As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil somaram 2,49 bilhões de litros em junho, sendo 124,08 milhões de litros destinados ao mercado externo e 2,36 bilhões de litros ao consumo doméstico.
No mercado interno, enquanto o volume comercializado de etanol anidro diminuiu 1,79% em relação a junho de 2014 (831,43 milhões de litros em 2015, ante 846,55 milhões de litros no ano anterior), as vendas de etanol hidratado bateram recorde no mês, com 1,53 bilhão de litros negociados. Esse resultado representa um crescimento expressivo de 51,76% sobre junho de 2014, quando 1,01 bilhão de litros foram vendidos.
Para o diretor Técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, “o crescimento do consumo reflete a atratividade econômica do biocombustível na maior parte do mercado consumidor e reforça a expectativa de uma safra mais alcooleira”. A maior demanda por etanol hidratado também ampliou as transferências do produto do Centro-Sul para as regiões Norte e Nordeste em junho, acrescentou.
No acumulado de abril até 1º de julho, as vendas totais de etanol atingiram 6,93 bilhões de litros, aumento de 17,17% quando comparado aos 5,91 bilhões de litros observados em igual período do ano anterior. O montante comercializado de etanol hidratado no mercado interno, por sua vez, atingiu crescimento ainda maior: 44,49% (4,45 bilhões de litros vendidos entre abril e junho de 2015, contra 3,08 bilhões de litros no mesmo período do último ano).
Moagem de cana-de-açúcar
O volume de cana-de-açúcar processado pelas usinas e destilarias da região Centro-Sul alcançou 46,50 milhões de toneladas na segunda metade de junho, alta de 5,33% no comparativo com a mesma quinzena de 2014 (44,14 milhões de toneladas). No acumulado mensal, a moagem somou 86,00 milhões de toneladas, frente a 85,68 milhões de toneladas verificadas em junho do ano anterior.
Apesar do avanço na moagem na última quinzena do mês, a quantidade de cana processada na safra 2015/2016 ainda continua aquém daquela observada na safra 2014/2015. Até 1º de julho, o volume de matéria-prima moída atingiu 200,53 milhões de toneladas, contra 202,99 milhões de toneladas registradas em idêntico período do ano passado.
Rodrigues ressalta que “o clima nos próximos meses será determinante para a definição do tamanho da safra 2015/2016 e parte das unidades não deve conseguir processar toda a cana disponível para moagem”.
Em relação ao número de unidades produtoras em operação na região Centro-Sul, praticamente todas já estão em safra.
Qualidade da matéria-prima
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar totalizou 129,90 kg na segunda quinzena de junho, valor ainda inferior em 3,37% sobre aquele apurado na mesma data de 2014 (134,43 kg por tonelada).
No acumulado desde o início da atual safra até 1º de julho, o teor de ATR alcançou 121,03 kg por tonelada, queda de 2,73% em relação ao índice registrado no mesmo período do ano passado (124,43 kg por tonelada).
A retração na qualidade da matéria-prima processada se deve ao clima mais úmido (que contribui para o desenvolvimento vegetativo da planta e prejudica a concentração de açúcares) e ao florescimento da cana-de-açúcar em várias regiões produtoras.
Produção de açúcar e de etanol
Seguindo a tendência observada em todas as quinzenas da safra 2015/2016, a proporção de cana-de-açúcar direcionada à fabricação de etanol cresceu na segunda metade de junho deste ano comparativamente a 2014: 56,40%, ante 54,28% na mesma quinzena da safra anterior.
Para o diretor da UNICA, “a matéria-prima direcionada à produção de açúcar tem sido influenciada pelos preços relativos dos produtos (açúcar e etanol), pela menor concentração de açúcares na cana colhida e, ainda, pela necessidade de recomposição de caixa por boa parte das empresas do setor, que têm no etanol hidratado uma opção de maior liquidez”.
Com isso, a produção de etanol totalizou 2,00 bilhões de litros nos últimos 15 dias de junho, alcançando 3,67 bilhões de litros no mês (crescimento de 1,32% em relação a junho da safra 2014/2015).
Rodrigues destaca que “estes resultados, seja quinzenal ou no acumulado mensal, representam recordes históricos de produção no Centro-Sul”. Em especial, esse volume recorde de etanol produzido em junho é coerente com a ampliação do consumo do produto, garantindo maior estabilidade ao abastecimento doméstico, acrescentou o executivo.
Do volume de etanol produzido na última metade de junho, 784,06 milhões de litros referem-se ao etanol anidro e 1,22 bilhão de litros ao etanol hidratado. No acumulado mensal, as produções de etanol anidro e de etanol hidratado alcançaram 1,42 bilhão de litros e 2,24 bilhões de litros, respectivamente.
A produção de açúcar, por sua vez, somou 2,51 milhões de toneladas na segunda quinzena de junho, queda de 2,93% sobre a quantidade observada no mesmo período da safra 2014/2015 (2,58 milhões de toneladas).
No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até o 1º de julho, a fabricação de açúcar alcançou 9,26 milhões de toneladas, com defasagem superior a 1 milhão de toneladas em relação à quantidade produzida até igual data de 2014 (10,34 milhões de toneladas). Por outro lado, a produção acumulada de etanol aumentou 1,58% no período, totalizando 8,58 bilhões de litros contra 8,45 bilhões de litros em 2014.
Segundo o executivo da UNICA, “o nível atual de alocação da cana-de-açúcar moída e a retração na qualidade da matéria-prima processada indicam que a produção de açúcar ao final da safra 2015/2016 deverá ficar aquém da quantidade inicialmente prevista pela entidade no início deste ano”.
Fonte: UNICA
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