Bolsa de Chicago (CBOT)
Os futuros do milho negociados em Chicago voltaram a trabalhar do lado positivo da tabela ao encerrar a sessão desta terça-feira com ganhos
generalizados a ponto de recuperar boa parte das perdas do pregão passado. Os movimentos de alta foram influenciados pelo relatório de
acompanhamento de safra divulgado pelo USDA ao final da tarde da segunda-feira, sendo repercutido apenas nesta terça. O vencimento julho/15
registrou ganho diário de 5,75 centavos, cotado a US$3,54/bushel ao passo que o vencimento setembro/15 registrou alta de 7 centavos, cotado a
US$3,59¾/bushel. O USDA sinalizou queda na qualidade das lavouras, mas de certa forma, ainda não é possível qualificar ou quantificar os efeitos
negativos gerados pelas fortes chuvas e inundações em importantes regiões produtoras de milho nos EUA. Porém, o mercado já buscou precificar, visto
que caso o clima continue adverso nos próximos dias, aumentam as chances de replantio e uma provável redução ainda maior da área plantado com o
cereal. A queda do dólar no cenário externo e a perspectiva de melhora da demanda também deram suporte a firmeza.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa acompanharam a firmeza dos preços internacionais do cereal nesta terça-feira, ocasionadas
pelas intempéries climáticas que assolam as principais regiões produtoras de grãos dos EUA. O mercado do cereal praticamente ignorou as quedas no
dólar no dia, visto que a moeda norte-americana se apresentava como principal drive para a formação de preços mais firmes no mercado spot. Além do
clima adverso nos EUA, a ocorrência de chuvas em algumas áreas de milho de segunda safra no Brasil também deram um suporte adicional ao mercado
em função de relatos de ocorrência de grão ardido em algumas localidades. O vencimento setembro/2015, o qual baliza os contratos com lotes da segunda
safra brasileira encerrou o dia cotado a R$25,18/saca, alta diária de 1,21% em relação ao fechamento da sessão anterior.
Dólar (US$)
O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, descolando-se dos mercados externos diante da perspectiva de ingresso de recursos no Brasil devido
ao aumento da Selic. A moeda norte-americana recuou 1,02%, a R$3,0953 na venda. Tal situação remonta às expectativas de que a Selic suba pelo menos
a 14,50% ao fim do atual ciclo de aperto monetário, o que aumentaria a atratividade de papéis brasileiros. Além disso, uma série de empresas, como
Petrobras, Embraer e Oi promoveu emissões no exterior recentemente, o que corrobora a expectativa de entradas. Esse cenário ofuscou parcialmente as
tensões entre a Grécia e seus credores a respeito de sua dívida, após o primeiro-ministro grego manter a linha dura que trouxe a Grécia à beira do calote.
No exterior, o dólar apreciou-se contra as principais moedas, refletindo as preocupações com a crise envolvendo a dívida da Grécia, no que tange a
possibilidade de saída do país da zona do euro. A política monetária norte-americana também ocupou o centro das atenções nos mercados financeiros.
Na quarta-feira, o Federal Reserve anuncia sua decisão de política monetária e, em seguida, a chair Janet Yellen participará de entrevista coletiva. Embora
a expectativa seja unanimemente de manutenção dos juros, o mercado espera pistas sobre quando o aperto monetário terá início nos EUA.
Mercado Interno
No Brasil, o mercado físico de milho manteve o tom de baixa liquidez verificado nos dias anteriores. Apesar dos primeiros relatos de preocupação com a
incidência de chuva afetar a qualidade do grão em algumas lavouras de segunda safra, os compradores continuaram limitando seus processos de compra.
A cautela ainda é influenciada pelos elevados estoques nacionais e boas disponibilidade de grão no spot. Mesmo assim, o mercado não chega a
experimentar novas baixas, visto que a oferta se mostrou um pouco mais regulada em função da possibilidade de lotes ardidos. Desta forma, o mercado
continua com fraco registro de negócios e com preços oscilando de forma pontual entre as principais praças nacionais. Estabilidade nos preços oferecidos
na região Sul e pressão baixista pontual em algumas regiões do Sudeste do país. No Centro-Oeste predominou o fraco interesse comprador para lotes
disponíveis, sobretudo pelo início da colheita da segunda safra em algumas localidades. No que tange as vendas antecipadas, os negócios continuaram
esparsos, visto que o dólar ainda continua sendo o mais importante drive para a formação dos preços para entrega e pagamento durante o período de
setembro a novembro. Nas principais zonas portuárias do país, houve apenas indicação de preços entre R$27,50/saca e R$28,00/saca, para entrega entre os
meses de setembro e outubro.
Comentários
Nesta última segunda-feira, dia 15 de junho, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou seu relatório semanal de acompanhamento
das lavouras norte-americana de grãos da safra 2015/16, onde o órgão já apresentou dados que refletem os efeitos negativos gerados pelas adversidades
climáticas no país. O cenário traçado para os próximos dias apontam para a possibilidade de novos excessos de precipitações que deverão agravar as
condições de desenvolvimento das áreas semeadas e atrapalhar o termino do plantio. O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos disse que
o fenômeno climático El Nino tem sido marcado por chuvas pesadas (com média de 200 mm) e ventos fortes sobre muitas áreas do Meio Oeste norteamericano
a ponto de provocar inundações de áreas cultivadas com milho e soja. Em algumas regiões dos EUA já se fala em replantio de algumas lavouras,
mas ninguém ainda chega a quantificar se haverá danos severos às plantações. O fato é que o relatório de acompanhamento de safra do USDA aponta
atraso no plantio das lavouras de soja e queda na qualidade das áreas milho e soja que já foram semeadas. Segundo dados recentes do departamento, as
lavouras de milho em boas e excelentes condições representam 73% da área plantada, uma queda modesta de um ponto percentual em relação à semana
anterior. Em igual período do ano passado, as lavouras em boas e excelentes condições representavam 76% da área cultivada em igual período de 2014.
O USDA informou ainda que 67% das lavouras de soja dos EUA estão em boas ou excelentes condições, contra 69% da semana anterior e 73% do mesmo
período do ano passado.
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