Bolsa de Chicago (CBOT)
Os futuros do milho negociados em Chicago encerraram a sessão desta segunda-feira no vermelho, pressionados por movimentos de liquidação de
posições. Os movimentos de liquidação foram motivados por preocupações com o futuro da demanda pelo produto dos EUA, sobretudo diante de um
dólar que não para de se apreciar frente às demais moedas globais, fator esse que afeta diretamente a competividade do produto norte-americano. Os
problemas fitossanitários enfrentados pela cadeia de proteína animal nos EUA (gripe aviária e diarreia suína) deverão gerar impactos negativos na
demanda pelo produto no mercado doméstico norte-americano. Ao mesmo tempo, o uso de milho para produção de etanol tem recuado e dá sinais de
saturação. Por outro lado, as quedas ainda foram limitadas, visto que os agente do mercado optaram por não se livrarem completamente de suas carteiras
em função do maior desempenho das vendas externas de milho. Com Brasil e Argentina focados no escoamento da soja, os compradores globais acabam
por optar pelo produto originado nos EUA.O vencimento julho/15 registrou baixa de 4,75 centavos, cotadoa US$3,48¼/bushelao passo que o vencimento
setembro/15 registrou recuo de 6 centavos, cotado a US$3,52¾/bushel.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BMF&Bovespa encerram esta segunda-feira em queda. O mercadodo cereal acompanhou as quedas nos
preços internacionais do cereal e a fragilidade do dólar frente a moeda brasileira na maior parte do pregão do dia. A perspectiva de uma segunda safra
recorde de milho no Brasil elevando as disponibilidades do grão nos estoques nacionais tem elevado a pressão baixista sobre os preços do cereal tanto no
mercado físico como nos futuros. Torna-se necessário um grande desempenho das exportações a fim de absorver os excedentes domésticos e diminuir a
pressão negativa no mercado do cereal.O vencimento setembro/2015, o qual baliza os contratos com lotes da segunda safra brasileira encerrou o dia cotado
a R$24,87/saca, queda de 0,76% do registrado na última segunda-feira.
Dólar (US$)
O dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira, após trabalhar entre os campos positivo e negativa diversas vezes ao longo do dia ao sabor de fluxos
de recursos, em meio a persistentes preocupações com a possibilidade de calote da Grécia. A divisa norte-americanaavançou 0,30%, a R$3,1273 na venda,
após atingir R$3,1396 na máxima e R$3,0922 na mínima do dia. Nos mercados externos, o dólar operava no terreno positivo em relação às principais
moedas emergentes, como os pesos mexicano e chileno. Operadores lembraram também que há expectativas de ingresso de capitais externos no Brasil
diante da perspectiva de altas da Selic. Nesta sessão, houve ainda entradas de recursos após recentes captações corporativas, evitando que a divisa se
firmasse em alta durante toda a sessão. A Grécia e seus credores endureceram suas posições nesta segunda-feira após o colapso das negociações para
evitar o calote e a possível saída do país da zona do euro. Nesse contexto, investidores adotaram cautela e evitaram ativos de maior risco, como aqueles
denominados em real. A postura mais defensiva foi explicada também pela proximidade da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano,
que, na quarta-feira, divulga sua decisão sobre a taxa de juros e, em seguida, a chair Janet Yellen dará entrevista coletiva. Analistas esperam que o Fed
reconheça o ímpeto econômico da economia e que Yellen mantenha o foco nos dados econômicos, com um cenário mais provável de uma alta de juros
em setembro.
Mercado Interno
No mercado interno, o volume de negócios com milho foi baixíssimo nesta segunda-feira.Com os trabalhos de colheita da segunda safra tendo iniciado
em importantes regiões do país, os compradores passaram a limitar suas aquisições ao mínimo necessário para manter os bons volumes de seus estoques.
Por sua vez, o fraco interesse comprador tem gerado espaço para quedas nas indicações de preço. Para tentar minimizar a pressão baixista, a ponta
vendedora busca limitar suas ofertas disponíveispara comercialização.Outro opção adotada pelos produtores é negociar produto com prazos mais longos
de pagamento, pelo fato de não haver grande necessidade de se fazer caixa. Desta forma, os agricultores acabam mantendo margens de venda
remuneradoras. Porém, mesmo assim, os agentes do mercado ainda cita a carênciade ser realizar subvençõesde PEPRO ou PEPpara socorrer o mercado
do cereal. Nos estados do Centro-Oeste, a safra aponta para grandesprodutividades. Em Goiás e Mato Grosso, as vendas antecipadas seguem pontuais.
Nas principais zonas portuárias houve apenas indicaçõesde compra para negócios com entrega e pagamento no período de setembro e novembro, com
valores entre R$28,00/saca e R$28,50/saca.No mercado spot, as vendas continuaram esparsas, com acordos isolados em algumas regiões situadas no Sul e
Sudestedo país.
Comentários
O fluxo das vendas externas brasileiras de milho continuaram pouco representativo na segunda semana de junho. De acordo com dados divulgados pela
Secretária do Comércio Exterior (SECEX), foram embarcadas 62,9 mil toneladas do cereal no período, resultando que elevou o acumulado do período
para 68,4 mil toneladas, o que chega a ser um navio panamax que comporta 65 mil toneladas em média. O montante embarcado resultou num fluxo
médio diário de 7,6mil toneladas. O resultado representa um recuperaçãono ritmo diário dos embarques frente a abril passado quanto resultaram em 1,9
mil toneladas e, 73,6% superior a igual período de 2014. Apesar da recuperação dos embarques, o fluxo ainda é pouco representativo, sobretudo num
momento onde o país passa a depender de forma decisiva das exportações a fim de diminuir os elevados estoques nacionais. O que realmente pesa no
fraco fluxo das exportações são as limitações estruturais, visto que a pauta das exportações fica para o complexo soja que associado ao atraso desses
carregamentos ajudou aimpactar o fluxo de embarque de milho. Mas a expectativa é que a partir do segundo semestre de 2015, o volume de exportações
de milho registrado no Brasil possa aumentar, porém o desempenho vai continuar a depender do comportamento cambial e dos preços do cereal no
mercado externo, porqueos EUA possui bons volumes do grão estoques. Atualmente, àsoscilações do dólar frente ao real tem ditado o fluxo de compra
e venda no país. Talvez com a queda recente nos fretes rodoviário no Brasil assim como nosfretes marítimos para os principais destinos do milho brasileiro,
qualquer melhora na taxa cambial ou aumento nos preços externos no milhogarantiriam uma maior participação do produto no cenário externo.Para a
temporada 2014/15, as exportações brasileiras de milho deverão somar 22,5 milhões de toneladas, superior ao ciclo anterior (20,9 milhões de toneladas),
mas ainda muito longe do recorde de 2012/13, em 26,2 milhões de toneladas.
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