Bolsa de Chicago (CBOT)
Nesta sexta-feira, os futuros de milho negociados em Chicago deram continuidade aos movimentos de baixa em função dos movimentos de realização
de lucro e ajustes de posições depois dos ganhos acumulados durante a semana. Haja vista que apesar do futuros operarem do lado negativo da tabela,
ainda encerraram o acumulado da semana com ganho médio de 1,5% motivados pelo comportamento climático nos EUA. O vencimento julho/15
registrou recuo diário de 4,75 centavos, cotado a US$3,53¼/bushel, mas acumulou ganho semana de 1,44%. O vencimento setembro/15 também registrou
baixa de 4,75 centavos, cotado a US$3,58¾/bushel. Por outro lado, além de fatores técnicos, as baixas no mercado do cereal também foram motivadas pela
volta dos produtores norte-americanos ao mercado físico, que aproveitaram as recentes valorizações do cereal para comercializar mais alguns lotes.
Mesmo assim, as perdas ainda deverão se manter moderadas, visto que os agentes continuam muito atentos aos boletins meteorológicos. Novas
informações apontados por órgãos ligados ao governo dos EUA apontam para clima mais quente entre os meses de julho e agosto, condição que poderá
gerar estresse as plantações.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa fecharam a última sessão desta semana com pequenas variações negativas em meio a
movimentos de ajustes de posições e realização de lucro depois dos ganhos acumulados. O vencimento setembro/2015, o qual baliza os contratos com
lotes da segunda safra brasileira encerrou o dia cotado a R$25,38/saca, recuo diário de 0,39% em relação ao fechamento da sessão anterior. Basicamente, a
bolsa brasileira acompanhou as baixas nos preços internacionais do cereal, tendo um comportamento muito mais técnico, porém, o avanço da colheita da
segunda safra no Brasil já começa a impactar os preços, sobretudo pela perspectiva de produção recorde. As quedas foram em boa medida minimizadas
pela recuperação do dólar frente ao real, fato que deverá favorecer a formação de preços mais firmes ao passo que estimula as vendas externas do cereal.
Dólar (US$)
O dólar voltou a ganhar força e registrar alta ante o real no pregão desta sexta-feira, com investidores usando o quadro de preocupações com a Grécia
como uma oportunidade para reajustarem suas posições após as quedas recentes. A moeda dos EUA subiu 1,42%, a R$3,1021 na venda, após acumular
baixa de 4% neste mês até a véspera. Nesta semana, o dólar caiu 0,51% ante o real. O Banco Central Europeu (BCE) expandiu seu financiamento de
emergência para sustentar os bancos gregos, enquanto o fluxo de saques continuou nesta sexta-feira antes de uma cúpula na semana que vem que pode
definir se o país continuará na zona do euro. Investidores temem que a Grécia seja incapaz de realizar o pagamento ao Fundo Monetário Internacional
(FMI) no fim deste mês, deprimindo o apetite por ativos de risco nos mercados financeiros globais. No Brasil, o movimento de alta do dólar foi corroborado
por compras após as quedas recentes, que tiveram como pano de fundo expectativas de que novas altas dos juros atraiam mais recursos externos ao país.
Nesta sessão, investidores nos mercados de juros futuros passaram a apostar que a Selic subirá a 14,75% após a surpresa com o IPCA-15 deste mês. Altas
também foram motivadas pela redução da oferta de swaps cambiais do Banco Central que fortaleceu a percepção de que a autoridade monetária está
disposta a tolerar um dólar mais forte para incentivar a atividade econômica via exportações enquanto eleva os juros.
Mercado Interno
No Brasil, apesar da baixa liquidez de negócios no mercado físico de milho, os preços do cereal se apresentaram de forma aparentemente mais firme. Para
além das projeções oficiais do governo brasileiro, agentes de mercado estimam produção e também exportação maiores que os números que vinham
sendo considerados. Na via da produção, conforme a colheita avança, confirma-se boa produtividade, mas o que está no campo continua suscetível ao
clima. Os primeiros talhos colhidos nos principais estados produtores chegaram a apontar rendimentos médios muito superiores a 150 sacas por hectares,
quando a expectativa é de ficar em torno de 100 sacas. Sobre a exportação, que se tornou o grande balizador na formação dos preços domésticos, dados
apontam que negócios no mercado a termo efetivados na parcial de junho, para embarques de milho por Paranaguá em agosto, setembro e outubro de
2015 tiveram média de R$28,50/saca, com valores que estão superiores ao atual nível do referencial Campinas e aos ajustes da BM&FBovespa, o que
sinaliza perspectiva de envios aquecidos nos próximos meses. Neste contexto, os agentes do mercado chegam a falar em volume exportado entre 24 até
26 milhões de toneladas para a temporada 2014/15, contra uma projeção de apenas 21 milhões apontados pela CONAB. A paridade de exportação no
Brasil é o que faz o produto mais competitivo. Vale ressaltar que no campo, a comercialização também está adiantada, sobretudo no MT e GO. Neste
contesto, a expectativa é que após o término do escoamento da soja para o mercado internacional, os preços do milho encontrem um maior suporte,
baseado no avanço das exportações. Nas negociações spot, os preços apresentam comportamento misto, dependendo do quadro de oferta e demanda
regional entre as principais praças. Mesmo assim, notou-se um maior firmeza do mercado.
Comentários
A colheita de milho avança lentamente, mas as boas condições climáticas seguem colaborando para o desenvolvimento das lavouras que foram semeadas
mais tardiamente na Argentina e, mantêm as expectativas de novos ajustes nos números de produção para a safra 2014/15. De acordo com a Bolsa de
Buenos Aires, os trabalhos de colheita cobriram 43,1% da área semeada com milho comercial, com uma avanço semanal de apenas 2,5 pontos percentuais,
mas com um atraso 1,3 ponto percentual frente ao ano passado. Segundo a entidade, o rendimento médio da área colhida até o dia 18 de junho ficou em
145,2 sacas por hectare, resultado que se apresenta 17% acima do registrado em período análogo de 2014, quando foi de 124,1 sacas por hectare. A Bolsa
de Comércio de Rosário já havia elevado suas projeções para a produção de milho na Argentina para a temporada, passando para uma máxima de 25,7
milhões de toneladas ao passo que a Bolsa de Cereais de Buenos Aires trabalha com uma previsão de 25 milhões de toneladas, ainda abaixo da safra
2013/14, quando foram produzidos 27,7 milhões de toneladas. O ajuste feito pela entidade também foi justificado pela manutenção dos bons rendimentos
a medida que avança os trabalhos de colheita, as quais continuam apresentando produtividades muito superiores as expectativas iniciais. A condição das
lavouras de milho na Argentina continuam apresentando bom desenvolvimento, mesmo para aquelas áreas que foram semeadas mais tardiamente. Para
o contexto mundial, apesar da menor produção na Argentina, a concorrência com o produto brasileiro e norte-americano tende a se acirrar. Recentemente,
o governo argentino incrementou nas exportações de milho do país, mais 3,5 milhões de toneladas, o que deverá gerar o fluxo de saída para acima de 15
milhões de toneladas. O USDA projetou em junho uma produção de milho em 25 milhões de toneladas, uma elevação de 500 mil toneladas frente a maio
passado.
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