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BOLETIM DIARIO SOJA | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

BOLETIM DIARIO SOJA

Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros da soja negociados em Chicago registraram quedas generalizadas nesta sexta-feira em meio a movimentos de liquidação de posição. A
posição julho/15 finalizou o dia com queda diária de 3,75 centavos de dólar, a US$9,53¼/bushel, ao passo que o vencimento novembro/15, referência para a
safra norte-americana, encerrou o dia com perda de 2,50 centavos, a US$9,34½/bushel. Em mais uma sessão marcada por uma intensa volatilidade, os
movimentos que predominaram foram a liquidação de posição em meio a ajustes de carteiras. De certa forma, o mercado segue atento ao comportamento
da demanda pela soja no que tange os dados de embarques e vendas semanais norte-americanos e de processamento, os quais remetem uma certa
consistência na demanda internacional, sobretudo para os derivados da soja. Porém, aos mesmo tempo, a firmeza é impactada pelo abundancia de oferta
por ocasião da conclusão da colheita na América do Sul associada ao comportamento do clima nos EUA, o qual segue favorecendo o rápido avanço do
plantio e o bom desenvolvimento das lavouras de soja, safra 2015/16.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa encerraram a sessão desta sexta-feira com perdas generalizadas em meio a
fragilidade dos preços internacionais da oleaginosa. O contrato com vencimento em julho/15, que serve de referência para lotes da safra em curso, encerrou
a sessão cotado ao final do dia a US$21,91/saca com variação negativa de 0,36% em relação ao fechamento da véspera. O mini contrato de soja, atrelado
diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento em julho/15, registrou variação negativa de 0,38% em relação ao dia anterior,
cotado a US$21,02/saca. A paridade da soja no Brasil continua sendo impactada pela fragilidade das cotações internacionais conjuntamente com a
depreciação dólar frente ao real. Grandes safras no Brasil e Argentina, somado ao bom desenvolvimento das lavouras norte-americanas seguem
fragilizando o mercado da soja.
Dólar (US$)
O dólar anulou a queda vista na maior parte da sessão e fechou em leve alta nesta sexta-feira, mas ainda abaixo dos R$3 pela segunda sessão consecutiva,
após mais uma rodada de indicadores econômicos fracos dos EUA dar força à percepção de que o Federal Reserve deve demorar para elevar os juros na
maior economia do mundo. A moeda norte-americana teve alta de 0,18%, a R$2,9981 na venda, após oscilar entre R$3,0155 na máxima e R$2,9705 na
mínima da sessão. Na semana, o dólar subiu 0,49%. A moeda norte-americana passou a maior parte da sessão em queda, influenciada pelos dados
econômicos dos EUA. No fim da sessão, no entanto, investidores aproveitaram a baixa e voltaram às compras. A produção industrial norte-americana caiu
em abril pelo quinto mês consecutivo, enquanto a confiança do consumidor inesperadamente recuou no período. Os dados somam-se a uma série de
números decepcionantes sobre atividade e inflação nos EUA divulgados nas últimas sessões. Fraqueza persistente na economia norte-americana poderia
levar o Federal Reserve a adiar o início do aperto monetário, mantendo a atratividade de ativos de países como o Brasil. No entanto, operadores olhavam
com ceticismo a possibilidade de o dólar assentar-se abaixo de 3 reais. A percepção é de que cotações abaixo desse patamar poderiam abrir espaço para o
Banco Central reduzir sua posição em swaps cambiais.
Mercado Interno
No Brasil, os preços da soja em grão acumularam quedas no decorrer estão desta semana. A pressão baixista foi fundamentalmente gerada pela fragilidade
da paridade de exportação do grão em meio a depreciação do dólar frente a moeda nacional em conjunto com as quedas verificados nos preços
internacionais da oleaginosa. O rápido avanço do plantio da safra 2015/16 de soja nos EUA e as condições climáticas, até aqui, favoráveis ao
desenvolvimento das lavouras tem direcionado do mercado negativamente. Além disso, estimativas indicando produção e estoque mundiais recordes
para a nova temporada 2015/16 também influenciam as baixas internas. Com relação a dinâmica das comercializações, as efetivações foram esparsas diante
da disparidade entre os preços de compra e venda. No caso das tradings exportadoras, as chuvas e filas de navios limitaram grandes movimentações entre
as principais vias de escoamento para o mercado externo no Brasil, o que, consequentemente, elevou a oferta de soja no mercado spot regional e
pressionado as cotações da oleaginosa. Com relação as indústrias de processamento, pesou a cautela no fluxo das aquisições. De certa forma, a menor
demanda por farelo de soja gerou uma maior pressão baixista sobre os preços deste derivado conjuntamente com as quedas na paridade externa desse
produto. Já para o óleo, a demanda segue firme, sustentada pela concorrência nos mercados doméstico e internacional para produção de biocombustíveis e
alimentos. Neste contexto, alguns agricultores demonstraram necessidade imediata em comercializar o grão para pagamento de dívidas e de olho em abrir
espaço para comportar a safrinha de milho. Compradores, por sua vez, se retraíram, à espera de recuos mais acentuados nos preços.
Comentários
De acordo com o relatório mensal da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA (NOPA em inglês), divulgado nesta semana, em
abril passado, as indústrias norte-americanas esmagaram um volume 13,3% superior ao período análogo do ano passado, demonstrando a consistência da
demanda interna pela soja devido as margens de lucro positivas. Os números aumentam as expectativas de amplo esmagamento nesta safra recorde em
meio aos elevados excedentes domésticos de grão e fluxo de embarque dos derivados da soja. De acordo com a NOPA, o processamento entre seus
membros somou 4,09 milhões de toneladas, tornando-se o maior volume de processamento mensal do grão no registro da associação para o mês. De certa
forma, o volume se mostrou superior as expectativas dos agentes do mercado, em 4,02 milhões de toneladas. A demanda soja junto as processadoras
situadas nos EUA continua ativa, visto que as margens de esmagamento são potencializadas pela robusta exportação de farelo de soja. No acumulado da
safra 2014/15 até março, iniciada nos EUA em outubro de 2014 e com termino em setembro de 2015, o esmagamento de soja já soma um recorde de 30,14
milhões de toneladas, 3,7% superior a safra passada. Neste contexto, o USDA chegou a elevar sua estimativa de processamento nos EUA, de 48,85 milhões
para um recorde de 49,12 milhões de toneladas, com crescimento de 4,1% frente a safra 2013/14. A associação disse também que no mês de abril, os
embarques de farelo de soja totalizaram 799,32 mil de toneladas, 19% acima de igual período do ano passado e superior a 757,2 mil toneladas no mês de
março. O aumento do esmagamento nos EUA elevou os estoques de óleo de soja no país subindo em abril para 1,44 bilhão de libras, contra 1,42 bilhão em
março. Apesar do aumento, os estoques de óleo em solo americano estão 30% abaixo do mesmo período do ano passado, quando estavam em 2,06 bilhão
de libras.

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