Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros de soja negociados na bolsa de Chicago encerraram a última sessão desta semana do lado negativo da tabela em meio a
movimentos de vendas de oportunidade. De certa forma, depois dos ganhos acentuados verificados no decorrer da semana em função do atraso do
plantio e queda na qualidade das condições das lavouras de soja nos EUA decorrente das adversidades climáticas, os agentes do mercado optaram
por embolsar lucros. O mercado passa a aguardar novidade para posicionarem suas carteiras e o relatório de acompanhamento de safra do USDA
apresenta-se como fundamental ferramenta além dos boletins meteorológicos. Além do caráter técnico, as quedas no dia também foram atribuídas ao
comportamento da dólar no cenário global e cautela dos investidores relacionais ao quadro de instabilidade econômica e as incertezas que ainda pairam
sobre o mercado financeiro com relação aos rumos da Grécia. Neste contexto, a posição com vencimento julho/15 registrou recuo de 6,25 centavos de
dólar, cotado ao final do dia a US$9,71½/bushel ao passo que o contrato setembro/15, o que serve de base para a nova safra nos EUA, registrou perda
diária de 3,50 centavos, cotado ao final do dia a US$9,42/bushel. Mas ambos acumularam ganho semanal de 3,6% e 3,8%, respectivamente.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta sexta-feira em terreno negativo em meio a
movimentos de realização de lucro em linha com os movimentos verificados em Chicago. O contrato com vencimento em julho/15, que serve de
referência para lotes da safra em curso, encerrou a sessão cotado ao final do dia a US$22,49/saca, registrando recuo diário de 0,66% em comparação com
a sessão anterior. O mini contrato de soja, atrelado diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento em julho/15, também
registrou baixa em relação a última sessão e encerrou o dia cotado a US$21,42/saca, recuo diário de 0,65%. De certa forma, os agentes acompanharam
os movimentos externos, onde os participantes optaram por embolsar lucro após as altas acumuladas no decorrer da semana.
Dólar (US$)
O dólar voltou a ganhar força e registrar alta ante o real no pregão desta sexta-feira, com investidores usando o quadro de preocupações com a Grécia
como uma oportunidade para reajustarem suas posições após as quedas recentes. A moeda dos EUA subiu 1,42%, a R$3,1021 na venda, após acumular
baixa de 4% neste mês até a véspera. Nesta semana, o dólar caiu 0,51% ante o real. O Banco Central Europeu (BCE) expandiu seu financiamento de
emergência para sustentar os bancos gregos, enquanto o fluxo de saques continuou nesta sexta-feira antes de uma cúpula na semana que vem que
pode definir se o país continuará na zona do euro. Investidores temem que a Grécia seja incapaz de realizar o pagamento ao Fundo Monetário
Internacional (FMI) no fim deste mês, deprimindo o apetite por ativos de risco nos mercados financeiros globais. No Brasil, o movimento de alta do
dólar foi corroborado por compras após as quedas recentes, que tiveram como pano de fundo expectativas de que novas altas dos juros atraiam mais
recursos externos ao país. Nesta sessão, investidores nos mercados de juros futuros passaram a apostar que a Selic subirá a 14,75% após a surpresa com
o IPCA-15 deste mês. Altas também foram motivadas pela redução da oferta de swaps cambiais do Banco Central que fortaleceu a percepção de que
a autoridade monetária está disposta a tolerar um dólar mais forte para incentivar a atividade econômica via exportações enquanto eleva os juros.
Mercado Interno
No Brasil, a semana foi marcada por valorizações nas indicações de compra no mercado físico da soja, motivadas pela valorização dos futuros do grão
em Chicago em decorrência do excesso de chuva nas áreas de soja nos EUA, que motivou traders a aumentar as aquisições na bolsa norte-americana.
Apesar da desvalorização do dólar frente ao real no decorrer do período, a regulada oferta de produto colocada à venda por parte dos produtores
também gerou suporte adicional, visto que boa parte da ponta vendedora limitou os negócios à sua necessidade de fazer caixa. Além disso, muitos
sojicultores já comercializaram boa parte da safra e estão bem capitalizados. A cautela de produtores também está atrelada aos elevados preços dos
insumos e aos aumentos nas taxas de financiamento divulgadas pelo governo federal, fatores que podem pressionar a rentabilidade e exige um
posicionamento cada vez mais estratégicos na tomada de decisão para realizar vendas no spot ou mesmo futuras. O preço reagiu em todo o país, mas
não foi suficiente para desencadear movimentos mais significativos de negócios, confinados a operações esparsas. A semana também foi marcado por
recuos nos prêmios portuários diante da firmeza em Chicago. Quanto aos derivados, no mercado de farelo de soja, a maior parte dos compradores
está abastecida, enquanto outros adquirem apenas quando há necessidade; ao passo que a demanda por óleo diminui a ponta de pressionar as cotações
em algumas regiões. Neste contexto, a maior parte das processadoras limitaram seus processos de compra. Tradings exportadoras, por sua vez,
efetivaram negócios apenas para complementar carregamentos.
Comentários
A colheita da safra 2014/15 de soja na Argentina atingiu 98,5% da área cultivada até esta semana (18), registrando um avanço semanal de 1,9 ponto
percentual e mantendo um adiantamento de 6,3 pontos percentuais em relação a igual período do ano passado. Como já observado nos relatórios
semanais da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, à medida que a colheita avança no país vizinho, a produtividade média segue se mantendo muito
superior à verificada em igual período do ano passado. Segundo a entidade, o rendimento médio da área colhida até o dia 18 de junho ficou em 53,5
sacas por hectare, resultado que se apresenta 9,9% acima do registrado em período análogo de 2014, quando foi de 48,7 sacas por hectare. Neste
contexto, a manutenção desse resultado fez com que a Bolsa de Buenos Aires mantivesse sua projeção para a safra do país em um recorde histórico de
60,8 milhões de toneladas, quando no mês de maio a entidade estimava uma safra de 60 milhões de toneladas. Além da Bolsa de Buenos Aires, o
governo, através do Ministério da Agricultura na Argentina, elevou, recentemente sua estimativa para a produção de soja na Argentina para a
temporada 2014/15, passando para um recorde de 61 milhões de toneladas. O fato é que os números de consultorias e outras entidades do governo ou
independentes trabalham com expectativas muito superiores às previsões recentes publicadas pelo USDA, que havia revisado sua estimativa de
colheita para Argentina de 58,5 para 59,5 milhões de toneladas. As expectativas para o próximo relatório de oferta e demanda do USDA apontam para
a possibilidade de um salto em suas estimativas para a colheita de soja na Argentina.
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