O Rabobank elevou sua projeção para a safra 2015/2016 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil em 13 milhões de toneladas. O banco prevê agora processamento de 586 milhões de toneladas no ciclo que começou em abril, volume 2,62% maior na comparação com as 571 milhões de toneladas moídas na temporada passada. As estimativas constam de relatório trimestral divulgado nesta quarta-feira (1/7) pela instituição.
De acordo com o banco, as usinas da principal região produtora do país devem alocar maior parcela de cana para a fabricação de etanol. No total, a produção de álcool deve atingir 26,7 bilhões de litros (+2,4%). Já a de açúcar deve apresentar ligeira queda de 0,4%, para 31,9 milhões de toneladas. Além disso, o banco avalia que as empresas terão incremento de receita neste ano, graças à maior moagem e aos preços elevados do etanol.
Para outras regiões do mundo, o Rabobank estima produção de 28,3 milhões de toneladas de açúcar na Índia, 1,8 milhão de toneladas a mais na comparação com as 26,5 milhões de toneladas esperadas pela indústria e pelo governo do país. Esse aumento deve ser puxado pelo Estado de Maharashtra, conforme o banco.
Na Tailândia, terceiro maior produtor, atrás apenas de Brasil e Índia, a instituição estima uma safra maior graças a incentivos dados pelo governo local, que estimula produtores a trocar algumas culturas, como arroz, por cana-de-açúcar. Tanto na Tailândia quanto na Índia as informações referem-se à safra 2014/15, que por lá só se encerra em 30 de setembro.
Mercado
O Rabobank diz que os preços internacionais do açúcar podem ser afetados pelo mix de produção no Brasil, que tem direcionado mais cana para o etanol, e também pela possibilidade de El Niño. Por ora, órgãos de monitoramento falam em 50% a 70% de chances de o fenômeno climático ocorrer. Caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, o El Niño provoca chuvas acima da média no Brasil e estiagem na Índia e na Tailândia.
Do lado baixista, há a perspectiva de mais uma ampla produção de açúcar. O próprio Rabobank afirma que sua estimativa de déficit de 3,6 milhões de toneladas para a atual temporada pode ser "facilmente" alterada para um superávit dada a fabricação do alimento ao redor do mundo.
Fonte: Estadão Conteudo
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