Bolsa de Chicago (CBOT) Os contratos futuros de soja negociados na bolsa de Chicago terminaram o pregão desta sexta-feira com ganhos depois dos dados do USDA. O vencimento julho/15, que encerrou a sessão com alta de 5,75 centavos, a US$10,43½/bushel, ao passo que a posição novembro/15, que serve de base para a formação dos preços da nova safra nos EUA, registrou alta de 6,50 centavos, cotado ao final do dia a US$10,22¼/bushel. Embora as novas estimativas do USDA tenham frustrado em alguns aspectos quanto as expectativas do mercado, em outros, o relatório surpreendeu, possibilitando suporte para que as cotações da oleaginosa continuassem distantes de fechar abaixo da barreira psicológica de US$10/bushel. É certo que a elevação da estimativa de produção de soja nos EUA para a safra 2015/16 tem deixado os agentes dispostos a liquidar posições, pois os agentes já aguardavam cortes em função das adversidades climáticas. Mesmo assim, o quadro de demanda consistente demonstrar que uma enorme sensibilidade do mercado de soja, visto que o relatório de agosto deverá apresentar informações mais reais da real dimensão dos efeitos climáticos sobre a produção norte-americana.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta sexta-feira forte valorização em relação ao fechamento da quarta-feira, repercutindo os ganhos acumulados em Chicago. O mini contrato de soja, atrelado diretamente ao comportamento da bolsa norteamericana, com vencimento em agosto/15, registrou alta, ao encerrar o dia cotado a US$22,75/saca, ganho de 3,55%, ao passo que o vencimento maio/16 registrou alta de 3,04%, a US$22,36/saca. A manutenção do clima adverso sobre importantes regiões produtoras de soja nos EUA somado aos números de consumo e redução de estoques do USDA deram o tom altista ao mercado. Dólar (US$) O dólar fechou com forte queda sobre o real nesta sexta-feira, a mais forte em três meses, acompanhando o otimismo do cenário externo diante da China e da possibilidade de acordo entre a Grécia e seus credores. A moeda norte-americana caiu 2,30%, a R$3,1612 na venda, o maior recuo desde 8 de abril (-2,48%), mas acumulando na semana valorização de 0,70%. Na véspera, a Grécia enviou propostas detalhadas de como deve cumprir as condições para receber nova ajuda financeira e o premiê grego, Alexis Tsipras, fez um apelo aos parlamentares de seu partido nesta sexta-feira para que apoiem o plano enviado aos credores. Os ministros das Finanças da zona do euro se reúnem sábado para discutir a dívida grega e se o país precisa de alívio como parte das negociações mais amplas por um resgate. As chances de que a Grécia possa deixar a zona do euro neste ano caíram nesta sexta-feira, segundo casas de apostas, uma indicação que trouxe mais alívio para os investidores financeiros. Neste cenário, o dólar também recuava diante de outras moedas globais. Na China, o mercado acionário teve forte alta pelo segundo dia seguido, devido a série de medidas de apoio do governo para conter a queda de mais de 30% que atingiu o mercado ao longo de quarto semanas. Também trouxe alívio ao mercado o discurso da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de que espera que o banco central dos EUA eleve a taxa de juros em algum momento deste ano. Mercado Interno No Brasil, as cotações de soja e derivados registraram sólidos ganhos na semana. Apesar da ligeira pressão vinda das oscilações cambiais e volatilidade dos preços externos, a firme demanda pelo produto brasileiro favoreceu as reações dos prêmios de exportação, o que contribui para que o valor recebido pelo vendedor esboçasse firmeza. Nos últimos dias, especificamente, as chuvas dificultaram os embarques de soja entre alguns terminais portuários, o que chegou a limitar o interesse de compradores nesta semana. Mesmo assim, os prêmios de exportação tiveram pequenas altas. No porto de Paranaguá, para o embarque agosto/15 do grão, teve comprador a 55 centavos de dólar e vendedor a 65 centavos de dólar por bushel, ante 40 para o comprador e 45 para o vendedor na semana anterior. Considerando-se que o período é de entressafra no Brasil, os preços tendem a se sustentar no curtíssimo prazo. Além disso, como as processadoras estão com estoques relativamente confortáveis e as margens de esmagamento neste momento estão menores que as do período de safra, agentes estão mais voltados para as compras de insumos para a temporada 2015/16, o que muitas vezes ocorre na base de troca por grão. Nesse sentido, as negociações entre tradings e cerealistas também estão firmes, o que favorece o travamento de preços e a busca por hedge para 2016. Comentários Nesta sexta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou suas mais recentes projeções para a safra mundial de soja, surpreendendo o mercado com estimativa de estoques finais no ciclo 2014/15 abaixo da expectativa média prevista por agentes. A começar pela velha temporada 2014/15, o mercado como um todo já trabalhava com a possibilidade de corte na estimativa de estoque final para oleaginosa nos EUA, sobretudo após o revelador relatório trimestral divulgado no final do mês de junho, onde o consumo (considerando exportação e esmagamento) apresentou uma forte consistência, já dava sinais de uma substantiva redução. Por fim, o USDA estimou o estoque final de soja da safra antiga (2014/15) nos EUA em 6,94 milhões de toneladas, um corte de pouco mais de 2 milhões de toneladas ante a estimativa do relatório de junho e, mais surpreendente, abaixo dos 7,95 milhões de toneladas esperados pelo mercado. Basicamente, a redução se deve ao fato de o governo aumentar as estimativas de exportação e de esmagamento da oleaginosa em torno de 400 mil toneladas cada, para recordes de 49,8 milhões e 49,7 milhões de toneladas, respectivamente. Além do ajustes nas projeções para os EUA, o USDA também realizou mudanças nos números de outros importantes players. Elevando, como já esperado, a produção da Argentina para o ciclo em curso em 500 mil toneladas em relação ao relatório anterior, passando para 60 milhões de toneladas; aumentou a expectativa de importação de soja por parte da China, agora num recorde de 74 milhões de toneladas ao mesmo tempo em que incrementou sua estimativa de exportação para o Brasil, passando de 45,65 para 46,8 milhões de toneladas. Já para a safra 2015/16, o destaque recai para o fato de o USDA apontar o Brasil como principal exportador global de soja na nova temporada, estimando embarques na casa de 50,75 milhões de toneladas, contra 48,31 milhões dos EUA. Ainda na safra 2015/16, o departamento norte-americano revisou para baixo os estoques finais dos EUA, passando de 12,93 para 11,58 milhões de toneladas, acima das expectativas do mercado, em 10,3 milhões, em função da elevação da previsão de produção de 104,78 para 105,73 milhões de toneladas. A estimativa para a produção de soja nos EUA pelo USDA contrariou o mercado que já esperava por um corte com base nos transtornos enfrentados pelo excesso de umidade nos campos do Meio Oeste e trabalhavam com uma estimativa em torno de 103,3 milhões de toneladas.
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