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BOLETIM DIARIO DO MILHO | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

BOLETIM DIARIO DO MILHO

Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos de milho negociados na bolsa de Chicago interromperam os movimentos de baixa e voltaram a encerrar uma sessão com ganhos
generalizados. A posição mais ativa, vencimento julho/15, registrou ganho diário de 5,0 centavos de dólar, cotado ao final do dia a US$3,65/bushel ao
passo que o contrato com vencimento em setembro/15 encerrou o dia com alta de 4,75 centavos de dólar, cotado ao final do pregão a US$3,71½/bushel. A
firmeza dos preços do cereal foram balizadas por movimentos de compras técnicas motivadas pela maior desempenho das vendas externas e
embarques de milho nos EUA conjuntamente com a desvalorização do dólar frente as principais moedas globais. Outro fator que gerou suporte a
firmeza foi o aumento na produção de etanol nos EUA. Por outro lado, os ganhos ainda seguem limitados pelo atual quadro de fundamento, visto que o
clima para o plantio e desenvolvimento das lavouras norte-americanas do cereal segue favorável e os estoques globais são abundantes.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BM&Fbovespa encerraram a sessão desta quinta-feira com ganhos mais consistentes em meio a
movimentos de compra de oportunidade. A firmeza do dólar frente a moeda brasileiros em conjunto com a recuperação dos preços internacionais da
commodity deram suporte aos movimentos de compras. O vencimento julho/2015, referência para o mercado disponível, terminou o dia cotado a
R$26,53/saca, valorização de 0,99% em relação ao dia anterior ao passo que o vencimento setembro/15, que baliza os contratos com lotes da segunda
safra, registrou ganho de 1,02%, cotado ao final do dia a R$25,84/saca. O comportamento cambial no Brasil continua sendo o principal drive para ditar o
viés dos preços, visto que o mercado passou a depender essencialmente das vendas externas para diminuir os grandes excedentes domésticos diante da
possibilidade de uma safrinha recorde.
Dólar (US$)
O dólar fechou em alta consistente frente ao real nesta quinta-feira, recuperando-se da queda verificada na sessão anterior, em um dia de agenda
econômica cheia e com investidores monitorando de perto o noticiário fiscal brasileiro. A moeda norte-americana subiu 1,3%, a R$3,0426 na venda, após
cair 1,24% na véspera, a R$3,0035. Os senadores adiaram para a próxima semana a votação da medida provisória 665, que altera regras de acesso a
benefícios trabalhistas, mas a Câmara dos Deputados concluiu na quarta-feira a votação da MP 668, que eleva as alíquotas de PIS e Cofins para produtos
importados. O mercado aguarda para a sexta-feira o anúncio dos cortes do Orçamento, que podem chegar a 80 bilhões de reais. O quadro de apreensão
com a economia brasileira ganhou mais força nesta sessão, após dados mostrarem que a arrecadação federal teve o pior resultado para o mês em abril
em cinco anos, o desemprego aumentou e a economia provavelmente encolheu no primeiro trimestre. Além disso, a sinalização de que o BC deve rolar
apenas parcialmente os swaps cambiais que vencem em junho tem limitado o espaço para a queda do dólar. "A economia precisa de uma moeda mais
fraca para enfrentar um ambiente externo menos favorável e para impulsionar exportações e a produção industrial", escreveu a equipe de estratégia do
Bank of America Merrill Lynch em nota a clientes divulgada pela Agencia Reuters. "Esperamos que o banco central ajuste a política de rolagem dos swaps
cambiais para evitar apreciação excessiva do real".
Mercado Interno
No Brasil, a comercialização com milho no mercado físico continuaram pontuais. As cotações do cereal ainda demonstram certa fragilidade entre as
praças produtoras e comercializadoras diante do fraco interesse de compra. As condições climáticas favoráveis às lavouras da maior parte das regiões
produtoras de milho inverno mantem a expectativa de boa produtividade e limita a participação dos compradores no mercado. Munidos de bons
estoques, os compradores tem procurado minimizar seus fluxos de aquisições para o mínimo necessário para operação de suas fabricas. Com relação as
indústrias integradoras, pesou a cautela no fluxo das aquisições, mesmo diante da melhor relação de troca. De certa forma, a menor demanda por milho
gerou uma maior pressão baixista sobre os preços, visto que o setor de proteína animal tenta efetivar novos acordos em níveis mais baixos. O referencial
Campinas segue cravado em R$25,00/saca, apesar da baixa liquidez e fragilidade dos preços locais. No caso das tradings exportadoras, o foco das
negociações ainda estão relacionadas as vendas antecipadas, as quais chegam a registrar aparente liquidez a medida que o dólar favorece a paridade.
Nas principais zonas portuárias do país, as indicação de preços para entrega entre os meses de setembro e outubro girando na faixa R$28,00/saca, com
reportes isolados de negócios efetivados.
Comentários
As quedas do dólar frente as mais diversas moedas globais continua a estimular compradores de milho a se direcionarem aos EUA e,
consequentemente, gerar suporte aos preços externos do grão. Além com maior competitividade, com a pauta das exportações da América do Sul
focadas nos embarques de soja, os EUA são aqueles que tem maior disposição em escoar milho. De acordo com dados do Departamento de Agricultura
do Estados Unidos (USDA), o saldo líquido das vendas externas norte-americanas na semana encerrada no dia 14 de maio, para entrega na safra
2014/15, foi de 812,6 mil toneladas. O número veio bem acima das expectativas dos agentes do mercado para esta semana, as quais estavam ao redor de
620 mil toneladas. O volume comercializado naquela período representa uma alta de 119,6% em relação ao registrado na semana anterior, de 370,0 mil
toneladas, e 11,6% em comparação com a média das últimas quatro semanas. O Japão foi o principal destino do produto norte-americano, que no
período fez a aquisição de 455,9 mil toneladas de milho. Entre outras compras identificadas, destaque para Colômbia com a compra de 117,0 mil
toneladas, seguida pela Coreia do Sul, com 112,5 mil toneladas. O resultado das vendas semanais norte-americanas elevaram o acumulado da
temporada 2014/15 para 42,3 milhões de toneladas de milho, contra a projeção de exportações do departamento de 46,4 milhões de toneladas para o
ciclo, contra 48,7 milhões em 2013/14, assim, já havendo 93% do total comprometido. Necessariamente, a expectativa de redução para as exportações de
milho dos EUA se deve aos elevados estoques globais, resultado de safras cheias no hemisfério norte, uma vez que em igual período do ano passado as
vendas externas totalizavam 45,0 milhões de toneladas. Porém, os embarques estão gradativamente ganhando intensidade, visto que as inspeções de
embarques de milho exportado pelos norte-americanos na semana referida, totalizaram pouco mais de 1,1 milhão de toneladas, 29,1% superior à média
embarcada nas primeiras semana de 2015. O volume elevou o total despachado dos portos do país para cerca de 30,2 milhões de toneladas, 4,1% inferior
a igual período do ano passado quando os EUA operava com estoques muito ajustados.

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