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Boletim Diário da Soja | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Boletim Diário da Soja

Bolsa de Chicago (CBOT)
Os futuros de soja abrem a semana com ganhos na bolsa de Chicago, mas longe das máximas do dia em função da cautela dos agentes do mercado. O vencimento julho/15, que encerrou a sessão com alta de 1,75 centavo, a US$10,45¼/bushel, chegou a máxima do dia de 8 centavos, ao passo que a posição novembro/15, que serve de base para a formação dos preços da nova safra nos EUA, terminou com alta de 6,25 centavos, cotado ao final do dia a US$10,28½/bushel, chegou a atingir pico de US$10,32/bushel. De olho nos relatórios meteorológicos e a espera de informações de condições de safra nos EUA, os agentes do mercado continuaram compradores e estimulando a firmeza das cotações da oleaginosa. De certa forma, os últimos dados de balanço de oferta e demanda mundial de soja divulgado pelo USDA deixou o mercado mais sensível quanto à se trabalhar com cenários um pouco menos confortáveis para a oleaginosa. Embora haja muita incerteza com relação aos reais efeitos climáticos sobre o potencial produtivo das lavouras norte-americanas, os agentes continuam precificando e se preparando para queda nos rendimentos. Paralelamente, os ânimos mais calmos nos mercados financeiros também criaram condições favoráveis as firmeza do mercado, mas ainda nota-se cautela, visto que na etapa final do dia fundos buscaram embolsar lucros.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta segunda-feira com ganhos generalizados, repercutindo a firmeza dos preços internacionais da oleaginosa. O mini contrato de soja, atrelado diretamente ao comportamento da bolsa norteamericana, com vencimento em agosto/15, encerrou o dia cotado a US$22,87/saca, com ganho de 0,53%, ao passo que o vencimento maio/16 registrou alta de 0,49%, a US$22,47/saca. Os agentes continuam atentos aos movimentos de Chicago e alinhados aos radares meteorológicos para adotar posição. Dólar (US$)
O dólar registrou forte baixa sobre o real nesta segunda-feira, após recuar mais de 2% na sessão passada, com operadores citando vendas concentradas à tarde por exportadores para aproveitar o patamar elevado da divisa norte-americana. Na primeira metade do pregão, o dólar foi chegou a ser negociado com alta de 0,60% - máxima de R$3,18 - com os investidores recebendo bem o acordo sobre novo resgate para a Grécia, mas ponderando que os problemas entre Atenas e seus credores ainda não foram completamente resolvidos. A moeda norte-americana caiu 0,96%, a R$3,1308 na venda, acumulando queda de 3,24% nas últimas duas sessões. Apesar de ter caído 2,3% na sexta-feira, antecipando um acordo de líderes da zona do euro sobre a Grécia, a moeda norte-americana ainda acumulava alta de 1,7% neste mês até a sessão passada, rondando as máximas em três meses, o que abriu espaço para vendas de dólares, segundo operadores. Líderes da zona do euro chegaram a um acordo que fará a Grécia ceder grande parte de sua soberania à supervisão externa em troca de resgate de 86 bilhões de euros, que manterá o país dentro do bloco monetário. Mas o documento ainda é sujeito a aprovação parlamentar e o resgate só acontecerá se o premiê Alexis Tsipras implementar diversas reformas impopulares dentro de um cronograma apertado. Internamente, o mercado também se concentrou em possíveis mudanças nas metas fiscais do governo brasileiro, especialmente levando em conta que nesta quarta-feira a agência de classificação de risco Moody's dá início a visita ao país. A expectativa do mercado é que a Moody's rebaixe o Brasil em um degrau, a "Baa3", última classificação dentro do grau de investimento e em linha com a Standard & Poor's e a Fitch. Mas investidores temem que a agência também atribua perspectiva negativa à nota. Segundo analistas, esse cenário seria mais provável se o governo reduzir o objetivo fiscal para o ano que vem, enquanto uma piora na meta para este ano já é esperada pelos agentes econômicos. Mercado Interno
No Brasil, a forte volatilidade nos preços internacionais da oleaginosa somado a fragilidade do dólar enfraqueceram as indicações de compra no mercado físico. Prêmios portuários mais fracos também geraram impactos negativos nos preços domésticos, condição que afastou os vendedores. Neste contexto, a movimentação de negócios no mercado físico foi pouco expressiva diante da disparidade entre os preços de compra e venda. Tradings exportadoras e indústrias de esmagamento também limitaram seus negócios por disporem de bons volumes de grão em estoque. Nas principais zonas portuárias do país, as indicações de compra cederam e os negócios foram quase nulos no dia. As vendas no spot foram muito fracas e dependeram muito mais da necessidade de fazer caixa ou de cobertura de posição entre os agentes. Em relação as vendas futuras, a queda do dólar foi muito mais severa na formação dos preços, fator que prejudicou a dinâmica dos negócios e deixou ambas as pontas na defensiva. Comentários
Embarques de soja em grão perdem força na segunda semana de julho em meio a problemas com excesso de chuvas nas principais zonas portuárias do país. Na segunda semana de julho, com cinco dias úteis (05 a 12), as exportações de soja em grão somaram 1,33 milhão de toneladas, contra 1,43 milhões de toneladas na primeira semana, que, por sua vez, resultou num acumulado para a primeira quinzena do mês de 2,76 milhões de toneladas da oleaginosa. A exportação no período resultou um embarque médio diário de 345,4 mil toneladas, que equivale a um volume 26,1% inferior ao mês passado, mas 31,4% superior aos embarques de junho de 2014 inteiro. Restando mais três semanas para encerrar o mês de julho, caso esse ritmo se mantenha, o Brasil pode embarcar o período escoando próximo de 7 milhões de toneladas neste mês, atingindo um recorde para o período e superior aos 6,04 milhões de toneladas em julho do ano passado. Apesar da queda dos embarques frente ao mês passado, a boa demanda pelo produto nacional, favorecida inclusive pelo câmbio, o elevado volume embarcado decorre, ainda, do atraso nas exportações nos primeiros quatro meses deste ano e forte concentração dos compradores globais no país. De certa forma, as preocupações com o clima adverso nos EUA, os preços mais competitivos do produto brasileiro e os elevados estoques na país com a conclusão da colheita também favorecem uma maior procura pela commodity no Brasil. A prova do interesse pela soja brasileira se reflete nos diferenciais pagos nos portos. Compradores estão oferecendo atualmente prêmio 50 centavos de dólar por bushel, contra oferta de desconto de 20 centavos um ano atrás. Em 2015, a exportação de soja deverá fechar com embarques recordes no país, de 48,5 milhões de toneladas, ante 45,7 milhões em 2014.

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