Foram consumidos em torno de 2,4 bilhões de litros de anidro e de hidratado, mesmo volume no caso da gasolina A
A demanda por etanol em abril e maio se igualou à da gasolina A pela primeira vez desde o fim de 2010, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ao todo, foram consumidos em torno de 2,4 bilhões de litros de anidro e de hidratado, mesmo volume no caso da gasolina A.
Os números mostram que a utilização de etanol é crescente, o que não ocorre com o derivado de petróleo. Em janeiro, a demanda por hidratado e anidro foi de aproximadamente 2,2 bilhões de litros, ao passo que a de gasolina A somou 2,8 bilhões de litros. A gasolina A é aquela produzida na refinaria, sem adição de etanol. Já a gasolina C é a comercializada nos postos e que continua como o combustível mais demandado: em maio, foram pouco mais de 3,2 bilhões de litros.
As informações foram apresentadas pela ANP na semana passada durante a Mesa Tripartite, reunião coordenada pelo Ministério de Minas e Energia e que reúne integrantes do governo, das distribuidoras e da cadeia produtiva de açúcar e álcool. A última vez que o consumo de etanol e gasolina A se igualou foi no fim de 2010, mas na época o volume demandado girava em 2 bilhões de litros. Depois disso, a demanda por gasolina A disparou, sustentada pelo controle de preços pelo governo.
Isso contribuiu para que já no segundo semestre de 2012 o consumo do combustível fóssil se aproximasse de 3 bilhões de litros ao mês, ao passo que o de anidro e hidratado girava na casa de 1,6 bilhão de litros. Em 2015, a recomposição da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e o aumento da mistura de anidro na gasolina comum, de 25% para 27%, mudaram o cenário.
Um representante da cadeia sucroalcooleira disse que o governo já demonstra preocupação com o consumo crescente de etanol. O medo é que as usinas não deem conta de produzir álcool suficiente para suprir a demanda. De acordo com ele, foi acertado na Mesa Tripartite que os próximos 60 dias serão de monitoramento: caso o consumo do biocombustível continue a aumentar, o segmento sucroenergético apresentará suas "soluções", o que incluiria destinar maior parcela de cana para a fabricação de álcool.
Em maio, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) estimou que o Centro-Sul do Brasil, que responde por 90% de toda moagem do País, produziria 27,27 bilhões de litros de etanol na safra 2015/16, que se encerra em março do ano que vem, crescimento de 4,33% sobre a temporada anterior. Essa produção leva em conta um mix de 58,10% da oferta de cana para a fabricação de álcool. Mas no mercado há quem diga que esse porcentual ficará ainda mais próximo de 60%.
Fonte: Estadão Conteudo
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