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BOLETIM DIARIO DA SOJA | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

BOLETIM DIARIO DA SOJA

Bolsa de Chicago (CBOT)
Em virtude do feriado nacional nos Estados Unidos que homenageia os soldados mortos em guerra (Memorial Day), não houve pregão na Bolsa de
Chicago (CME/CBOT).
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa não registraram oscilações na sessão desta segunda-feira em função da ausência de
negócios na bolsa norte-americana. O contrato com vencimento em julho/15, que serve de referência para lotes da safra em curso, encerrou a sessão cotado
ao final do dia a US$21,40/saca ao passo que o mini contrato de soja, atrelado diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento
em julho/15, fechou cotado a US$20,38/saca. Apesar da paridade positiva em função da alta de do dólar, a liquidez nula remete a ausência de operações
tanto no mercado físico quando nos futuros do grão.
Dólar (US$)
O dólar fechou em ligeira alta nesta segunda-feira, com a defesa do ajuste fiscal pelos ministros da Fazenda e da Casa Civil afastando a divisa das máximas
da sessão. A moeda norte-americana teve variação positiva de 0,09%, a R$3,0979 na venda, em um dia marcado por baixo volume, com importantes praças
financeiras globais fechadas por feriado. Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$3,1341. Na sexta-feira, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa,
anunciou corte de 69,9 bilhões de reais nos gastos do governo em 2015. Um dos mentores da disciplina fiscal no Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, não compareceu à entrevista, alimentando especulações sobre possíveis discordâncias dentro do governo. No entanto, entrevista coletiva nesta
segunda-feira no fim da manhã de Levy e do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, atenuou os ânimos de investidores. Os dois defenderam o
ajuste fiscal e prometeram intensificar os esforços para aprovar as medidas de reequilíbrio das contas públicas no Congresso. A pressão cambial vista na
sessão refletiu também expectativas de que os juros comecem a subir ainda neste ano nos Estados Unidos, o que poderia atrair para a maior economia do
mundo recursos atualmente aplicados no Brasil. Na sessão passada, dados mostrando aceleração do núcleo da inflação ao consumidor norte-americano e
discurso da chair do FED, Janet Yellen, reforçaram essas apostas. Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos
que vencem em junho. O BC já rolou o equivalente a 6,301 bilhões de dólares, ou cerca de 65 por cento do lote total, que corresponde a 9,656 bilhões de
dólares.
Mercado Interno
No Brasil, a semana foi de movimentação praticamente nula diante da ausência de pregão na bolsa norte-americana. Nos poucos registros de negócios, a
taxa cambial exerceu influência positiva na formação dos preços em algumas regiões. Mas não foi suficiente para a fixação de lotes em volumes mais
significativos. O destaque foi para os negócios para exportação, onde a necessidade de cobertura de posições motivou os agentes a serem mais ativos nos
negócios. O número de carregamentos atrasados segue elevado ao passo que as tradings buscam agilizar o escoamento a fim de evitar prejuízos com taxas
por atraso. As disponibilidade de grão na mão dos demandantes ainda é elevado não havendo grandes necessidade de aquisições. Na maioria das praças
no interior do país, as indicações de preços foram apenas nominais. Caso os futuros em Chicago venham a esboçar firmeza no dia de amanhã, a atual
firmeza do dólar frente ao real deverá fortalecer os preços da soja e trazer de volta a ponta vendedora. As perspectivas de quedas mais acentuadas nos
preços internacionais da oleaginosa no segundo semestre de 2015 apontam para possibilidades cada vez mais prováveis, dependendo unicamente do
desenvolvimento e clima sobre as principais áreas produtoras de soja nos EUA.
Comentários
O Brasil apresenta fortes antecedentes de que deverá exportar o maior volume mensal de soja de sua história neste mês de maio de 2015, depois de iniciar o
ano lento, por ocasião das vendas menores dos produtores na temporada, a atrasos pontuais na colheita e, em menor parte, aos protestos de caminhoneiros
e transtornos portuários. Desde o início deste ano comercial, em fevereiro, os embarques brasileiros estiveram mais lentos em todos os meses, com exceção
de maio, apesar de o país ter colhido uma safra recorde de 95,1 milhões de toneladas em 2014/15, 10% superior à anterior. As primeiras três semanas de
maio já tiveram ritmo diário de embarques 43,5% superior ao de abril passado e 29,7% acima de maio de 2014. Se o ritmo continuar nessa constância,
podemos exportar 9,1 milhões de toneladas de soja, superando o recorde de abril de 2014, quando o país exportou 8,25 milhões de toneladas da oleaginosa.
O mercado para exportação está muito agitado pelos atrasos no início do ano, com a China elevando as compras por soja mais barata no Brasil. A atenção
do mercado consumidor global está toda voltada para o Brasil, com a entressafra norte-americana e com a relutância dos agricultores argentinos em vender
sua soja, por questões macroeconômicas. A prova do interesse pela soja brasileira se reflete nos diferenciais pagos nos portos. Compradores estão
oferecendo atualmente prêmio 65 centavos de dólar por bushel, contra oferta de desconto de 35 centavos um ano atrás, segundo a Informa FNP. O real
desvalorizado ante o dólar é outro fator que permite aos compradores oferecer diferenciais maiores na aquisição da soja brasileira. O Brasil tem disputado
com os EUA o posto de maior exportador global de soja nos últimos anos. A média diária das exportações de soja nas primeiras três semanas de maio (15
dias úteis) ficou em 470 mil toneladas, que significam mais de 7 navios do tipo Panamax, o mais utilizado para transporte de grãos, saindo dos portos
brasileiros em um único dia. Até o momento, foram embarcadas 7,05 milhões de toneladas da oleaginosa, superando o mês inteiro de abril de 2015 e
aproximando-se também do mês inteiro de maio de 2014 (7,61 milhões de toneladas). Além do ritmo diário de embarques, a escala de navios também está
maior este ano nos portos brasileiros, segundo dados da agência marítima Williams. Do fim da semana passada até o fim do mês, a previsão é de que sejam
embarcadas 3,15 milhões de toneladas nos portos brasileiros, volume 32% superior ao registrado no mesmo período de maio de 2014. Em 2015, a
exportação de soja deverá fechar com embarques recordes no país, de 48 milhões de toneladas, ante 45,7 milhões em 2014.

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