Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago encerraram a sessão desta terça-feira do lado negativo da tabela culminando em sua quinta
queda consecutiva em função dos fundamentos de oferta e demanda atuais. O primeiro contrato, julho/15 tem ampliado as perdas, fechando a sessão a
US$9,22½/bushel, recuo diário 1,75 centavos de dólar ao passo que o vencimento novembro/15, referência para a safra norte-americana, encerrou o dia com
baixa de 2,25 centavos, a US$9,04¾/bushel, se aproximando do piso psicológico de US$9/bushel. De certa forma, o mercado da oleaginosa segue balizado
pelo ritmo acelerado do plantio e condições climáticas, até aqui, favoráveis ao desenvolvimento das lavouras no que poderá ser a maior área cultivada com
soja nos EUA. As perspectivas de mais uma grande produção norte-americana ocorre num cenário de ampla oferta da oleaginosa com a conclusão da
colheita na América do Sul. Paralelamente, o mercado da oleaginosa também foi impactado de forma negativa pela forte valorização do dólar e recuos nos
preços do petróleo. Por outro lado, as quedas ainda são limitadas, visto que boletins meteorológicos apontaram para possibilidade de chuvas mais pesadas
sobre algumas regiões do Meio Oeste dos EUA nos próximos dias, o que poderá gerar algum impacto nas plantações.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa registraram quedas generalizadas nesta terça-feira acompanhando a fragilidade das
cotações internacionais da commodity. O contrato com vencimento em julho/15, que serve de referência para lotes da safra em curso, encerrou a sessão
cotado ao final do dia a US$21,36/saca com variação negativa de 0,19% em relação ao fechamento da véspera. O mini contrato de soja, atrelado diretamente
ao comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento em julho/15, registrou queda de 0,20% em relação ao dia anterior, cotado a US$20,34/saca.
As condições climáticas favoráveis nos EUA associado as perspectivas de uma grande safra naquele país continua pressionando a soja de forma negativa.
Dólar (US$)
O dólar fechou esta terça-feira no maior nível ante o real desde o início de abril, pressionado pelo quadro externo de preocupações com a Grécia e com a
possibilidade de alta dos juros nos EUA somado às incertezas internas sobre o futuro do ajuste fiscal no Brasil. A moeda norte-americana subiu 1,68%, a
R$3,15 na venda, maior patamar desde 1º de abril de 2015, quando foi a R$3,1725 na venda. As atenções continuavam voltadas para os problemas
envolvendo a dívida grega e para a possibilidade de um aumento de juros ainda neste ano nos EUA. Uma série de dados econômicos positivos divulgados
nesta manhã também forneceram mais sinais de recuperação após uma leva recente de dados mistos. Além disso, declarações confiantes tanto da chair do
Fed, (Janet) Yellen, quanto do vice chair do Fed, (Stanley) Fischer, estão reforçando expectativas de normalização da política monetária. Os números
levaram o dólar a se fortalecer globalmente, avançando mais de 1% em relação a uma cesta de divisas. No Brasil, no entanto, o movimento foi mais intenso
do que em seus pares latino-americanos, refletindo o quadro de cautela diante das incertezas ligadas à perspectiva fiscal. O Senado deve votar nesta terçafeira
as Medidas Provisórias 664 e 665, que modificam as regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários e integram o ajuste fiscal. O governo
tem enfrentado dificuldades para garantir a aprovação das medidas de reequilíbrio das contas públicas, o que levou investidores a adotarem uma postura
defensiva.
Mercado Interno
No Brasil, o efeito negativo exercido pela fragilidade dos preços internacionais da soja foram totalmente neutralizados pela veemente valorização do dólar
frente a moeda brasileira. As preocupações com o rumo da economia do país voltou a ser a pauta do mercado, favorecendo uma forte apreciação cambial.
Por sua vez, a firmeza da divisa norte-americana ofereceu suporte a formação dos preços da soja no mercado físico, chegando a trazer de volta a ponta
vendedora que até então se mantinha ausente dos negócios. O firme fluxo das exportações continua a ditar a liquidez do mercado físico do grão, visto que é
grande o número de navios atracados nas principais zonas portuárias do Brasil à espera de soja. Os reportes de negócios evoluíram de forma mais dinâmica
nesta terça-feira tanto para os acordos no spot como aqueles com entrega e pagamento com prazos mais longos. Além do dólar, a firmeza dos prêmios
portuários é outro estimula a melhora da liquidez. Os preços da soja praticados nos portos brasileiros subiram de forma expressiva, com negócios em
Paranaguá e São Luis a R$67,00/saca, enquanto que em Rio Grande a R$68,00/saca. No interior do país, a maior parte das principais praças também
atuaram em campo positivo repercutindo a demanda para escoamento externo e o retorno gradativo das processadoras diante dos firmes preços dos
derivados do grão. Com cerca de 35% as safra 2014/15 para ser comercializada, os produtores aproveitaram a oportunidade para realizar novos negócios,
sobretudo diante da perspectiva de preços mais fragilizados no segundo semestre de 2015 diante da expectativa de mais uma safra cheia nos EUA. Em
alguns casos, a ponta vendedora chegou a optar por acordos com entrega e pagamento a partir de julho deste ano a fim de garantir uma boa oportunidade
de negócio.
Comentários
Na final da tarde desta terça-feira, depois do encerramento do pregão de Chicago, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou
seu relatório semanal de acompanhamento de safra. De acordo com o relatório, plantio da safra norte-americana de soja mantem um avanço significativo
em relação aos dados de períodos anteriores, mesmo diante do excesso de chuvas em muitas regiões do Meio Oeste dos EUA. O departamento informou
que até o dia 24 de maio, os agricultores norte-americanos semearam 61% da área de soja projetada para a temporada 2015/16, o que representam um
avanço semanal de 16 pontos percentuais. Em igual período do ano passado, o plantio haviam alcançado 55% da área projetada em 2014, mesmo número
que a média histórica dos últimos cinco anos. Os breves momentos de tempo mais firme tem favorecido o bom andamento dos trabalhos de semeadura ao
mesmo tempo em que gera benefícios as áreas plantadas. Segundo o relatório, 32% da área total plantada já está germinada, contra 23% em 2014 e 25% na
média histórica dos últimos cinco anos. Para as próximas semanas, os boletins meteorológicos sinalizam uma maior incidência de precipitações e
temperaturas mais elevadas na região produtora dos EUA. Porém, nas previsões climáticas mais alongadas divulgadas nesta terça-feira pelo departamento
oficial de clima do governo dos EUA, o NOAA, o foco está nas chuvas mais pesadas que podem chegar a algumas do Meio Oeste, podendo gerar impactos
negativos em algumas áreas semeadas com soja e milho.
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