A expectativa do setor sucroalcooleiro de renovar pelo menos 18% da área coberta com canaviais no Centro-Sul do País não deve se concretizar neste ano.
Os recursos previstos para este fim no Plano Safra 2015/16 ficaram abaixo da necessidade e o investimento deverá ser revisto, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast.
No ciclo 2014/15 a renovação ficou em torno de 14%.
O ano-safra do setor sucroalcooleiro começou em abril e o cenário, mesmo mais favorável após o aumento da mistura de anidro e a recomposição da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na gasolina, é ofuscado pelo expressivo endividamento das usinas.
As dívidas das empresas do Centro-Sul está estimado em mais de R$ 50 bilhões.
O corte nos recursos do Prorenova foi decisivo para o setor rever sua intenção de renovar pelo menos 18% das lavouras, patamar considerado ideal para evitar o envelhecimento das plantas.
Em entrevista recente ao Broadcast, a presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Elizabeth Farina, reconheceu que o ideal seriam R$ 10 bilhões para a renovação dos canaviais.
Só que o Plano Safra 2015/2016 disponibiliza apenas R$ 1,5 bilhão, metade do que foi alocado no ano-safra anterior.
Os recursos são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Outra preocupação do setor é com os juros, que no atual programa subiram para TJPL mais 2,7% ao ano.
Por conta do endividamento, são poucas as usinas que conseguem se enquadrar nos requisitos para acessar o Prorenova, afirmou também ao Broadcast o diretor da comercializadora de etanol Bioagência, Tarcilo Rodrigues.
"Mas as que podem recebem rapidamente. Não há demora na liberação dos recursos", ponderou.
A renovação é mais forte durante a entressafra, período que no Centro-Sul vai geralmente de dezembro a março.
Algumas unidades produtoras da região, que responde por 90% da moagem nacional, contudo, dão início a esses trabalhos no meio do segundo semestre, aproveitando áreas de canaviais já processados.
Etanol - Para representantes, a renovação dos canaviais só não será pior do que a de 2014/15 porque o álcool voltou a ganhar competitividade ante a gasolina.
"Pode ser que as usinas tenham mais recursos e consigam fazer a renovação com caixa próprio graças à comercialização de etanol", explicou o presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool), Jorge dos Santos.
A volta da Cide elevou o preço da gasolina neste ano, acarretando em maior demanda por álcool. Só em maio, foram vendidos 1,43 bilhão de litros do biocombustível, um recorde histórico, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pela Unica.
Em 2015, o preço da gasolina acumula valorização de 9,3% na média Brasil, ao passo que o do etanol subiu apenas 2,9%, de acordo com a ANP.
Fonte: Agencia Estado
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