Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos de milho negociados na bolsa de Chicago finalizaram a sessão desta quarta-feira com quedas generalizadas pressionados por movimentos
de liquidação de posições. A posição mais ativa, vencimento julho/15, registrou recuo diário de 5,50 centavos de dólar, cotado ao final do dia a
US$3,49½/bushel ao passo que o contrato com vencimento em setembro/15 encerrou o dia com baixa de 6,25 centavos de dólar, cotado ao final do pregão
a US$3,55¾/bushel. Em mais uma pregão, as quedas nos preços do milho seguem pautadas nas condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das
lavouras do cereal nos EUA. Mesmo diante de uma possível redução da área plantada, a produção norte-americana de milho na nova safra deverá ser
elevada o suficiente para garantir estoques em patamares elevados. A valorização do dólar frente às demais moedas internacionais e as preocupações
com os impactos do surto de gripe aviária nos EUA e seus impactos na demanda pelo cereal também deram o tom baixista ao mercado.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BM&Fbovespa registraram quedas acentuadas no encerramento da sessão desta quarta-feira, pressionados
por um movimento generalizado de liquidação de posições. O vencimento julho/2015, referência para o mercado disponível, terminou o dia cotado a
R$25,87/saca, desvalorização de 3,65% em relação ao dia anterior ao passo que o vencimento setembro/15, que baliza os contratos com lotes da segunda
safra, registrou perda de 2,87%, cotado ao final do dia a R$26,40/saca. A volatilidade do câmbio no Brasil tem deixado o mercado apreensivo, mas as
quedas acentuadas foram fundamentadas pela chegada da colheita de uma provável safra recorde de milho de inverno no país num momento de
estoques abundantes e boa evolução do plantio da safra do cereal nos EUA. As vendas externas é apontada como a principal saída para diminuir a
pressão baixista sobre o mercado.
Dólar (US$)
O dólar fechou com leve queda ante o real nesta quarta-feira, após ter operado em alta durante grande parte da sessão, acompanhando o movimento
externo e reagindo a declarações do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que defendeu as medidas de ajuste fiscal. O dólar recuou 0,15%, a
R$3,1452 na venda, interrompendo série de quatro altas consecutivas. Operadores afirmaram não ver grandes novidades no discurso do ministro, mas
aproveitaram a ocasião para corrigir excessos após a moeda acumular alta de quase 5% nas últimas quatro sessões. As preocupações com os entraves ao
reequilíbrio das contas públicas, segundo operadores, persistem. O dólar norte-americano abriu o dia em alta globalmente, ainda reagindo a expectativas
de que os juros comecem a subir neste ano nos EUA e a preocupações com a crise envolvendo a dívida grega. No entanto, o dólar reduziu os ganhos na
parte da tarde e passou a recuar em relação a outras moedas, como o euro. O alívio veio após a Grécia afirmar que começou a esboçar um acordo com
seus credores e perdurou mesmo após autoridades da zona do euro negarem a informação. Além disso, investidores venderam dólares durante a
entrevista coletiva do ministro Nelson Barbosa, na qual defendeu o ajuste fiscal brasileiro. Especulações no mercado sobre possíveis atritos entre Levy e
Barbosa sobre esse tema têm gerado apreensão, mesmo após a presidente Dilma Rousseff negar a existência de conflitos entre os dois. E a perspectiva é
que a alta do dólar continue.
Mercado Interno
No Brasil, o mercado físico de milho registrou baixa liquidez de negócios, mantendo a tônica dos primeiros dias da semana. Com a oferta prevalecendo
sobre a demanda em função dos elevados estoques de passagem e chegada da colheita da safra de inverno, as indicações de compra estão nos menores
patamares em mais de seis meses. De certa forma, a ponta compradora tem regulada suas aquisições ao mínimo necessário para não perde mão de seus
estoques. Já do lado dos produtores, ainda nota-se certa restrição, com vendas cadenciadas, o que faz com que as quedas perder força. Neste contexto de
baixa liquidez e preços fragilizados já se cogitou de o governo realizar, novamente, intervenções no mercado do cereal que ajudem a manter a renda do
produtor, porém, num momento de corte de gastos. A situação fica cada vez mais na dependência de uma maior desempenho das exportação e neste
momento pesa os patamares do dólar frente ao real e os custos com frete num momento em que nota-se atraso no processo de escoamento da soja. Na
região Sul, os negócios continuaram pontuais, com exceção do mercado gaúcho e catarinense, onde os produtores buscam aproveitas os firmes preços
para comercializar o grão. No Paraná, o dia foi calmo, mas com preços estáveis. No Sudeste, especificamente no interior paulista, o mercado voltou a
esboçar firmeza em função da melhor demanda do setor de proteína animal e oferta restrita. No Centro-Oeste, o mercado segue com preços fracos em
função da fraca demanda e chegada da colheita. Nas principais zonas portuárias do país, o foco das negociações continua sendo as vendas antecipadas,
com valores até R$28,50/saca para entrega e pagamento entre setembro e outubro de 2015.
Comentários
Depois de iniciar o ano de 2015 em ritmo acelerado, as vendas antecipadas da segunda safra de milho do Brasil diminuíram recentemente, com
produtores apostando em eventual repique de preços de olho no dólar e com compradores esperando queda nas cotações a partir da entrada de um
colheita recorde nos próximos meses. Mesmo assim, se comparado a igual período do ano passado, nota-se que o percentual das vendas estão mais
adiantados, visto que muitos produtores nos Estados de Goiás e Mato Grosso aproveitaram os preços remuneradores oferecidos nos primeiros meses
deste ano para fazer caixa e garantir insumos para a safra nova. A consultoria Informa Economics FNP avalia que a comercialização em Mato Grosso
esteja em 52% do total esperado, ante cerca de 30% no mesmo período de 2014, em números absolutos são quase 10 milhões de toneladas. Já em Goiás,
os produtores não perderam tempo e chegaram a comercializar cerca de 55% da produção estimada para estados nesta temporada, contra 51% em igual
período do ano passado. No Paraná e em Mato Grosso do Sul, as vendas antecipadas estão entre 20 e 30 por cento, ante 15 a 20 por cento na mesma
época da temporada passada. De certa forma, as vendas foram mais lentas em ambos os estados em função das preocupações com o potencial
produtivo das lavouras diante das perspectivas de geadas. A colheita da segunda safra de milho já começou em regiões isoladas do Paraná, segundo
principal Estado produtor, atrás apenas de Mato Grosso. Para o Brasil, estima-se que já foram comercializado 38% da safrinha de milho, contra 24% em
igual período do ano passado. A projeção de algumas consultorias é de uma produção recorde de mais de 50 milhões de toneladas no país neste ciclo.
Os agentes passarão a dar prioridade para o cumprimento dos contratos antecipados e devem ficar de olho no comportamento cambial no Brasil, visto
que as condições de preço não são muito animadoras. Ao mesmo tempo que o Brasil colhe sua maior safra de milho, os Estados Unidos - maior
produtor e exportador do grão - realizam o plantio, com colheita prevista para outubro. Por outro lado, a perspectiva de entrada de um volume
gigantesco de milho no mercado brasileiro coloca os compradores, principalmente as indústrias processadoras, numa posição confortável para esperar
cotações mais baixas. Neste cenário, o Brasil deverá consumir um recorde de 55 milhões de toneladas do cereal e exportar um grande volume, de 21
milhões de toneladas, na estimativa do governo.
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