Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros de soja negociados na bolsa de Chicago encerraram a sessão desta terça-feira com ganhos significativos em função das
adversidades climáticas nos EUA. A posição com vencimento julho/15 registrou alta de 19,75 centavos de dólar, cotado ao final do dia a
US$9,57½/bushel ao passo que o contrato setembro/15, o que serve de base para a nova safra nos EUA, registrou ganho diário de 22,75 centavos, cotado
ao final do dia a US$9,30½/bushel, se afastando completamente da barreira psicológica de U$9/bushel. O excesso de umidade sobre o Meio Oeste dos
EUA tem gerado inundações e prejudicado a conclusão dos trabalhos de plantio. Segundo o relatório de acompanhamento de safra do USDA, o plantio
da oleaginosa, até 14 de junho, havia sido concluída em 87% da área, contra 91% em igual período de 2014 e 90% da média anual dos últimos cinco
anos. O clima também já tem afetado a qualidade das lavouras sendo que 67% das plantações de soja norte-americanas estão em boas ou excelentes
condições, contra 73% do mesmo período do ano passado. O mercado já começa a precificar os efeitos climáticos, visto que o cenário foi tomado por
incertezas quanto ao potencial produtivos das lavouras dos EUA.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram o dia com ganhos acentuados em linha com a firmeza ditada pelos
preços internacionais da commodity. No cenário internacional, a oleaginosa foi impulsionada pelas preocupações com os efeitos das adversidades
climáticas sobre as principais regiões produtoras de grãos nos EUA, minimizando as quedas do dólar no Brasil. O contrato com vencimento em
julho/15, que serve de referência para lotes da safra em curso, encerrou a sessão cotado ao final do dia a US$22,17/saca, registrando ganho de 2,12% em
comparação com a sessão anterior. O mini contrato de soja, atrelado diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento em
julho/15, também registrou alta em relação a última sessão e encerrou o dia cotado a US$21,11/saca, ganho diário de 2,13%.
Dólar (US$)
O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, descolando-se dos mercados externos diante da perspectiva de ingresso de recursos no Brasil
devido ao aumento da Selic. A moeda norte-americana recuou 1,02%, a R$3,0953 na venda. Tal situação remonta às expectativas de que a Selic suba
pelo menos a 14,50% ao fim do atual ciclo de aperto monetário, o que aumentaria a atratividade de papéis brasileiros. Além disso, uma série de
empresas, como Petrobras, Embraer e Oi promoveu emissões no exterior recentemente, o que corrobora a expectativa de entradas. Esse cenário ofuscou
parcialmente as tensões entre a Grécia e seus credores a respeito de sua dívida, após o primeiro-ministro grego manter a linha dura que trouxe a Grécia
à beira do calote. No exterior, o dólar apreciou-se contra as principais moedas, refletindo as preocupações com a crise envolvendo a dívida da Grécia,
no que tange a possibilidade de saída do país da zona do euro. A política monetária norte-americana também ocupou o centro das atenções nos
mercados financeiros. Na quarta-feira, o Federal Reserve anuncia sua decisão de política monetária e, em seguida, a chair Janet Yellen participará de
entrevista coletiva. Embora a expectativa seja unanimemente de manutenção dos juros, o mercado espera pistas sobre quando o aperto monetário terá
início nos EUA.
Mercado Interno
No Brasil, o mercado físico da soja operou com preços mais firmes, o que possibilitou a ocorrência de negócios em volumes medianos. A queda do
dólar frente a moeda brasileira foi neutralizada pela forte recuperação nos preços da soja em Chicago, num momento em que o mercado internacional
tem precificado os efeitos negativos gerados pelo clima adversos nos EUA. Na busca por aproveitar a recuperação esboçada nas indicações de compra,
vendedores se mostraram mais ativos, mas, no âmbito nacional, os negócios passam a depender cada vez mais dos prazos de pagamento. Com bons
volumes de soja em estoque, a ponta compradora tem efetivado negócios apenas para cobertura de posições, visto que as perspectivas de preço para o
segundo semestre de 2015 não apontam para valorizações mais significativas. Porém, capitalizados, os produtores buscam dosar o ritmo de suas
vendas e chegam até preferir a fixação de operações com prazos mais longos, em torno de 45 até 60 dias, o que de certa forma garantiria um boa margem
de venda. Em Paranaguá, houve reportes de negócios até R$68,50/saca para pagamento em meados de julho. No interior do país, as vendas com lotes
disponíveis evoluíram, mas são poucos representativos os negócios no spot. Desta forma, a liquidez evolui a passos lentos, tendo momentos isolados
de movimentação mais significativos, como o observado nesta terça-feira. O foco do mercado ainda é escoar a produção e cumprir os contratos fixados
anteriormente.
Comentários
De acordo com o relatório mensal da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA (NOPA em inglês), divulgado nesta semana,
o esmagamento norte-americano de soja em grão segue agitado assim como as exportações de farelo, o que demonstra um movimento atípico para o
período do ano naquele país. A NOPA apontou que seus membros processaram 4,04 milhões de toneladas de soja em maio, um salto de 15% ante o
mesmo mês do ano anterior. O esmagamento eclipsou o recorde de maio de 2008 em 3,92 milhões de toneladas para o período. De certa forma, o
volume se mostrou superior as expectativas dos agentes do mercado, de 4,01 milhões de toneladas. No acumulado da safra 2014/15 até maio, iniciada
nos EUA em outubro de 2014 e com termino em setembro de 2015, o esmagamento de soja já soma um recorde de 34,18 milhões de toneladas, 5%
superior a safra passada. Neste contexto, o USDA chegou a elevar, novamente, sua estimativa de processamento nos EUA para a temporada em curso,
de 49,1 milhões para um recorde de 49,4 milhões de toneladas, com crescimento de 4,7% frente a safra 2013/14. A associação disse também que no mês
de maio, os embarques de farelo de soja totalizaram 551,15 mil de toneladas, contra 465,30 mil toneladas em igual período do ano anterior e o terceiro
maior já registrado no período. O aumento do esmagamento nos EUA elevou os estoques de óleo de soja no país subindo em maio para 1,578 bilhão
de libras, contra 1,441 bilhão em abril. Apesar do aumento, os estoques de óleo em solo americano estão abaixo do mesmo período do ano passado,
quando estavam em 1,97 bilhão de libras. NOPA é o maior grupo de comércio dos EUA para processadoras de oleaginosas.
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