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Boletim Diário do Milho | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Boletim Diário do Milho

Bolsa de Chicago (CBOT)
Depois de três sessões consecutivas de baixa, os contratos futuros de milho negociados em Chicago encerraram a sessão desta terça-feira do lado positivo
da tabela. Movimentos de especulativos de compras de oportunidade sustentaram os preços do cereal diante de um ambiente mais calmo nos mercados
financeiros. O vencimento setembro/15 registrou modesta alta de 1,50 centavo de dólar, a US$4,06½/bushel, assim como a posição dezembro/15 que
também registrou ligeiro ajuste de 1,50 centavos, a US$4,17½/bushel. Basicamente, os ganhos do dia tiveram caráter técnico em função da desvalorização
do dólar frente às demais moedas globais criar a sensação de melhoria da competitividade do produto norte-americano ao estimular a demanda pelo
grão. Paralelamente, os ganhos nos preços do petróleo também exerceram influência positiva ao ser considerado estímulos para o uso de milho para
produção de etanol. Mesmo assim, ainda houve cautela nos ganhos, visto que os agentes continuam de olho nos radares meteorológicos.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerraram a sessão desta terça-feira com perdas acentuadas e generalizadas na contramão
da firmeza dos preços internacionais. O vencimento setembro/2015, o qual baliza os contratos com lotes da segunda safra brasileira encerrou o dia cotado
a R$26,74/saca, com desvalorização de 1,04% em relação ao fechamento da sessão anterior, ao passo que o vencimento janeiro/16, registrou queda de 0,17%,
a R$29,22/saca. Embora os preços externos do cereal tenham registrado ganhos, o mercado atentou as quedas do dólar e à elevação dos fretes agrícolas no
Brasil. O rápido avanço da colheita da segunda safra no Brasil também lançou pressão baixista sobre o mercado, visto que os rendimentos das lavouras
do Centro-Oeste continuam surpreendentes.
Dólar (US$)
O dólar fechou em queda frente ao real nesta terça-feira, após três sessões consecutivas de alta e acompanhando o movimento nos mercados externos. O
dólar recuou 0,86%, a R$3,1732 na venda. Nas três sessões anteriores, a divisa havia acumulado valorização de cerca de 2%. Na véspera, o dólar havia
atingido a máxima em três meses em relação a uma cesta de divisas e investidores aproveitavam para realizar lucro nos mercados globais. O avanço havia
sido motivado por expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os juros ainda neste ano, o que atrairia para a maior
economia do mundo recursos aplicados em outros mercados. Nesta sessão, a divisa dos Estados Unidos corrigia boa parte desse avanço, recuando cerca
de 1% contra o euro em meio ao menor pessimismo em relação à Grécia. Também contribuía para a queda do dólar em relação a moedas emergentes o
avanço dos preços das commodities. Os atritos entre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o governo da presidente Dilma Rousseff
têm dado força a preocupações sobre golpes à credibilidade do país, que podem afastar investimentos dos mercados locais. Investidores também temem
que a instabilidade, aliada à baixa popularidade do governo, dificulte ainda mais a aprovação de novas medidas do ajuste fiscal conduzido para resgatar
a confiança na política fiscal e reequilibrar a economia. Pesquisa da CNT/MDA mostrou nesta manhã que a avaliação negativa do governo subiu para
70,9%, contra 64,8% no levantamento de março.
Mercado Interno
No Brasil, a fragilidade do dólar frente ao real esfriou a atuação das tradings no mercado spot. Com elevados volumes de lotes a termo para receber e com
certa dificuldade na alocação de transporte de carga em algumas regiões para escoar o que chega do campo, a demanda por milho ficou mais fraca. Os
preços dos fretes agrícolas começam a subir no Centro-Oeste, o que também limita o fluxo de novas aquisições pela necessidade de fazer conta de paridade.
Mesmo assim, a queda nas indicações de compra em algumas localidades serviu apenas para ausentar os vendedores, visto que a produção da segunda
safra chega ao mercado com a comercialização muito adiantada. Condição esta que faz com que os produtores controlem melhor suas operações de lotes
remanescentes a espera de melhores oportunidades de venda. No Paraná e Mato Grosso do Sul, especificamente, a lentidão se deve as preocupações com
o efeito das fortes chuvas sobre a qualidade do grão colhido. Os trabalhos de colheita avançam lentamente, limitando as comercializações. Nas demais
praças, os negócios também foram esparsos. No Sudeste, o ambiente é de preços estáveis mesmo diante da fraca liquidez. Nas praças situadas nas regiões
Norte e Nordeste, o preço do milho esboçou firmeza em função da entressafra e baixa disponibilidade de produto. Em relação as vendas antecipadas,
visando lotes da safra 2015/16, estas perderam um pouco da dinâmica verificada nos meses anteriores. O comportamento cambial ainda segue sendo a
principal influência.
Comentários
As lavouras norte-americanas da safra 2015/16 não apresentaram melhoras na última semana, de acordo com o mais recente relatório mensal de
acompanhamento de safra do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado nesta segunda-feira (20/07). Os índices de plantações
boas ou excelentes condições seguiram inalteradas na comparação semanal, e ainda bem inferiores ao ano passado. Porém, no caso especifico das lavouras
de milho, o índice de plantações em excelentes condições passaram a perfazer 17% da área cultivada, contra 15% na semana anterior, mas ainda longe dos
22% verificado no ano passado. De certa forma, a melhora observou-se no intervalo entre lavouras que apresentam condições boas e excelentes. Mesmo
assim, as plantações norte-americanas em condições ruins e muito ruins representam 9% da área semeada, contra 5% em igual período do ano passado;
ao passo que as áreas em condições regulares perfazem 22%, contra 19% na mesma data de 2014. Apesar das perspectivas de clima mais ameno nas
próximas semanas de julho e agosto, o cenário ainda traz muita incerteza, sobretudo pela ocorrência do fenômeno El Niño. O USDA também avaliou as
lavouras de soja e quantificou que 62% das lavouras norte-americanas da oleaginosa estão em boas ou excelentes condições – mesmo resultado da semana
passada, mas ainda bem pior que os 73% que eram registrados no mesmo período no ano passado. Os norte-americanos registraram ainda 27% de
lavouras em condições regulares e 11% de ruins ou muito ruins.

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