Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago caíram nesta quarta-feira pela quarta vez em cinco sessões e atingiram uma mínima de sete
meses devido a previsões de clima favorável para o plantio e desenvolvimento das lavouras no Meio Oeste dos EUA. O primeiro contrato, julho/15 caiu
para o menor valor desde outubro de 2014, fechando a sessão a US$9,41¼/bushel, recuo de 5 centavos de dólar em relação a véspera. O vencimento
novembro/15, referência para a safra norte-americana, encerrou o dia com baixa de 3,75 centavos, a US$9,19¾/bushel. Com quase 50% da área semeada nos
EUA, o comportamento climática passou a balizar decididamente o comportamento dos preços, embora a firmeza do dólar frente às demais moedas
internacionais e a abundância de oferta na América do Sul também pesem na formação dos preços. Por outro lado, não é consenso entre os meteorologistas
a boas condições climáticas, uma vez que há previsões de chegada de uma frente fria intensa na porção noroeste do cinturão que poderá gerar geadas e
afetar alguns lavouras. De certa forma, tal situação serviu para limitar a pressão negativa.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta quarta-feira com perdas mantendo os movimentos de
liquidação de posições em função da fragilidade da paridade de exportação. O contrato com vencimento em julho/15, que serve de referência para lotes da
safra em curso, encerrou a sessão cotado ao final do dia a US$21,63/saca com variação negativa de 0,55% em relação ao fechamento da véspera. O mini
contrato de soja, atrelado diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento em julho/15, registrou queda de 0,53% em relação ao
dia anterior, cotado a US$20,75/saca. O mercado da soja no Brasil foi duplamente impacto pela desvalorização da commodity no mercado externo assim
como pela fragilidade do dólar frente ao real. A lentidão no mercado físico também tem prejudicado a firmeza dos preços.
Dólar (US$)
O dólar recuou nesta quarta-feira, após o Congresso Nacional dar mais um passo na aprovação das medidas de ajuste fiscal e a ata da última reunião do
Federal Reserve reforçar as apostas do mercado de que o aperto monetário nos EUA não deve iniciar em junho. A moeda norte-americana fechou em
queda de 1,24%, a R$3,0035 na venda, após atingir R$2,9976 na mínima da sessão. A Câmara dos Deputados aprovou na véspera o texto-base da medida
provisória 668, que eleva as alíquotas de PIS e Cofins para produtos importados. Outros destaques da MP devem ser analisados nesta quarta-feira. Somente
após a análise da emendas, a matéria será encaminhada para apreciação do Senado Federal. Investidores têm recebido bem as medidas de ajuste das contas
públicas propostas pelo governo, em meio ao quadro de inflação elevada e contração econômica. Na maior parte do dia, no entanto, investidores relutaram
em trazer o dólar muito para baixo, com medo de a ata da última reunião do Federal Reserve, divulgada à tarde, contrariar as expectativas do mercado e
sugerir que a alta dos juros poderia vir em breve. O documento, no entanto, mostrou que muitas autoridades veem chances pequenas de o aperto
monetário ter início em junho, sem trazer grandes novidades. Números mistos sobre a economia dos EUA têm levantado dúvidas sobre quando terá início
o aperto monetário na maior economia do mundo, que pode atrair para lá recursos atualmente aplicados em outros mercados.
Mercado Interno
No Brasil, a movimentação de negócios no mercado físico da soja seguiu baixa. Em grande medida, a lentidão dos negócios remete restrição vendedora do
mercado em função da disparidade entre seus valores pedidos e preços oferecidos pelos compradores. De certa forma, as tradings exportadoras deram
prioridade em desovar os excedentes de grão nos estoques dando uma trégua em seus processos de compra. Indústrias de processamento também operam
com estoques e buscam efetuar acordos apenas para atender necessidade mais urgentes. Vale ressaltar que o fraco interesse de compra também é balizado
pela volatilidade da paridade de exportação. Neste contexto, em algumas regiões do país houve relatos por parte de alguns agentes de que vendedores já
estudam a possibilidade de voltar aos negócios pelo pouca possibilidade de um viés de firmeza mais consistentes. A medida que a colheita de soja na
Argentina entre em sua etapa final e o clima colabora para o bom desenvolvimento da safra norte-americana, podemos nos deparar com um ambiente mais
fraco de preço. Neste contexto, alguns produtores chegaram a optar por negócios com pagamento no prazo a fim de garantir suas margens. Nas zonas
portuárias, houve acordos até R$66,50/saca em Paranaguá para entrega e pagamento em junho. Nos terminais de Rio Grande e Santos, a prioridade são a
cobertura mais urgentes de cargas, com negócios mais significativos no spot. No interior do país, preços fragilizados tanto pela paridade negativa dólarChicago
como pela elevação dos fretes agrícolas.
Comentários
Os embarques de derivados de soja no mês de maio registraram arrefecimento se comparado ao ritmo verificado nos primeiros quatro meses do ano de
2015. Em boa parte, a queda no ritmo das exportação retrata a necessidade de agilizar o escoamento da soja em grão, sobretudo daqueles carregamentos
atrasados em função dos gargalos verificados neste ano. Outro fator que vem impactado o ritmo no Brasil é a maior participação das exportação da
Argentina. Apesar dos transtornos enfrentados pelo país vizinho, os embarques dos derivados estão a todo vapor. De acordos com dados do Ministério da
Agricultura da Argentina, estima-se que nos primeiros quatro meses de 2015, as exportações de farelo de soja tenham somado mais de 7 milhões de
toneladas, 20% acima de igual período de 2014, ao mesmo tempo que foram embarcadas também cerca de 1,5 milhão de toneladas de óleo de soja, 25%
superior à período análogo do ano passado. O preço do farelo de soja FOB porto da Argentina ficou, em média, em US$395 por toneladas, ao passo que no
Brasil, o produto é negociado a US$410 por tonelada. Os grandes excedentes no país vizinhos e a maior competitividade tem gerado impactos no fluxo das
exportações brasileiras. De acordo com dados da Secretaria de Comercio Exterior (SECEX), no acumulado das duas primeiras semanas de maio, o Brasil
exportou 523,3 mil toneladas de farelo de soja, volume que resultou num embarque médio diário de 52,3 mil toneladas, uma queda de 12,6% em relação ao
fluxo de abril passado e 22,6% inferior ao registrado em maio de 2014. Em relação ao óleo de soja, o volume médio diário embarcado ficou em 5,8 mil
toneladas, queda de 0,8% em relação a abril, mas 9,4% superior ao mês de maio de 2014. No final do primeiro quadrimestre de 2015, as vendas de derivados
de soja haviam superado os patamares de 2014 e atingido os maiores patamares desde o ano de 2012. A medida que a colheita da safra argentina entra em
sua etapa final e o clima colabora para o bom desenvolvimento das lavouras de soja nos EUA, a pressão baixista ganha contornos mais intensos.
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