4,7 mil toneladas, redução de 25,2% frente ao registrado em junho passado e, 17,0% abaixo
de igual período de 2014. A produção de biodiesel no Brasil no primeiro semestre de 2015 somou um recorde de 1,89 milhão de metros cúbicos,
35,4% superior a igual período de 2014. O aumento da produção deve-se a elevação da mistura do biodiesel no diesel, passando de B5 para B7
que começou no mês de novembro de 2014. Estima-se que 80% da produção de biodiesel do país tem a soja como principal matéria-prima.
Neste contexto, as esmagadoras tiveram participação mais moderada nas compras de soja, mas devem encerrar o ano de 2015 tendo
esmagando o que poderá ser o maior volume de soja da história. Vendedores, por sua vez, preferem cumprir os contratos realizados
antecipadamente e estocar o restante da safra aguardando uma reviravolta cambial.
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