O chamado etanol de segunda geração deve se tornar competitivo apenas daqui a quatro anos. Avaliação é do vice-presidente da Raízen, Pedro Mizutani, que participa do Ethanol Summit, realizado pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), em São Paulo (SP). Segundo o executivo, que também é conselheiro da Unica, a produção ainda enfrenta dificuldades, como a necessidade de tecnologia e equipamentos, presença de areia no bagaço da cana - que leva à interrupção do processo produtivo - além do alto custo da enzima que age sobre a celulose.
Joint venture entre a Shell e a Cosan, a Raízen produz o etanol de segunda geração, a partir do processamento do bagaço da cana, em escala comercial. Mas Mizutani considera que a fase ainda é de aprendizado. "Ainda há entraves para serem resolvidos. É preciso buscar como etanol de segunda geração um ganho de escala para reduzir os custos. É um aprendizado ainda. Apesar da gente já ter a planta em escala comercial, há muito o que evoluir para tornar o etanol competitivo", disse.
O parâmetro de competitividade considerado pelo vice-presidente da Raízen e produzir o combustível de segunda geração com o mesmo custo do etanol de primeira geração, feito a partir da moagem da cana-de-açúcar. Isso porque, para Pedro Mizutani, há a possibilidade de, pelo menos no mercado as duas variedades do biocombustível estarem com os mesmos níveis de preço.
"Investir menos dinheiro por litro de etanol", disse ele, lembrando que a empresa investiou R$ 240 milhões em uma planta de produção para 40 milhões de litros do combustível de segunda geração, no município de Piracicaba (SP). "O objetivo é gastar isso para produzir uma planta de 80 milhões de litros", acrescentou.
Mizutani não informou qual a expectativa de produção de etanol celulósico por parte da empresa na safra 2015/2016, iniciada oficialmente no mês de abril. Disse apenas que a unidade que produz o combustível não atingirá sua capacidade total.
Safra
Sobre os primeiros três meses da safra 2015/2016, o executivo afirmou apenas que a Raízen registrou no campo uma produtividade de cana 10% acima da expectativa, índice que deve cair à medida que a colheita da safra avançar. O calendário deve terminar com um crescimento de 6% a 8% no rendimento dos canaviais da companhia em relação à safra passada.
Acompanhando o cenário do mercado no Centro-sul do Brasil, a empresa prioriza neste momento a produção de etanol, com preços mais remuneradores que os do açúcar. No entanto, evitou sinalizar alguma expectativa em relação à rentabilidade dos dois produtos.
"Tudo vai depender dos mercados. Toda a vez que vem uma chuva, a preocupação é com o quanto de cana vai ficar em pé. Se ficar cana em pé, consegue fazer só etanol em dezembro e janeiro. O mercado de açúcar tem de recuperar, mas é internacional, depende de outras variáveis além do clima no Brasil", analisou Mizutani.
Fonte: Globo Rural
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